Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 12 O futuro próximo nunca pareceu tão imprevisível. A Covid-19 tem mudado uma série de atitudes nossas de cada dia e a impressão é que ainda estamos longe de entender até que ponto o mundo no qual vivemos se tornará outro, com novas necessidades, desejos e tecnologias. Pelo menos do ponto de vista da comunicação (principalmente a corporativa), creio que nada será como antes. Até porque as empresas estão sendo cada vez mais demandadas por seus clientes – em um relacionamento que ultrapassa o meramente comercial e a pura e simples digitalização. No pós-pandemia, esse será um desafio extra para as equipes de comunicação: manter, com os stakeholders , laços que vão além de produtos e serviços. Como já estamos vendo acontecer, as corporações vêm ganhando outras responsabilidades, que dizem respeito às mudanças que precisam acontecer na sociedade e no País, estejam elas vinculadas à equidade de gênero, à diversidade e à luta por um planeta mais saudável ou à necessidade de incluir todos os brasileiros no sistema financeiro e acabar com os gargalos burocrá - ticos e de infraestrutura que tanto mal fazem a qualquer economia. Agora tornados agentes da mudança, altos e altas executivos e executivas necessitarão de comunicação quase 24/7 e que quebre as fronteiras corporativas. Isso se refletirá em um trabalho minucioso de construção de perfil, que se confundirá com o da própria empresa que ele ou ela lidera. Se você pensou em redes sociais, está certo. Elas já fazem parte do cotidiano de todos nós e são inescapáveis. Mas não será só isso. O dia a dia desses porta-vozes (online e offline) já está sob vigilância constante da sociedade. Ou seja, suas ações, por menores que sejam, passarão pelo escrutínio público. E poderão refletir no balanço trimestral da empresa. Só uma comunicação corporativa que entenda essas transformações fará diferença neste novo mundo, o que não significa que ele será um lugar mais fácil para se viver. Mas, com certeza, estará mais equipado para lidar com as incongruências do capitalismo e da própria sociedade.  Uma nova comunicação para uma nova geração de CEOs Tânia Magalhães, Headde Comunicação do PayPal para a América Latina Nos últimos anos, estudos mostraram que investir em ações sociais e sustentáveis traz maior lucro. Segundo pesquisa da Union + Webster, 87% dos brasileiros preferem comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% não se importam em pagar um pouco mais por isso. Sabemos que o objetivo de toda empresa é vender e lucrar, mas por que não fazer isso de maneira responsável socialmente e sustentável? Sabemos que os produtos e serviços podem ser similares e o que hoje os diferencia é o valor da marca para os consumidores. Então é realmente importante esse tema ser discutido não apenas pelas áreas de responsabilidade social como também pela alta liderança e ser parte do plano de negócios. Nesse cenário, o papel da comunicação é um dos mais importantes cuidando da imagem e reputação da empresa. Para isso, é importante fugir das estratégias comuns do dia a dia de divulgação apenas dos produtos e do core business das empresas e focar esforços nessas mensagens corporativas. Uso um exemplo aqui da Intel. Emmaio, divulgamos nossa estratégia e metas para 2030 de responsabilidade social visando o progresso contínuo ao longo da próxima década. Além disso, planejamos dobrar o número de mulheres e minorias sub-representadas em cargos de liderança sênior e escalonar o impacto de seus programas de direitos humanos na cadeia de suprimentos. Com isso, nossos esforços de comunicação passaram a ser 50/50, ou seja, produtos e corporativo andam lado a lado e focamos igual nessas divulgações. No primeiro momento, pode soar estranho aos times de vendas e marketing que costumam ter metas agressivas de vendas, mas a longo prazo o impacto na reputação e imagem é gigantesco. Temas como sustentabilidade ambiental, diversidade & inclusão, inclusão social estão em alta, que bom! O que torna essa estratégia de comunicação ainda mais atrativa para empresas.  Dobrar o número de mulheres e minorias sub-representadas em cargos de liderança sênior Carolina Prado, Headde Comunicação da Intel para Brasil & Canadá Monitoradas como em nenhum outro tempo e sob escrutínio permanente da sociedade, as organizações confundem-se cada vez mais com os rostos que as representam. CEO e comunicação que não entenderem isso dificilmente terão um futuro promissor, como mostra Tânia Magalhães , do PayPal. E também terão um futuro duvidoso organizações avessas à diversidade, minorias, sustentabilidade, como alerta Carolina Prado , da Intel. É a reputação falando mais alto.

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