JCC Especial | Dia da Comunicação Empresarial 2024

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 6 Além disso, em abril o Parlamento Europeu aprovou a Diretiva de Due Dilligence de Sustentabilidade Corporativa (CS3D), que obriga companhias europeias com mais de mil empregados a verificar suas cadeias de valor, da extração da matéria-prima à distribuição do produto final. Isso envolve, inclusive, fornecedores que a princípio sequer têm relação comercial com a Europa, como um vendedor de carne ou algodão para empresas que – essas, sim – exportam para as europeias, detalha em artigo a professora Claudia Bouman, especialista no tema e sócia da consultoria Percepta. Do lado do consumidor, a terceira edição do Índice do Setor de Sustentabilidade da Kantar, no final do ano passado, indicou que mais da metade da população (56%) deixa de consumir produtos de marcas sem investimentos em sustentabilidade ou com práticas vistas como nocivas ao meio ambiente e à sociedade. Mas, depois que o tema se popularizou na mídia e tomou espaço em publicidade e outras formas de comunicação, mais da metade vê ações de ESG das empresas como práticas enganosas (greenwashing): 65% dos brasileiros colocaram entre os principais praticantes do faz-de-conta comunicacional os setores de carnes e produtos à base de carne, cuidados pessoais (skin care), fast food e restaurantes. O recado foi direto. Entre os entrevistados no País, 63% dizem procurar marcas com histórico ativo de ações pró-ESG, 77% acreditam que os negócios têm responsabilidade de tornar a sociedade mais justa e 67% defendem que as marcas deveriam responsabilizar-se e ajudar a resolver problemas climáticos e sociais no mundo. O impacto no resultado também é levado em conta no mundo corporativo. Em 2020, análise da Itaú Asset assinalou que um portfólio com estratégias ESG entrega resultados melhores porque empresas atentas a essas questões estão mais bem preparadas para lidar com mudanças nos padrões de produção e consumo, usando seus recursos naturais de maneira mais eficiente e amenizando impactos negativos de seus produtos e serviços no meio ambiente. Papel relevante As empresas estão assumindo seu papel. Estudo da Amcham Brasil divulgado em abril constatou que a adoção de práticas responsáveis cresceu 24 pontos percentuais do ano passado para cá, alcançando 71% das 687 empresas entrevistadas. A maior parte, ainda no início da jornada (45%), com 26% declarando-se inovadoras ou maduras frente ao tema. A motivação é tão genuína quanto interessada em benefício próprio: 78% são levadas por compromissos ambiental e social, 77% buscam melhorar sua reputação e 63%, melhor relacionamento com públicos de interesse (stakeholders). Entre os pilares ESG, a dimensão social tem aderência de 72% dos respondentes, ante 68% de governança e 66% da esfera ambiental. O papel do governo não foi esquecido. Segundo a pesquisa, a responsabilidade por liderar a agenda ESG deve estar nas mãos dos CEOs, Helena Alonso,

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