Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 36 Estamos deixando para trás aos poucos, enfim, aquilo que nos desafiou por tantos meses, mas levare- mos aprendizados que certamente já fazem e nos farão cidadãos e profissionais melhores e mais resilientes. Não seria diferente com a Comunicação Empresarial. Se já não havia dúvidas sobre o papel transformador da área, a pandemia pôs diariamente à prova a capaci- dade de nosso setor em inovar para informar, engajar stakeholders, gerar valor e proteger a reputação de profissionais, empresas e segmentos. Ser “low” ou “no profile” são opções que ficam no passado para as empresas, tanto com seus colaboradores quanto com seus públicos externos. Durante a pan- demia, a sociedade deixou claro que espera por protagonistas – organizações que discutam abertamente, sejam ágeis, demonstrem evolução, empáticos, construam soluções de forma conjunta e que levem seus posicionamentos para a prática. Esse movimento sem volta exige da Comunicação Empresarial, contudo, muito mais do que tecnologia e agilidade. É fundamental que consigamos, cada vez mais, dialogar, construir pontes, humanizar e, realmente, sermos parte da sociedade. Vimos isso na prática: de empresas antes tímidas que passaram a ser referência em boas práticas a grandes companhias que por meio da Comunicação foram parte da solução aos vários desafios que a pandemia apresentou. É aí que está, a meu ver, o legado que a Comunicação na pandemia deixa para a empresas. O desafio que temos à frente é tão complexo quanto o que estamos deixan- do, mas ao começarmos a enxergar a volta do “normal” – seja ele o velho ou o novo –, temos a oportunidade de seguirmos um caminho que demonstre, de fato, o impacto positivo de nossas organizações para o coletivo. Bons exemplos não faltam. Thiago Coletti Coordenador Sênior de Comunicação na Yara Brasil Fertilizantes Os consumidores conectados no mundo digital se engajaram maciçamente na discussão destes temas e passaram a exigir um posicionamento claro das empre- sas em relação a cada um deles. Se antes as marcas optavam por adotar posições neutras ou imparciais para fugir de polêmicas, hoje o engajamento transparente nas discussões tornou-se obrigatório, com impacto direto na reputação. Entramos em uma nova era da comunicação, em que o storytelling se transfor- ma em storydoing . Causa e propósito passaram a ser elementos sustentadores de qualquer estratégia de marca. Afinal, não adianta mais ter só uma boa história. Essa história tem de ser genuína, autêntica. A credibilidade passou a ser sus- tentada pela verossimilhança. Porque as nossas histórias serão desenroladas ao vivo, online. Nossas marcas e produtos exprimindo os valores da organização, conectando-se e interagindo com o público. O consumidor está cada vez mais exigente. Ele não aceita mais conversa fia- da. Está à procura de transparência e coerência da marca em todos os pontos de contato. A comunicação hoje faz parte da experiência do cliente. De nada adianta ter o melhor produto e oferecer o melhor serviço ao menor preço, se a marca não se posicionar frente aos temas emergentes, se não for coerente ao demonstrar seus valores na comunicação, oferecendo conteúdo relevante e engajando-se em discus- sões que evidenciem seu papel social. Como já dizia o ditado, à mulher de César, não basta ser honesta, ela tem de parecer honesta.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=