Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 21 A pandemia apresentou inúmeros novos desafios e, para a área de comunicação, não foi diferente. A forma como as empresas se expressam, tanto para dentro quando para fora, foi radicalmente transformada pela pandemia e o distanciamento social ajudou a comprovar que comunicação é um importante alicerce da cultura corporativa. Empresas que já tinham comunicação como um agente estratégico saíram na frente em seu posicionamento de marca e relacionamento com seus públicos. As empresas que não tinham essa visão poderão enfrentar sérios problemas de reputação no futuro, pois seus públicos estratégicos estão avaliando constantemente quem são e o que comunicam. A crise na saúde e na economia impactou diretamente os negócios. Por isso, a área de comunicação tem uma responsabilidade cada vez maior em ajudar as organizações a atravessar esse momento sem precedentes. Mais do que nunca, o líder de comunicação precisa ter um propósito para estar ali e agir de forma estratégica para a companhia. Hoje, deixamos de atuar no mundo do business as usual e nosso grande desafio é encontrar relevância na cons - trução do relacionamento com os públicos estratégicos em meio a esse novo cenário que estamos vivendo. Continuar usando as mesmas estratégias, plataformas e ferramentas de antes talvez não nos leve ao sucesso. No pós-pandemia, veremos uma audiência que tende a optar cada vez mais por marcas que foram sensíveis e ajudaram a sociedade durante a pandemia. As empresas que demonstraram preocupações humanas e mostraram- -se dispostas a resolver problemas da sociedade, estão mais propensas a conquistar clientes que se orientam pelo propósito. Tão importante quanto isso, ter um olhar sobre a diversidade será essencial para trazer inovações para os negócios para sairmos transformados desse momento.  No business as usual Pedro Alves, Diretor de Comunicação da Mastercard Brasil e Cone Sul Reset and play again Rodrigo Vilar, Diretor de Comunicação e Marketing da OEC – Odebrecht Engenharia & Construção Vivemos o momento mais estimulante e desafiador da história para se trabalhar com comunicação corporativa. Isso é um fato e quem é da área e ainda não percebeu está deixando de montar naquele cavalo selado passando bem ali na sua frente. Nunca houve tanta oportunidade para agregar valor às empresas, seus negócios e às pessoas que produzem e consomem, através da boa comunicação. Dois movimentos me fizeram construir essa certeza. Pri - meiro, a aceleração da transformação digital , exponencial a partir da pandemia, e que amplificou a interconectividade e a propagação de novos canais, mudando efetivamente os hábitos de consumo, de interação e formação de opinião do indivíduo. Hoje, mais do que em qualquer outro tempo, toda empresa pode ter alcance pleno, direto e interativo a seus públicos de interesse. E eles estão esperando por isso. Não que você esteja lá, batendo na porta digital, enchendo as caixas de e-mail, invadindo as timelinesdas redes, mandando “zap”, chamando no telefone.... não. Eles esperam que você seja inteligente, sensível e relevante no contato ativo e, muito importante, acessível, rápido e eficiente quando solicitado. O comunicador corporativo deve liderar a combinação entre a ciência de interpretação de dados, dos impulsionamentos, dos algoritmos, dos padrões de comportamento e da segmentação dos públicos-alvo com a sensibilidade da escolha do tom de voz, frequência e relevância das mensagens. Coisa para quem de fato evoluiu e acrescentou algumas camadas à boa e velha base do storytelling , das relações públicas eficientes, do trabalho profissional e interdependente com a imprensa, e das campanhas publicitárias caríssimas na TV e rádio – que continuam muitíssimo importantes –, mas agora contam com novas peças e mídias que formam um novo jogo, mais complexo e muito mais animado. É um console deGenius , é um quebra cabeça tridimensional de 1.500 peças, juntamente com a interatividade e velocidade do Fortnite . Por outro lado, e agora chego ao segundo fator de transformação que considero fundamental, está a importância cada vez maior da profundidade. Do propósito. Do ativismo empresarial . Felizmente, há um movimento irrefreável da sociedade e das corporações, uma impulsionada pela outra, para que os modelos de negócio ajustem a ênfase na obtenção do lucro com a da geração de impactos impositivos para a sociedade e o meio ambiente. Os bons exemplos são cada vez mais frequentes e fico especialmente contente ao ver empresas brasileiras reinventando-se e colocando em prática iniciativas corajosas e fantásticas. Um desafio de quebra de paradigmas em que o profissional de comunica - ção corporativa precisa buscar ter um papel-chave. A hora é agora. O que você está fazendo?  Dois títulos em inglês refletem esse novo momento da comunicação que exige ousadia, desapego e estratégia. Rodrigo Villar , da OEC, estabelece uma relação direta entre a aceleração da transformação digital e o ativismo empresarial. EPedro Alves, da Mastercard, aponta a comunicação bem estruturada e um olhar sensível da organização para as novas demandas da sociedade como fatores decisivos para o sucesso pretendido.

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