Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 20 A pandemia veio para nos chacoalhar e fazer lembrar que somos finitos e humanos, que não temos superpoderes e muito menos todas as respostas. Precisamos aprender a ser cada vez mais humildes, flexíveis, empáticos e plurais, construindo juntos e nos preocupando genuinamente com o outro e com o planeta. Nesse 8 de outubro, Dia da Comunicação Empresarial, gostaria de fazer um convite para refletirmos sobre a res - ponsabilidade de cada um de nós em ajudar as empresas a seguir pelo caminho da inclusão, da cocriação, da escuta ampliada e da coerência entre falar e agir. Em um mundo em transformação acelerada, a sociedade espera que as empresas contribuam para o debate sobre temas fundamentais do nosso tempo, como a diversidade, a transparência e a sustentabilidade. Hoje a reputação corporativa depende da forma como a empresa se posiciona e é percebida, e isso tende a crescer ainda mais nos próximos anos. Como comunicadores, temos que ser os protagonistas do diálogo e os guardiões da consistência, com coragem e respeito às diferenças. Parabéns ao Jornal da Comunicação Corporativa por provocar essa reflexão ampla. E aos colegas, incansáveis, que não desistem da missão maior de construir e cultivar confiança, dia após dia.  Percepção e reputação Malu Weber, Diretora Sênior de Comunicação Corporativa do Grupo Bayer no Brasil Propósito e respeito à história coletiva e individual serão fundamentais depois de amanhã Paulo Andreoli, CEO e Presidente da MSLGroup O isolamento social e a introspecção forçada por ele fortaleceram a convivência virtual por meio das mídias sociais e, ao mesmo tempo, catalisarammovimentos de massas. Na busca por propósitos, as sociedades ampliaram seus laços na defesa de causas. O senso de autoproteção, cuidando de si e do mundo em perigo, traduziu-se por ações em prol das chamadas minorias, da sustentabilidade, do meio ambiente, dos animais, da vida. A BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, expressou em carta aberta sua opção por projetos sustentáveis. O acordo Mercosul-Comunidade Europeia passa pelo crivo das queimadas recentes no Brasil. Cada vez mais a conectividade social reforçada pelo isolamento em escala global assumirá um papel político preponderante em todas as geografias, impondo às empresas o cui - dado por sua reputação, permanentemente fragilizada pela fiscalização do indivíduo conectado às redes sociais e, portan - to, ao mundo. Ao mesmo tempo que percebemos a catalização das mobilizações sociais de massa, estamos aprendendo a produzir a partir do isolamento social. Dezenas de centenas de empresas entenderam que é possível ser produtivas sem sair de casa. Uma palavra do momento, quando falamos na volta aos escritórios, por exemplo, é híbrido. Nunca mais voltaremos ao modelo corporativo pré-pandemia?, quando pas - sávamos mais tempo no escritório do quem em casa? Prova - velmente, não. Vamos ser mesmo híbridos. Inovamos. Colocamos nossas máscaras e fomos às ruas protestar. Criamos hashtags e lideramos movimentos sociais remotamente. Saímos correndo para implantarmos os EADs que há anos eram projetos em muitas universidades no mundo. Trabalhamos 12 horas por dia para mostrarmos aos nossos clientes e chefes que seria possível pensar estratégias, coordenar times e projetos...sem sairmos de casa. E parece que conseguimos. E, agora, o que fazemos com isso tudo? Esse dia depois de amanhã já chegou – podemos olhar em perspectiva e vislumbrarmos um mundo mais humano pós-vacina contra Covid-19? Talvez, forçadamente, mais humano. Ao mesmo tempo, há uma realidade ainda mais cruel à espreita: mais desemprego, mais depressão e mais velho normal do que nunca. Ainda temos chance. Da crise nascem as inovações. Mas não sem dor. No entanto, vivemos um momento histórico que é, de fato, um alerta para quem aqui está no sentido de preservar quem ainda está por vir. Nossa arrogância positivista deixou clara nossa vulnerabilidade. Não podemos tudo. Mas podemos repensar a maneira como desejamos deixar o mundo para nossos filhos, netos e bisnetos. Os movimentos sociais das chamadas minorias devem ganhar ainda mais força na pós-pandemia. Afinal, somos to - dos igualmente vulneráveis, e o coronavírus não nos deixa mentir. As empresas têm que se preparar para assumirem posições claras quanto aos temas-chave da humanidade, incluindo o planeta – esse caminho não tem volta. Nesse sentido, o dia depois de amanhã já está batendo em nossas portas. Propósito e respeito à história coletiva e individual serão fundamentais depois de amanhã.  Provocativo, Paulo Andreoli , da MSLGroup, atina que temos de fato uma oportunidade única para descermos do pedestal da arrogância positivista, de que tudo podemos, e repensarmos a maneira como desejamos deixar o mundo para nossos filhos, netos e bisnetos. Não está distante do que pensaMalu Weber , da Bayer, também defensora de mudanças na postura de profissionais e empresas, em consonância com o que exige a sociedade e os novos tempos.

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