8 de outubro Dia da Comunicação Empresarial EMPRESA CIDADÃ Comunicação Corporativa no universo da 2024
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 2 O Jornal da Comunicação Corporativa é uma publicação da Mega Brasil Comunicação. Essa edição especial celebra o Dia da Comunicação Empresarial, no ano de 2024, e o tema analisado é Empresa Cidadã. Autorizada a reprodução das matérias desde que citada a fonte. Diretores e editores: Eduardo Ribeiro e Marco Rossi • Editora Contribuinte: Martha Funke • Diretora de Assuntos Institucionais: Célia Radzvilaviez • Apoio: Bruna Valim e Clara Francisco • Projeto gráfico e produção: Nilson Santos | Ponto & Letra. Ilustrações: AdobeStock®, Freepik®. Edição digital: virapagina.com.br Mega Brasil Comunicação – Avenida Professor Noé de Azevedo, 208, Cj 105, Vila Mariana, São Paulo, SP, 04117-000 | www.megabrasil.com.br. Telefones: (11) 97852-9239 e (11) 98843-0304 A vida dentro das organizações que se identificam com o conceito de cidadania empresarial tem conquistado, de um modo geral, uma grande empatia com a sociedade e mesmo com seus stakeholders, de um modo particular. Advogar boas causas e investir em propósitos nobres faz crescer a reputação e não à-toa é cada vez maior o número de marcas que, sensíveis a esse novo tempo em que também são avaliadas por suas ações extra negócios, buscam aliar a eles iniciativas sociais de impacto. Melhor ainda quando projetam seus programas para dentro e para fora de seu raio de ação, demonstrando uma efetiva preocupação com a transformação social não só em seu quintal, mas com um olhar sobre toda a sociedade. É nessa esteira que já há alguns anos se assenta esse Especial JCC do Dia da Comunicação Empresarial, que este ano é inteiramente dedicado ao tema Comunicação Corporativa no Universo da Empresa Cidadã, pensado para que algumas das boas experiências nesse campo em curso no País pudessem ser compartilhadas com nossa qualificada e ampla audiência. EDITORIAL Empresa cidadã Caminho sem volta Nós, seres humanos, somos, talvez, a espécie mais diversa a habitar este nosso planeta azul. Embora da mesma espécie, nos distinguimos, mais do que fisicamente, pelo comportamento e crenças, pelos hábitos e determinações, pelos objetivos e compreensão do mundo e da vida. Somos, afinal, seres racionais, com capacidade de projetar em pensamento, de forma abstrata, o mundo que ambicionamos e entendemos como ideal, que nos motiva, nos impulsiona e dá sentido à existência.
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 3 Eduardo Ribeiro e Marco Rossi Diretores da Mega Brasil Comunicação O objetivo, claro, é multiplicar, disseminar, servir de exemplo, ampliar as iniciativas e experiências sobretudo no campo social, que a cada dia se mostra mais e mais antenado nas marcas que praticam o bem, que entendem que o seu propósito vai muito além do lucro, que mobilizam e engajam suas respectivas forças de trabalho e demais stakeholders em ações de cidadania, que, enfim, contribuem para que o País possa avançar no combate às desigualdades e injustiças sociais. Martha Funke, repórter especial que há mais de uma década colabora com nossos projetos editoriais, aceitou o convite para liderar mais esta edição e aqui traz, com seu talento e amplo conhecimento desse ecossistema corporativo, um olhar arguto sobre o que tem sido feito de mais importante no mundo corporativo no campo da cidadania empresarial. A ela e às marcas que apoiaram essa nova iniciativa da Mega Brasil o nosso muito obrigado. Boa leitura! Na Dow, acreditamos na colaboração e na pluralidade para encontrar soluções que respondam aos mais diversos desa os, acelerando a construção de um mundo cada vez mais sustentável, igualitário e inclusivo. Convidamos você a ser parte deste movimento de transformação. Quando talentos diversos se unem, a inovação acontece Vamos juntos? br.dow.com dow-chemical dowbrasil dow_brasil
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4 Foco em questões relacionadas a aspectos ambientais, sociais – interna e externamente à organização – e governança dão poder a empresas de impactar positivamente a sociedade e o planeta, com oportunidades de negócios no caminho Por Martha Funke*
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 5 No momento em que o País literalmente está pegando fogo, colocando a cidade de São Paulo no topo da lista das mais poluídas do mundo e vendo secar até então caudalosos rios da floresta amazônica – tudo isso logo após o Estado do Rio Grande do Sul ter sido destruído por força de águas em volumes sem precedentes – a discussão sobre questões relacionadas à sustentabilidade em todos seus aspectos ganha ainda mais relevância. E não se trata apenas do meio ambiente. Disparidades sociais e governança frouxa também são focos de atenção. O conjunto está estimulando a adoção de práticas cada vez mais aperfeiçoadas de ESG (meio ambiente, social e governança, em inglês), bem como DE&I (diversidade, equidade e inclusão) por parte das empresas que assumem seu papel da sociedade como instituições cidadãs. Longe de benemerência, boa parte das companhias reconhece que tais preocupações contribuem não apenas para a melhoria da sociedade e do mundo, mas também ajuda em oportunidades de negócios ante o crescimento do interesse relacionado a essas preocupações por públicos que vão de consumidores a governos. Na reunião anual da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca destravar o acordo Mercosul-União Europeia em torno de questões relacionadas ao desmatamento (em que pese em alguma medida aflorem alguns traços protecionistas incentivando a barreira). No ano passado o Conselho Europeu aprovou uma espécie de taxação sobre emissão de carbono de empresas exportadoras para países da União Europeia (Carbon Border Adjustment Mechanism, ou CBAM), que deve atingir a importação de produtos intensivos em carbono como minério de ferro, fertilizantes e cimento. Até o final do ano que vem (2025) os comerciantes devem informar sobre emissões, com aplicação prevista a partir de 2026.
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 6 Além disso, em abril o Parlamento Europeu aprovou a Diretiva de Due Dilligence de Sustentabilidade Corporativa (CS3D), que obriga companhias europeias com mais de mil empregados a verificar suas cadeias de valor, da extração da matéria-prima à distribuição do produto final. Isso envolve, inclusive, fornecedores que a princípio sequer têm relação comercial com a Europa, como um vendedor de carne ou algodão para empresas que – essas, sim – exportam para as europeias, detalha em artigo a professora Claudia Bouman, especialista no tema e sócia da consultoria Percepta. Do lado do consumidor, a terceira edição do Índice do Setor de Sustentabilidade da Kantar, no final do ano passado, indicou que mais da metade da população (56%) deixa de consumir produtos de marcas sem investimentos em sustentabilidade ou com práticas vistas como nocivas ao meio ambiente e à sociedade. Mas, depois que o tema se popularizou na mídia e tomou espaço em publicidade e outras formas de comunicação, mais da metade vê ações de ESG das empresas como práticas enganosas (greenwashing): 65% dos brasileiros colocaram entre os principais praticantes do faz-de-conta comunicacional os setores de carnes e produtos à base de carne, cuidados pessoais (skin care), fast food e restaurantes. O recado foi direto. Entre os entrevistados no País, 63% dizem procurar marcas com histórico ativo de ações pró-ESG, 77% acreditam que os negócios têm responsabilidade de tornar a sociedade mais justa e 67% defendem que as marcas deveriam responsabilizar-se e ajudar a resolver problemas climáticos e sociais no mundo. O impacto no resultado também é levado em conta no mundo corporativo. Em 2020, análise da Itaú Asset assinalou que um portfólio com estratégias ESG entrega resultados melhores porque empresas atentas a essas questões estão mais bem preparadas para lidar com mudanças nos padrões de produção e consumo, usando seus recursos naturais de maneira mais eficiente e amenizando impactos negativos de seus produtos e serviços no meio ambiente. Papel relevante As empresas estão assumindo seu papel. Estudo da Amcham Brasil divulgado em abril constatou que a adoção de práticas responsáveis cresceu 24 pontos percentuais do ano passado para cá, alcançando 71% das 687 empresas entrevistadas. A maior parte, ainda no início da jornada (45%), com 26% declarando-se inovadoras ou maduras frente ao tema. A motivação é tão genuína quanto interessada em benefício próprio: 78% são levadas por compromissos ambiental e social, 77% buscam melhorar sua reputação e 63%, melhor relacionamento com públicos de interesse (stakeholders). Entre os pilares ESG, a dimensão social tem aderência de 72% dos respondentes, ante 68% de governança e 66% da esfera ambiental. O papel do governo não foi esquecido. Segundo a pesquisa, a responsabilidade por liderar a agenda ESG deve estar nas mãos dos CEOs, Helena Alonso,
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 7 com apoio do governo (67%) – 77% dos entrevistados consideram o apoio crucial para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e 66% destacam a importância de incentivos à transição para energias renováveis, como eólica, solar e hidrogênio limpo. Empresas globais com políticas idem estão entre as que se esmeram em iniciativas ESG e DE&I com visão completa – inclusive, da importância de estimular suas cadeias de valor a aderirem às práticas sustentáveis. “As soluções são em cadeia. Nenhuma empresa criou a injustiça social sozinha, nem vai resolver todas as questões sozinha”, aponta Helena Alonso, líder de comunicação corporativa para a Dow no Brasil. A companhia esmera-se em projetos de norte a sul do País e mira colaboração com parceiros para implementação de aprendizados em mais frentes. “A colaboração entre setores é uma oportunidade como ecossistema”, diz Helena. Segundo ela, o senso de responsabilidade relacionado a comunidades permeia a atuação global da Dow e é um pilar central da sua forma de fazer negócios, ao se reconhecer como marca integrante da sociedade e da comunidade onde está presente. Nos Estados Unidos, a empresa instituiu a Fundação Dow para concentrar aportes financeiros em projetos no guarda-chuva da agenda de responsabilidade social, com foco principal em educação, sustentabilidade e descarbonização. Uma das bases é o empoderamento de comunidades. Na ilha de Matarandiba (BA), o programa Ecosmart há mais de dez anos apoia a estruturação econômico-financeira para prosperidade de mais de 100 famílias locais, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Hoje existem até banco (Ecosmart) e moeda (Conchas) próprios, para amenizar questões como o impacto da inflação. Na frente de sustentabilidade, o projeto-piloto Reciclagem que Transforma, voltado a capacitação e profissionalização da cadeia de reciclagem e catadores, impactou cerca de 450 famílias e @klabin.sa @bioklabin @klabinforyou /Klabin.SA @klabin.sa @klabinforyou Klabin.SA Klabin SA Klabin Invest @Klabin.SA
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 8 agora recebe R$ 230 mil para fomentar a economia circular em sete cidades paulistas e em Recife (PE), enquanto o Projeto Ybá, em comunidade própria à operação Breu Branco (PA), apoia ocupação e renda da comunidade com atividades extrativistas somadas à proteção da área de preservação de 38 mil hectares de mata nativa amazônica, como retirada de matérias-primas como andiroba, vendida para a Natura. A participação do público interno é uma das chaves do sucesso. A promoção de chamadas internas estimula a criação de projetos, como o Ybá. O programa de voluntariado Solidariedow abraça iniciativas desde doações com foco em pobreza menstrual até matchfunding voltado a comunidades gaúchas. A empresa aportou em dobro a doação dos funcionários e reuniu R$ 80 mil. Diversidade e inclusão, com metas mundiais, ganhou diretoria global dedicada e já envolve até parceiros, com pontuação e certificadora para atestar a contratação de fornecedores diversos. No âmbito interno, programas de entrada de talentos já miram há cinco anos os candidatos mais diversos e ações internas estimulam sua evolução na companhia – no Brasil, 44% do quadro de liderança executiva é formado por mulheres, ante meta de 50% até o ano que vem. Para refletir a população brasileira, o objetivo 2025 é alcançar 50% de funcionários autodeclarados pretos e pardos, com 20% na liderança – hoje os índices são 39% e 17%, respectivamente. A comunicação, por sua vez, passou de implementadora de estratégias para ser parte integrante delas, diz Helena, com o papel de conectar tendências e se certificar de agendas sólidas, com questionamentos e reflexões. Reputação nas mãos das pessoas “A reputação das empresas está nas mãos das pessoas. É preciso falar e comunicar apenas o que é fato para não virar greenwashing ou sociawashing”, destaca Elisa Prado, professora, consultora em gestão da reputação, prevenção e gestão de crises, membro do Conselho Consultivo da Aberje e autora dos livros Imagem e Reputação na Era da Transparência (2014), Gestão da Reputação (2017) e Reputação e Valor Compartilhado (2022). Ela observa que, se até recentemente o tema ESG não era apresentado em reuniões de resultados aos investidores e acionistas, hoje isso raramente acontece, com empresas motivadas principalmente por seu propósito em servir aos públicos de interesse, com pressão dos principais – sociedade, colaboradores e investidores. Na Johnson & Johnson (J&J) a comunicação tem ingrediente extra de urgência, por lidar diretamente com a vida das pessoas, exigindo manutenção de credibilidade e confiança com pacientes, médicos, reguladores, órgãos governamentais, imprensa e sociedade. Além disso, ganha capilaridade para debater temas tímidos, como doenças imunomediadas, oncologia ou saúde mental, com campanhas e canais proprietários promovendo conversas com base em empatia e identificação. A estratégia rende ações como o desfile A vida merece um fôlego, na São Paulo Fashion Week, com participação de pacientes com hipertensão arterial pulmonar; a ativação Combate a dor, com jogo entre streamer, médico e paciente na Avenida Paulista; e a campanha Ouçam nossas vozes, focada na jornada de pacientes com esquizofrenia, que gerou música homônima Elisa Prado
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 10 composta e interpretada por um paciente em colaboração com o músico Nando Reis. A Johnson & Johnson estabeleceu há mais de 80 anos sua responsabilidade como empresa de forma clara. O documento Nosso Credo resume em quatro parágrafos compromissos com pacientes, profissionais de saúde, funcionários, comunidades e acionistas, com porte e alcance para contribuir com solução de problemas de saúde desafiadores. “Transformar a trajetória de saúde da humanidade é a base da nossa estratégia de negócios, refletindo a convicção de que o valor social está intrinsecamente ligado ao valor comercial de longo prazo”, explica Flavia Favaro, diretora de Comunicação e Public Affairs, na J&J Innovative Medicine no Brasil. Uma das primeiras empresas a se comprometer publicamente com metas de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU, em 2016, a companhia as compartilha anualmente em seu reporte global Health for Humanity. Sua estratégia ESG concentra-se na busca de mais equidade global em saúde para pessoas, comunidades e o planeta, com empoderamento de colaboradores, proteção da saúde ambiental e da resiliência dos negócios. Um de seus compromissos globais é apoiar trabalhadores na linha de frente de serviços de saúde com educação, treinamento e valorização. Um exemplo é o Processo de Enfermagem na APS (atenção primária à saúde) – instrumentos para a atuação, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, com mais de 8 mil profissionais de enfermagem com acesso à plataforma de ensino. A plataforma Acasa dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemia promoveu a conexão entre agentes dos dois segmentos e a colaboração com mais de 22 organizações multissetoriais, academia e consultoria rendeu documento com boas práticas e recomendações para promover diálogo sobre resiliência e bem-estar dos profissionais de saúde. Outros programas miram impacto na comunidade, como o 1000 DEVs – talentos para o bem na saúde, que desde 2021 capacita em programação jovens em situação de vulnerabilidade. Desde 2007 a Operação Sorriso apoia a ampliação do acesso a cirurgias de crianças com deformidades faciais, já tendo atendido mais de 12 mil famílias. Internamente, a prática global de DE&I permeia do recrutamento e seleção a compensação e benefícios, com grupos de afinidade organizados por temas para ampliação de representados – como LGBTQIAP+; convívio saudável entre as diferentes gerações e combate ao etarismo; combate ao capacitismo e ampliação da presença de pessoas com deficiência (PCDs) e neuro diversas; e rompimento de estereótipos voltados a pessoas de origem asiática. O objetivo de ter metade das posições de liderança no globo ocupado por mulheres até 2025 já chegou a 49% mundiais e ultrapassou a meta na América Latina. Programas de voluntariado, como a Maratona de Aceleração Social, já contou com mais de 500 pessoas em oito anos para ajudar a solucionar problemas de organizações sem fins lucrativos – a participação voluntária pode inclusive conectar outros países, fornecendo perspectiva mais abrangente do mundo. Flavia Favaro
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 12 Centro da tomada de decisão “Atualmente é difícil conceber empresa global que não tenha ESG como centro de sua tomada de decisão e operação. São questões fundamentais para a sociedade, pela reputação e necessidade para um futuro melhor para o planeta”, avalia Fernanda Lavarello, diretora de Assuntos Corporativos e Comunicação da BHP Brasil. Segundo ela, a sustentabilidade é parte da estratégia de negócios e da visão de longo prazo, global e no Brasil, com compromissos ambientais, sociais e de governança incorporados em todos os aspectos da operação. Em 2022 a companhia lançou sua estrutura de Valor Social, para estabelecer sua forma de contribuição positiva para o planeta com base em pessoas, parceiros, economia, meio ambiente e comunidades locais. Essa estrutura conta com indicadores e compromissos, como redução das emissões operacionais de gases efeito estufa (GEE) em 30% até o ano fiscal de 2030, em reação a 2020 – de lá para cá, já foram 32%, principalmente por maior uso de eletricidade renovável. No campo de diversidade e inclusão, atualmente 43% de funcionários e 40% dos líderes nas Américas são mulheres. A participação dos funcionários na concepção, execução e aprimoramento dos processos de ESG é incentivada. A comunicação embasa contato com comunidades, colaboradores, autoridades, comunidades e investidores. Um exemplo é o programa Mineras, treinamento no Centro de Treinamento Industrial e de Mineração da região de Autofagasta (Chile) para estimular a participação de mulheres na operação. “Precisávamos garantir que elas entrassem em um espaço onde se sentissem valorizadas e respeitadas”, diz Fernanda. “Nossa abordagem de comunicação busca não apenas informar, mas engajar e inspirar stakeholders para que todos se sintam parte de nosso compromisso com responsabilidade e sustentabilidade”, diz André Degasperi, head de Comunicação Corporativa na América Latina da ADM, gestora e processadora global da cadeia de suprimentos agrícolas. Com compromissos e políticas sociais e ambientais, a empresa mira reduzir e mitigar riscos da cadeia de fornecimentos e direitos humanos, por meio de transparência e rastreabilidade, envolvimento de fornecedores e identificação de riscos, transformação, monitoramento e verificação. A atuação nos campos ESG e DE&I tem foco em cinco áreas: proteção do habitat, com destaque para esforços contra o desmatamento e a conversão de terras, para preservar a biodiversidade e manter o equilíbrio ecológico; direitos humanos, em suas operações e nas cadeias de valor; clima, com projetos para redução de emissões em suas operações e em toda cadeia de suprimentos; agricultura regenerativa, promovendo ao redor do mundo práticas agrícolas sustentáveis e regenerativa para restauro de ecossistemas; e DE&I, via políticas e programas que incentivam a participação de pessoas de diferentes origens, culturas e perspectivas, essencial para inovação e sucesso sustentável. Além de diversos compromissos globais, no Brasil a empresa conta com o Programa ADM Agricultura Regenerativa, com promoção de práticas agrícolas sustentáveis entre 20 agricultores de soja, cobrindo 20 mil hectares. Um programa de monitoramento remoto sustenta iniciativa de Fernanda Lavarello
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 13 45 anos Com a alegria de ter entregue mais de 500 mil chaves. Com a satisfação de ser o lar de mais de 1,6 milhão de brasileiros. Com a emoção de fazer parte das histórias contadas por tantas pessoas. E com a certeza de que, com tudo o que sabemos da vida aos 45 anos, vamos seguir construindo sonhos que transformam o mundo. Anuncio_MeiaPag_MegaBrasil_21x14cm_Sangria03mm.pdf 1 24/09/2024 15:44:06 rastreabilidade da soja sul-americana e o programa de investimento social corporativo ADM Cares apoia iniciativas que promovem progresso social, econômico e ambiental em comunidades onde a empresa opera. As iniciativas de DE&I e sustentabilidade contam com participação de colaboradores, da concepção à execução, enquanto programas de voluntariado favorecem engajamento, satisfação e retenção de colaboradores. “Quando eles veem que suas vozes são ouvidas o nível de comprometimento com a empresa e seus objetivos de DE&I e ESG se fortalece”, diz Degasperi. Segundo ele, tais iniciativas impactam a reputação, os negócios e a eficiência operacional. Além de reforçar a imagem de empresa responsável e ética, aumentando a confiança e a lealdade de stakeholders, abrem portas para novas parcerias e oportunidades de negócios, contribuem para inovação e valorização por parte dos clientes e reduzem desperdícios de recursos, com reflexos em custos e competitividade. André Degasperi
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 14 O poder das diferenças “Nós vencemos com o poder das diferenças. Equipes diversas impulsionam a inovação e a competitividade”, avalia Luciana Giles, diretora de Comunicação, Marketing e Relações Governamentais da Cummins Latam, que atua com energia e unidades para projetar, fabricar e distribuir motores, serviços e tecnologias relacionadas. Estratégias globais visam estimular mudanças internas e externas de maneira integrada. Em sustentabilidade ambiental, o foco é redução de impactos ambientais com tecnologias limpas, eficiência energética e economia circular. Em DE&I, a estratégia endereça necessidades de grupos sub-representados, tanto no local de trabalho quanto em comunidades. A área de responsabilidade corporativa mira contribuição com comunidades baseada em educação, meio ambiente e equidade, com 55 projetos sociais ativos no Brasil impulsionados por funcionários voluntários – a média dos últimos anos é de 90% de engajamento em ações sociais, realizadas em horário de trabalho. A Cummins conta com o Accelera by Cummins, marca com soluções de emissão zero para diversas indústrias que desenvolve soluções como células de combustível de hidrogênio, baterias, eixos elétricos e eletrolisadores para produção de hidrogênio verde. Outro destaque é o Cummins Water Works, programa estratégico global para fortalecer comunidades por meio de água sustentável e discutir a crise hídrica global. Implantado no Brasil em 2021, o programa já beneficiou mais de 300 mil pessoas por meio de 85 mil microcréditos para levar água a comunidades carentes. Para criação de oportunidades, o Cummins Powers Women une líderes e funcionários ao redor do mundo para buscar soluções para desigualdade de gênero em comunidades e, no Brasil, o projeto As Vozes das Adolescentes, inaugurado em 2021, incentiva a criação de soluções para transformação das comunidades onde elas vivem. No total, ações voltadas a educação impactaram 5 mil estudantes e 143 professores, só em 2023, com destaques como o projeto Alicerce, que desde 2022 visa reduzir a desigualdade educacional de jovens negros em condições sociais desfavoráveis. No âmbito interno, grupos de recursos de colaboradores (ERG, em inglês) abrangem etnias, gênero, PCDs, gerações e LGBTQIAP+. A Diageo é outra que considera a participação dos colaboradores central em iniciativas ESG e DE&I. “O sucesso desses programas depende de engajamento desde a concepção até a implementação. A estratégia fortalece cultura organizacional, retenção e satisfação dos funcionários”, explica Gabriel Prudlik, head de ESG na Diageo Brasil. A companhia atua de forma integrada em ESG e DE&I por meio da estratégia Sociedade 2030: Espírito do Progresso, baseada em sustentabilidade Luciana Giles Gabriel Prudlik
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 15 ambiental, diversidade e inclusão e promoção de consumo consciente, que no Brasil promove a iniciativa Na Real, executada pela ONG Aliança para incentivar reflexões entre menores de 18 anos sobre o consumo precoce de bebidas alcoólicas – desde 2021, já foram impactados mais de 1 milhão de jovens, feito histórico na empresa global. No pilar diversidade e inclusão, o programa Learning for Life capacitou mais de 28 mil profissionais no Brasil e foi alcançada a marca de 50% de mulheres em liderança em nosso País. A redução de 30% do volume de água por litro de cachaça produzida e a devolução de 91% do volume consumido na fábrica para a bacia hidrográfica é um dos marcos do pilar ambiental. “Iniciativas ESG e DE&I têm impacto significativo na reputação da empresa e no desempenho de suas marcas”, diz Gabriel. O compromisso reflete-se em percepção mais positiva da marca e maior valor de mercado, além de abrir portas para novas oportunidades de negócios, que priorizam sustentabilidade e responsabilidade social, acrescenta. Indústria verde e democrática A Intel, por sua vez, conta com área de responsabilidade social desde 1996 e desde 2016 tem a área Global Impact, dedicada ao tema ESG, com visão que engloba desde fábricas verdes até contratação de pessoas, projetos de novos produtos, economia circular ou pegada energética de computadores e datacenters, cujo consumo de energia tende a crescer exponencialmente com a evolução da inteligência artificial (IA). Em 2018 foram definidas metas como em diversidade e inclusão, expandida para mais de 50 países. No campo ambiental a empresa comemora indicadores como consumo positivo de água, devolvendo ao meio ambiente mais do que gasta em fábricas como da Costa Rica, que sustenta 80% da produção de computadores para datacenter no mundo. Como não tem fábrica por aqui, incentiva programas de economia circular e parcerias. R Há 27 anos no Brasil, a ADM leva do campo à mesa um compromisso com um futuro sustentável, promovendo o bem-estar das pessoas por meio do cuidado com o meio ambiente e do acesso à alimentação. Para saber mais sobre as ações da ADM para proteger a biodiversidade e as comunidades em todo o mundo, visite: www.adm.com/en-us/sustainability/
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 16 Um deles é o laboratório movido a energia solar no meio da Amazônia, com a Dell, um contêiner com computadores parrudos e resistentes para suportar de telemedicina a educação a distância, lançado no ano passado. Cursos de educação para população de baixa renda é foco de outra parceria com a Dell e o Instituto de Oportunidade Social. O andar tecnológico em parceria com Incor sustenta cirurgias sofisticadas e projetos com startups como Ubox leva inteligência artificial a locais de escolas a hospitais, enquanto a Kenovo esmera-se em cursos profissionalizantes para jovens. “Olhamos como democratizar a tecnologia de IA”, conta Carolina Prado, diretora de Comunicação da Intel para a América Latina. Por aqui, o Centro Paula Souza (SP) desde o ano passado é alvo de metodologia de treinamento de professores como multiplicadores de conhecimentos e habilidades em IA, com foco em ensino médio e escolas públicas. O programa engloba 27 países, conta com feira de ciências mundial e no ano passado teve participação de brasileiros pela primeira vez, colocados em primeiro lugar. O País é o sexto maior no mundo em comunidade de desenvolvedores de software e abriga diversos programas de educação da marca e de parceiros apoiados por ela. Em relação a DE&I, metas globais respeitam o cenário local e incluem ter 40% dos cargos técnicos com mulheres e dobrar o número delas na liderança até 2030. “Estamos acima da média global, com mais de metade da diretoria composta por mulheres”, diz a executiva. Treinamentos na área são obrigatórios para líderes e as metas de contratação e retenção diversa são atreladas aos bônus da camada de vice-presidentes para cima. A companhia atingiu paridade salarial por gênero em 2018 e a participação de funcionárias, por exemplo, acelerou a adesão à Lei da Empresa Cidadã, que aumentou período de estabilidade para mães pós-parto e licença paternidade. Também alocou US$ 1 bilhão de dólares em 2020 para buscar fornecedores mais diversos, investindo em sua capacitação. Hard e soft skills A Mapfre dosa na comunicação conhecimentos técnicos (hard skills) e pessoais (soft skills), como empatia, colaboração, ética e habilidade para resolução de conflitos. Isso porque um dos desafios é transmitir os benefícios e valores da indústria de seguros de maneira tangível e significativa para o público. “Como o seguro é um serviço intangível, é mais difícil os consumidores entenderem sua importância até que precisem dele. Isso requer habilidades para traduzir conceitos de forma clara e acessível”, explica a diretora de Comunicação e Marketing da Mapfre Brasil Tatiana Cerezer. A abordagem centrada em storytelling e plataformas como patrocínio da Copa Conmebol Libertadores colaboram nesse sentido. A empresa lançou em junho seu Relatório de Sustentabilidade, com desempenho nas questões ESG em 2023. Os resultados no Brasil incluem redução de 40% na pegada de carbono, com 23% menos consumo de energia e substituição de 71% da frota por veículos híbridos. Em governança e negócios, realizou análise para identificar produtos com características sustentáveis no portfólio e fortaleceu modelo de análise ESG para grandes riscos. A estratégia global de sustentabilidade resultou na criação de plano 2022-2024, com deCarolina Prado
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 17 finição de posicionamento estratégico sobre ESG e negócios integrados aos compromissos globais de sustentabilidade. Com a adesão aos princípios da Onu Mulheres, em 2020, assumiu o compromisso de assegurar a elas 45% dos cargos de gestão e já alcançou 41% no Brasil – no quadro de colaboradores o índice é 58,53%. Até o final deste ano (2024) deve ser lançado o plano de redução de disparidades salariais por gênero. Na área social foram promovidas iniciativas como a inclusão e acessibilidade de seguros por meio dos projetos Mapfre Sênior, primeiro seguro empresarial para instituições de longa permanência de idosos (ILPI), e Mapfre na Favela, também pioneiro que reconhece a importância de empreendedores da comunidade na economia e geração de renda locais. Internamente, só este ano (2024), seu programa de voluntário registrou crescimento de 138% em ações realizadas até junho último, com 117 iniciativas, em relação ao mesmo período do ano anterior. Tatiana Cerezer Responsabilidade que impulsiona o futuro Estamos comprometidos com a educação, o meio ambiente e a igualdade de oportunidades, sempre buscando construir comunidades mais fortes e um futuro sustentável. Essa é a jornada Cummins por um mundo mais próspero. www.cummins.com Cummins Brasil
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 18 Extensão dos propósitos à cadeia produtiva Para Regina Teixeira, diretora sênior de Assuntos Corporativos da PepsiCo, em uma empresa-cidadã o compromisso com impacto socioeconômico e ambiental está no cerne do negócio e faz parte de seu modus operandi, em jornada contínua de esforços para impacto positivo e duradouro para a sociedade. A companhia tem, desde 2021, sua estratégia PepsiCo Positive (pep+), nome dado à transformação que a companhia traz para o negócio, de ponta a ponta, criando crescimento e valor ao mesmo tempo em que inspira mudanças positivas para o planeta e para as pessoas. Essa estratégia é dividida em três pilares: agricultura positiva, cadeia de valor positiva e escolhas positivas. A ideia é criar ainda mais força para o negócio e, ao mesmo tempo, inspirar mudanças positivas no Brasil e no mundo. Boas práticas nos três pilares vêm sendo implementadas mesmo antes do termo ESG entrar para o vocabulário diário e ganharam maior protagonismo ao longo do tempo, com a missão de contribuir para que as iniciativas sejam cada vez mais eficientes e reflitam o conceito amplo de ESG. “A PepsiCo, como líder no setor de alimentos e bebidas, tem usado a sua capilaridade e força das marcas para potencializar toda uma jornada de transformação na cadeia de valor – desde a origem dos nossos alimentos, no agro, passando pela manufatura até a distribuição e a logística reversa. Nossa visão é ajudar a moldar um futuro mais sustentável, tendo as pessoas como centro e, assim, proporcionar crescimento e valor para todos” diz a executiva Para que seja de fato impactante, essa responsabilidade deve envolver todo o ecossistema de uma companhia, segundo Regina. Isso inclui o engajamento de clientes, consumidores, fornecedores e parceiros de negócio em geral. As iniciativas i pep+ são muitas e, no Brasil, os esforços tem se voltado principalmente para agricultura regenerativa, energias renováveis e economia circular. A empresa adquire cerca de 450 mil toneladas de insumo agrícolas ao ano, mais de 99% provenientes de produtores locais, e hoje conta com 97 produtores parceiros em seu programa de agricultura sustentável (SFP, na sigla em inglês), incluindo 72 produtores de coco na Bahia e Pernambuco e 25 de batata em seis estados, uma atuação estratégica para enfrentar mudanças climáticas, escassez de recursos e, ao mesmo tempo, aumentar a sustentabilidade do negócio. No campo da transição energética, a meta é alcançar NetZero até 2040 com apoio de medidas como a instalação de usinas termossolares nas fábricas e o uso do biometano como combustível, tanto para a produção fabril como para o abastecimento de caminhões movidos a gás. Além disso, parte da frota da companhia é elétrica ou a gás e a implementação de projetos inovadores, com painéis fotovoltaicos na parte Regina Teixeira
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 19 superior da carroceria de caminhões, auxilia no carregamento da bateria do veículo. Por fim, em economia circular, a estratégia está focada em impulsionar a cadeia de reciclagem, reduzir o uso de plástico virgem e desenvolver materiais alternativos para compor suas embalagens. A atuação em reciclagem também prioriza o impacto social, com todas as oportunidades geradas aos cooperados. A meta relacionada a resíduos é reduzir o uso de plástico virgem em 50% no portfólio global de alimentos e bebidas até 2030 e de usar, no mínimo, 50% de conteúdo reciclado nas embalagens de plástico. Além disso, como a adoção do papel cidadão é um movimento transversal em todas as frentes de atuação, outro exemplo é a meta global corporativa de aumentar o acesso a alimentos nutritivos para 50 milhões de pessoas até 2030. Dentro desse tema de segurança alimentar, a equipe do Brasil uniu-se em projeto multifuncional e foi pioneira, neste ano (2024), ao lançar o “Arroz” de Aveia Quaker, primeiro produto social da companhia no mundo com 100% do seu lucro revertido para comunidades em situação de vulnerabilidade. Para isso, a companhia uniu-se à ONG Amigos do Bem, que impacta diretamente famílias do Nordeste do Brasil, e engajou diversos elos para viabilizar o acesso ao produto, envolvendo colaboradores, clientes e parceiros de negócio em torno de um propósito maior, o combate à fome. A comunicação apoia as ações com transparência, diálogo em feedbacks para avaliação de tópicos de interesse, monitoramento de campanhas e engajamento dos públicos. Como empresa agroindustrial, é imprescindível comunicar às pessoas a origem do nosso portfólio de alimentos, que conta com ingredientes naturais, provenientes do campo, e chegam às prateleiras por meio de uma cadeia de valor positiva. Relacionamento próximo com stakeholders visa engajamento e sua própria identificação nas ações, enquanto o poder das marcas é usado para envolver consumidores em causas relevantes, do
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 20 combate à fome à luta por uma sociedade mais igualitária e inclusiva. O exemplo mais recente foi a presença no Rock in Rio 2024. Pela terceira vez consecutiva, a marca DORITOS® venceu a categoria Patrocinador do Prêmio Rock in Rio Atitude Sustentável 2024, por suas iniciativas em promover a diversidade, a liberdade e a inclusão. A marca ainda ganhou destaque por promover o Centro de Serviços de Acessibilidade, espaço para tornar a experiência das Pessoas com Deficiência (PCDs) mais inclusiva, confortável e segura. Em outras iniciativas recentes para promover DE&I, Doritos patrocinou o Festival Feira Preta, a fim de contribuir com a valorização e desenvolvimento da comunidade negra e lançou o edital Impacto Black, para impulsionar a atuação de instituições, coletivos e projetos sociais sem fins lucrativos liderados por pessoas negras por meio de aporte financeiro, treinamentos e capacitação. “Para promover a transformação que precisamos, pensamos no impacto de ponta a ponta e desde a concepção de cada iniciativa até a forma como ela é viabilizada. Isso só é possível com o envolvimento e mobilização de vários atores da sociedade – é este o caminho que estamos seguindo em nossa jornada”, conclui Regina. Nacionais em destaque As empresas nascidas no Brasil não ficam atrás no que diz respeito à cidadania e sustentabilidade. Pelo contrário. A Gerdau, por exemplo, é a maior recicladora da América Latina e usa sucata como matéria-prima para produzir cerca de 70% do aço que fabrica. A indústria transforma 11 milhões de toneladas de sucata em diversos produtos de aço a cada ano, evitando a emissão de 1,5 tonelada de GEE gases para cada tonelada de sucata reciclada, com uma das menores médias de emissão de GEE no setor – cerca de 0,86 toneladas por tonelada de aço, metade da média global de 1,91 GEE por tonelada. Maior empresa brasileira produtora de aço, além de ser uma das principais fornecedoras de aços longos das Américas e de aços especiais no mundo, a brasileira global produz também minério de ferro para consumo próprio e é a maior produtora de cartão vegetal do planeta, com mais de 250 mil hectares de base florestal em Minas Gerais. Seu Squad ESG acompanha o Scorecard – com indicadores que compõe a remuneração variável de executivos –, monitora tendências, avalia seus impactos no negócio, oferece apoio técnico às operações e participa de discussões estratégicas no Comitê de Estratégia e Sustentabilidade, com representantes de diversas áreas e reporte ao CEO da companhia. A meta para 2031 é reduzir ainda mais as emissões escopos 1 (emissões diretas de fontes que a empresa possui e controla) e 2 (emissões indiretas pelo uso de energia), com ampliação do uso de sucata ferrosa, área florestal e energia renovável, como parques solares no Brasil, por meio do investimento na plataforma Newave Energia, e nos Estados Unidos. No ano passado a Gerdau investiu R$ 1,1 bilhão em tecnologias que aprimoram o desempenho ambiental das operações, com foco em proteção de ar, água e solo, especialmente na mineração. O Scorecard expõe indicadores ESG priorizados pela matriz de materialidade, como redução da pegada de carbono, uso de recursos naturais e promoção de economia circular, com eficiên- Pedro Torres
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 21 cia energética, redução de resíduos, fortalecimento de comunidades, presença de mulheres em cargos de liderança, qualidade de vida dos trabalhadores e estrutura sólida de compliance, ética e transparência para garantir integridade e responsabilidade corporativa. “Promover cultura inclusiva melhora o desempenho operacional e reflete positivamente na sociedade e no mercado”, constata o diretor Global de Marca, Comunicação e Relações Institucionais Pedro Torres. O maior projeto social da história da empresa nasceu em 2021 com investimento inicial de R$ 40 milhões da companhia, o Reforma que Transforma. Dedicado a promover reforma de residências, inclusive de colaboradores, abrange 13 territórios com meta de entregar 13 mil reformas para moradia digna, saudável e segura para mais de 50 mil pessoas de baixa renda com habitações inadequadas em dez anos. As famílias podem participar por meio de doação integral da reforma ou financiamento a juros abaixo de mercado e o impacto da iniciativa inclui capacitação de parceiros executores e fornecedores locais. No ano passado a empresa investiu R$ 59,6 milhões, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas com o envolvimento de 7,5 mil voluntários e apoio a 3,8 mil negócios. Só o Reforma que Transforma beneficiou mais de 2 mil pessoas. O projeto Favela 3D recebeu mais de R$ 5 milhões para levar dignidade, digitalização e desenvolvimento a favelas, beneficiando inicialmente a Haiti, em São Paulo (SP), e a Morro da Previdência (RJ) em conjunto com a ONG Gerando Falcões e outros parceiros. No campo DE&I, um destaque são as mulheres em lideranças. O compromisso da Gerdau, com 30 mil colaboradores diretos e indiretos, é chegar a 28% de participação ainda este ano. A agenda mira ambiente inclusivo e diverso que reflita a sociedade e permita inovação. Estratégia definida no ano passado (2023) inclui objetivos como aumentar a diversidade e representatividade, construir ambiente e cultura inclusivos e Jogando Junto Abra sua conta. Com o Itaú Empresas, você conta com um parceiro que entende a necessidade de cada cliente. Eduardo Rocha Filho, VRZ Blindados / Isabela Akkari, Isabela Akkari / Raul Matos, Biscoitê / Clemilson Correia, Buysoft 1332-34880_An Jogando Junto_210x140 OpA.pdf
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 22 gerar impacto positivo e legado duradouro, com o tema incorporado em tomadas de decisão. Embora as iniciativas de responsabilidade social e ambiental contribuam para imagem e reputação positivas, a Gerdau define estratégias não só com foco financeiro, mas buscando garantir operações sustentáveis a longo prazo, com ambição de se tornar carbono neutro até 2050, e também de garantir estratégias para assegurar perenidade e crescimento sustentável. Isso inclui soluções avançadas na produção que contribuam efetivamente para a descarbonização do planeta. A comunicação reflete o compromisso da Gerdau com a transparência e reconhece colaboradores como espinha dorsal e embaixadores da marca, priorizando seu acesso a informações para fortalecer o engajamento, alinhar equipes com objetivos e valores corporativos, fortalecer o ambiente de trabalho, impulsionar a valorização e a união de equipes e alcançar objetivos de negócios. Além disso, mesmo sendo uma empresa com clientes corporativos (B2B), a companhia busca “descomoditizar” a indústria do aço e situar a marca perante setores de interesse com presença em eventos e iniciativas voltadas ao público em geral. Um exemplo foi levar pela segunda vez consecutiva seu aço 100% reciclável ao Palco Mundo, no Rock in Rio 2024, com reutilização do aço empregado no palco de 2022, oportunidade que também foi aproveitada para que a companhia pudesse expor à sociedade compromisso ambiental e processo que gera renda para inúmeras famílias. “O impacto vai além do festival, a cenografia pode ser usada em outras construções como casas e edifícios”, detalha Pedro. Habitação e reconhecimento Na seara habitacional a MRV&CO tem sido um dos principais destaques do País. A holding responde por uma plataforma de soluções habitacionais com cinco empresas voltadas à oferta de moradia, sejam apartamentos prontos ou em planta (MRV e Sensia), terrenos em loteamentos (Urba), aluguel (Luggo) e Resia (EUA). Os pilares ESG refletem-se em diferentes frentes para tomada de decisão, compromissos e reconhecimentos pelo mercado. Desde 2016 a companhia é signatária do Pacto Global da Onu, selo Ouro do GHG Protocol Brasil, certificando seu inventário corporativo, e participante da carteira ISE B3. Pelo segundo ano consecutivo compõe a carteira Idversa B3 e foi selecionada para integrar a carteira do Índice Carbono Eficiente da bolsa (ICOB3). É também signatária dos movimentos NetZero (com objetivo de reduzir 2 gigas de toneladas de GEE até 2023) e +Água (cuja meta é garantir acesso a água potável a 99% das pessoas até 2030 e esgoto até 2033), além de embaixadora do 100% Transparência. Em 2021 a companhia assinou compromisso para redução de GEE com a SBTi (Science Based Targets Iniciative). No ano passado (2023), inaugurou sua segunda usina solar em Lapão (BA), que junto da usina de Uberaba (MG), inaugurada em 2021, geram quase 1.500.000 kWh/ano – em outra frente, o OCA Solar Energia oferece capacitação gratuita para que pessoas em situação de vulnerabilidade qualifiquem-se para instalação de sistemas fotovoltaicos. O Instituto MRV, braço social do grupo, foi criado em 2014 para apoiar programas e projetos na área da educação e já proporcionou opor- José Luiz Esteves da Fonseca
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 23 tunidades para mais de 2,8 milhões de pessoas. Um dos principais objetivos é alcançar 100% de alfabetização de colaboradores, com quase 5 mil profissionais da construção civil formados pelo Programa Escola Nota 10, criado pela MRV. Hoje são 18 escolas em funcionamento, mais 18 em implantação, com meta de fechar o ano com 49 escolas e 783 alunos. O CEO Eduardo Fischer atua como embaixador da ODS 11 – Cidades Sustentáveis pelo Pacto Global Brasil. Na seara do meio ambiente, a MRV&CO investiu R$ 6 milhões no plantio de 104,7 mil árvores, só em 2023. Em 2022, o compromisso de igualdade de gênero (ODS 5) estabeleceu meta para aumentar em 50% ao ano a presença de mulheres nas operações até 2025, sobre a base de 21% de participação de 2021, o que equivale a elevar a representatividade feminina em cargos de liderança de 37% para 45%. Além disso, o Relatório Anual de Sustentabilidade, publicado desde 2012, reforça o compromisso com a agenda ESG ampla. “Temos importância no mercado como agente de transformação e impulsionadores de discussões, com reconhecimentos como ser referência no setor de construção civil e no mercado como marca empregadora”, diz José Luiz Esteves da Fonseca, gestor executivo de relações institucionais e sustentabilidade da MRV&CO. Um dos destaques entre canais abertos para comunicação com diferentes públicos é o programa Vizinho do Bem, para diálogo e implementação de ações de impacto com as vizinhanças de canteiros de obras. As medidas incluem de comunicação fluida a paisagismo sustentável e criação de espaços como quadras, playgrounds e centros comunitários; acompanhamento de contrapartidas acordadas com o poder público; e capacitação e contratação de mão de obra local, entre outras soluções definidas de acordo com perfil de cada localidade a partir de mapeamento da região e aproximação com moradores. Em 2023, foram sete territórios e 14 mil pessoas impactadas. Preocupação com territórios A preocupação com territórios é central também para a Eletrobras. A empresa de energia é a que mais se relaciona com povos indígenas no Brasil: são 35 etnias em 64 terras indígenas e, ao longo dos anos, a atuação indigenista foi reforçada com programas de etno-desenvolvimento junto a comunidades. “Com isso contribuímos com a proteção de algumas das áreas mais preservadas do País. As terras indígenas em nosso portfólio de relacionamento apresentam cobertura natural preservada acima de 98%”, ressalta a diretora de sustentabilidade Salete Viana da Hora. Com operações de geração e transmissão de energia nos principais biomas brasileiros, o programa de Germoplasma Florestal, desenvolvido na Usina Hidrelétrica de Tucuruí (PA) mira conservação da biodiversidade amazônica por conservação de áreas de coletas de sementes florestais e contribuição com sementes e mudas para o reflorestamento da região. Em 2023 foram doadas mais de 1 milhão de sementes e 60 mil mudas, equivalente ao reflorestamento aproximado de 186 hectares. A empresa adota práticas sustentáveis desde a sua fundação, há 62 anos, e contribui para a matriz energética brasileira ser uma das mais limpas do mundo, com capacidade instalada formada por 97% de fontes de energia renovável. Com visão de liderar agendas de mudanças climáticas e transição energética para economia de baixo carbono, investe em inovação para apoiar a jornada de descarbonização de sua cadeia de valor. Seu plano estratégico inclui atuação estruturada em direitos humanos e atualmente a companhia conduz a primeira Avaliação de Impactos de Direitos Humanos (AIDH) do setor elétrico brasileiro focada em ativo hidrelétrico no Nordeste, além de liderar o grupo de trabalho do tema para o setor elétrico e energético do Pacto Global da ONU no Brasil.
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 24 Em relação à área ambiental, no ano passado a Eletrobras assumiu compromisso de atingir emissões líquidas nulas de GEE até 2030, com desinvestimento em usinas térmicas, abatimento de emissões de escopo 2 com certificados de energia renovável e compensação com créditos de carbono de ações de reflorestamento. “Avançamos no processo de venda do portfólio de térmicas a gás do grupo Eletrobras e concluímos em 2023 a venda do complexo termelétrico de Candiota (RS), único ativo a carvão do grupo, que representava cerca de um terço de suas emissões totais”, assinala Salete. Hidrogênio verde As vendas devem ser acompanhadas de novos investimentos em fontes renováveis, como solar, eólica e de hidrogênio verde (H2V). Atualmente, contamos com uma planta de produção de H2V na usina hidrelétrica de Itumbiara (2 mil MW), na fronteira de Minas Gerais (MG) e Goiás (GO), que utiliza energia solar e hídrica para garantir o funcionamento 24 horas do eletrolisador. A planta foi a primeira do tipo a entrar em operação no Brasil, em 2021, tendo ultrapassado 3 toneladas de hidrogênio renovável produzido. Em outra frente, como diz Salete, “temos ampliado nossa participação no mercado de emissão de certificados de emissão e comercialização de I-RECs para beneficiários finais, traders ou até abatendo nossas próprias emissões de gases de efeito estufa. E também criamos o primeiro certificado 100% brasileiro o Recfy, com tecnologia blockchain (a mesma que sustenta criptomoedas) e é alternativa para abatimento de emissões de escopo 2 de seus clientes”. Na área social, além do investimento de R$ 22,3 milhões em projeto, doações, patrocínios e voluntariado, o foco volta-se ao fortalecimento de ações de segurança ocupacional. A empresa possui diversidade imensa – regional, de tradições e conhecimentos – e busca evidenciar o que os profissionais têm em comum e estimular individualmente o propósito corporativo: “Cuidar do planeta entregando a energia em que a gente acredita”, diz a executiva. “Por meio de nossa cultura, chamada Nossa Energia, estamos atentos em internalizar o tema em todos os subsistemas de recursos humanos, da atração até aprendizado e desenvolvimento”, acrescenta Salete Viana da Hora. Pesquisa bienal e monitoramento mensal com stakeholders em parceria com a The Rep Trak Company ajuda a mensurar a reputação da companhia, com o ESG diretamente conectado a pilares como cidadania, conduta e ambiente de trabalho. Iniciado em 2022, os indicadores evoluíram com destaque para a vertente governança. A área de comunicação, por sua vez, suporta a empresa em suas relações, com transparência e diálogo, desde a publicação de relatório anual ao relacionamento com comunidades, até na implementação dos planos de atendimento a emergências (PAEs) com listas de contatos e informações para autoridades de proteção e defesa civil como apoio a planos municipais. Mais um que se esmera no setor de energia e fundamenta sua atuação no compromisso com comunidades onde está inserido é o Grupo Energisa. Com quase 120 anos de história, investe em programas de capacitação com formações gratuitas, como cursos para eletricistas, com o programa Escola para Eletricistas e Geração Energia, além do fomento de turmas especificamente para mulheres, visando diversidade e inclusão. Outra vertente é a formação para desenvolvedores em tecnologia da informação (TI) com o programa Rio Pomba Valley, com visão de tornar a Zona da Mata mineira um hub de inovação e criatividade. “O sucesso dessa iniciativa é evidenciado pela empregabilidade de 82% dos alunos formados na turma de 2022”, conta Daniele Salomão, Salete Viana da Hora
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