DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 10 Conhecida por ser a primeira pessoa transexual a conquistar o direito de usar seu nome social na certidão da OAB/SP – Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, Márcia é advogada, empresária, ativista e defensora da inclusão da comunidade LGBTQIAP+ no mercado de trabalho. “Se pensarmos em termos de Brasil”, diz, “a grande maioria dessas pessoas integra grupos minoritários e excluídos do ambiente corporativo, situação muito nociva para a sociedade. Nós precisamos melhorar. Só para dar um exemplo, 56% das pessoas são negras, 52% são mulheres, e existe, ainda, a população LGBT, índios, orientais, pessoas de religiões afro-brasileiras, que não têm acesso a uma educação de qualidade e nem ao mercado de trabalho, apesar de constituírem uma população representativa. Precisamos rever esses conceitos porque o Brasil precisa de mão de obra qualificada e diversa”, diz. Para a advogada, o assunto Diversidade, Equidade e Inclusão pode até estar sendo bastante discutido, mas ainda não é possível afirmar que isso torna o mercado, principalmente o da Comunicação, um exemplo nessa direção. A proporção continua desigual, e é preciso avançar.” Márcia acentua a falta de diversidade nesse e em inúmeros outros mercados e segmentos. “Entendo que estamos em um momento de aprendizado e mesmo continuando a enfrentar tabus não há como negar avanços nas discussões e nas ações e políticas implementadas.” Segundo seu ponto de vista, o debate e as ações precisam avançar à luz da racionalidade. E entre os avanços que já são uma realidade, ela cita as propagandas e o próprio jornalismo, que têm aberto espaços mais diversos, embora ainda em percentuais muito aquém do universo da população de negros, mulheres, pessoas LGBT. Discurso e prática são importantes e precisam ser coerentes e consistentes, passando longe dos chamados modismos. Só dessa maneira as marcas serão reconhecidas e respeitadas pela sociedade. É por isso que a advogada insiste em enfatizar que “as empresas precisam levar o tema a sério, entender as questões que o envolvem e partir para a efetivação de ações afirmativas, abrindo oportunidades de trabalho, contratando, tendo posturas inclusivas e se engajando e se comprometendo com a solução”. O caminho é longo e há muito o que fazer para a naturalização dos grupos minoritários ou minorizados, mas Márcia entende que o avanço é visível. Ainda há muito o que se fazer, um longo caminho a percorrer, na visão de Márcia, mas, segundo entende, “o importante é que esses primeiros passos, embora tímidos, são uma realidade e empurram as organizações na direção da construção de uma sociedade mais diversa, inclusiva e igualitária. Márcia Rocha é bacharel em Direito pela PUC-SP desde 1989. Desde a infância já se identificava com o gênero feminino, mas foi somente aos 45 anos que decidiu iniciar seu processo de transição. Atualmente, ela faz parte do Comitê Márcia Rocha, ativista, fundadora e coordenadora do Projeto Transempregos
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