Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 20 anos na companhia, manti- nha atividade acadêmica com aulas em graduação e pós graduação e percebia o vácuo entre a necessidade profis - sional e a formação educa- cional. Um convite o levou à Motorola, então começando a produzir celulares no Bra- sil. De lá transferiu-se para o grupo Telefônica e, na sequ- ência, foi para a Gerdau, no Sul, onde teve a oportunida- de de estruturar a área global de comunicação, espelhando o movimento de criação das multinacionais brasileiras. A experiência permitiu, depois de anos atuando em filiais e seguindo determina - ções de matrizes, assumir o papel inverso, de levar para 14 países conhecimentos e formatos de comunicação acumulados no Brasil. Há dois anos voltou para a Telefônica | Vivo, agora como VP da em- presa que soma 97 milhões de clientes no País. Ali dirige uma equipe de 130 pessoas, 30 delas em comunicação. A escalada, além de simbolizar o avanço na importância da comunicação ao longo dessas décadas, foi reconhecida em 2018, quando foi um dos agraciados com o Prêmio Aberje de Personalidade do Ano. Renato observa que se a reputação no passado tangia a filosofia, hoje é ativo para atrair e reter talentos, obter me - lhores condições de financiamento, atrair parceiros e sócios e, claro, clientes. Com isso, a co- municação atua com mais pú- blicos (ou stakeholders ) do que antes – entre eles, uma das no- vidades são os influenciadores –,em um movimento que pas- sou de centrífugo, partindo da empresa para a sociedade, para centrípeto, com forças da sociedade que levam à empre- sa a criar produtos, interagir de determinada forma ou es- truturar programas como os de diversidade. “A construção e a manutenção de uma boa reputação tornaram-se mais complexas em um mundo de redes sociais no qual cada in- divíduo é potencialmente um broadcaster , comenta. Há um outro aspecto em Gasparetto, que merece aten ção: sua dedicação às causas e às instituições profissionais. Ainda muito jovem, foi um dos integrantes da Comissão de Jornalistas em Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que foi uma das principais responsáveis pela valorização da ativida- de e dos profissionais. Também na Aberje deixou sua marca, ao integrar a diretoria e a de ser um dos interlocutores para a chegada de Ruy Altenfelder à Presidência da instituição, o segundo movimento, depois da participação de Miguel Jorge, para elevar o prestígio da entidade, que pela primeira e única vez foi presidida por um empresário. W alter Nori foi durante anos um dos expoentes da comunicação empresarial no Brasil. Passou por empresas jornalísticas, governo e acabou aportan- do na atividade sempre em organizações de ponta e em fun- ções de liderança, de direção. E por onde passou deixou sua marca de profissional que busca valorizar o diálogo, a via de mão dupla, a transparência. Assim foi na Rhodia, na Hill and Knowlton, na Souza Cruz, Scania e Embraer, até que decidiu seguir com sua própria agência, a WN&P, hoje desativada. Seu grande e histórico legado foi o projeto Portas Abertas, que liderou na Rhodia e que virou por anos o grande ben- chmarking da atividade de comunicação para dez, entre dez comunicadores. “A comunicação institucional, corporativa ou empresarial, o nome que se queira, começou de fato a acontecer depois do fim da ditadura”, diz Nori. Jornalista, também formado em relações públicas, ele chegou à Rhodia em 1982 depois de passar por jornais como O Globo e Folha de S.Paulo e pelas áreas de comunicação do Consulado Britânico e do secretá- rio de Agricultura do Governo Laudo Natel (SP). Na empresa, criou o premiado plano de comunicação que acabou sendo, depois, registrado em livro em co-autoria com Célia Valente, Portas Abertas – A Experiência da Rhodia: Novos Caminhos da Comunicação Social na Empresa Moderna. A marca era famosa junto ao público na área de moda, por causa de des- files promovidos em feira da indústria têxtil nos anos 1960 e Portas abertas é com ele © Ivson Miranda Renato Gasparetto Jr