Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 24 O título deste artigo, aparentemente contraditório, é do presidente (1953-1961) americano Dwight Eisenhower e se refere a estratégias de guerra. Trata-se de um reconhecimento explícito de que embora planos sejam fundamentais para o melhor posicionamento possível em determinados cenários, situações reais frequentemente nos surpreendem e levam a reversão de premissas originalmente desenhadas, levando a novas respostas e iniciativas. Emummundo engolfadopelaCovid-19 e cada vezmais complexo nas dimensões geopolítica, econômica, social e tecnológica, é inevitável que os governos, as empresas, associações e grupos organizados da sociedade civil vejam aumentar o número de peças do quebra-cabeças comque têmque lidar no dia a dia. Esse cenário de rápidas transformações deveria levar diferentes elos da sociedade (como o mundo acadêmico, o setor empresarial e as diferentes instâncias de governo e do cenário regulatório) a melhorar a qualidade dos seus diálogos na busca de soluções. Apenas esse exercício integrado pode potencializar o alcance de visões e estratégias de longo prazo, estas cada vez mais necessárias. Klaus Schwab, fundador e chairman doWorld Economic Forum , diz que a pandemia é uma “janela de oportunidade estreita e única para refletir, reimaginar, e dar um reset no mundo”. No tabuleiro de xadrez global, o jogo não para. E quem mais semovimenta colhe as melhores oportunidades. A China, por exemplo (ainda o maior emissor global de gases de efeito estufa, e até pouco tempo atrás alvo preferido de ambientalistas, formadores de opinião e tomadores de decisão no mundo ocidental) já fez sua aposta: anunciou há poucas semanas a intenção de neutralizar a emissão de carbono no país até 2050. Copenhague, na Dinamarca, quer ser a primeira capital a atingir a condição decarbon-neutral , e já em 2025. A ONU, ao defender os princípios da green economy , encampa diferentes variáveis: baixo carbono, eficiência ener - gética, geração de empregos e inclusão social baseados em investimentos públicos e privados alinhados às melhores práticas sustentáveis. O tema ESG ( Environment, Social and Governance ) portanto é mais do que um conceito. É personagem central do atual momento de mudanças. Empresas, governos e organizações que decidam dar de ombros às premissas dessas três letras poderosas estarão com seus dias contados ou, na melhor das hipóteses, com sua relevância comprometida. Amy Webb, CEO do Future Institute dos Estados Unidos, resume: “É preciso redefinir suas estratégias agora. Tudo está mudando, então é agora que você precisa pensar em cenários e estratégias (...) Muitas pessoas e companhias estão só pensando nas contingências. É preciso fazer isso ao mesmo tempo em que se explora futuros plausíveis. Porque tantas coisas estão acontecendo que, se você não pensar no futuro, viverá em um mundo de dor”.   “Planos não valem nada, mas planejamento é tudo” Ciro Dias Reis, CEO da Imagem Corporativa O ano de 2020, sem dúvida, ficará marca - do não só na história mas também na realidade das agências. Que o mercado de comunicação é dinâmico, todo mundo sabe, mas a pandemia do novo coronarívus acelerou algumas mudanças no cenário da comunicação corporativa. As agências precisaram se reinventar para continuar atendendo seus clientes neste novo momento. Novos canais, formatos e serviços surgiram para que as marcas pudessem continuar se comunicando com seu público, interno e externo, de forma efetiva. Mas talvez o impacto mais significativo seja que essa nova realidade jogou luz para o papel socioeconômico das empresas, que tem sido cada vez mais percebido e até mesmo cobrado pela sociedade. A comunicação se tornou essencial para a distribuição de conhecimento e informação, e criar conteúdo relevante para construir vínculos com os diferentes públicos deixou de ser estratégico e passou a ser imperativo. A tendência é que esse viés continue mesmo após a pandemia e que seja ainda mais importante para a construção de reputação e a consolidação da imagem das organizações. Vivemos na era da transparência, e as empresas precisam ter em mente que seus clientes e consumidores são diretamente influenciados pelos valores transmitidos e pelas ações realizadas. Mais do que nunca, é fundamental que os profis - sionais de comunicação corporativa consigam olhar para fora, mapeando tendências e garantindo que seus clientes estejam conectados com o contexto em que se inserem.  O efeito transformador do coronavírus Priscilla CaetanoeLigia Batista, Sócias da Aliá RP Ciro Dias Reis , da Imagem Corporativa, discorre sobre as razões que vão nos obrigar a fazer agora as mudanças que normalmente se fariam amanhã, tendo em vista a aceleração provocada pela pandemia nos negócios e processos. Priscila CaetanoeLigia Batista , da Aliá RP, falam da necessidade de reinvenção das agências, sem esquecer que também o papel socioeconômico das empresas está mudando, inclusive e sobretudo por pressão da sociedade.

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