Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial
DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 11 A AAB, como aqui já se disse, deu vários frutos, tanto para si, quanto para o mercado. Na cota dos frutos para si, está a expansão dos negócios em diferentes mercados. E uma das pessoas que lá estiveram e encararam a missão foi Lalá Aranha , que fundou as filiais da agência em Brasília (DF) e Porto Alegre (RS), num momento em que o movimento de chegada das multinacionais ao País acabou, paradoxalmente, provocando o fim da própria AAB, que, por sua pujança e estratégica atuação no Brasil, chamou a aten- ção das multinacionais e acabou adquirida pela Ogilvy. Lalá até acabou beneficiando-se do negócio, pois foi convidada e assumiu a Presidência da Ogilvy PR em 1990. “Uma passa- gem, que considero importante e hilária, foi no início de mi- nha gestão. O presidente da Shell, Robert Broughton, fez um almoço em minha homenagem com sua diretoria. E no seu speech falou: “Lalá tem construído as relações da Shell com os formadores de opinião da imprensa, da igreja, do mundo acadêmico e artístico, dos ambientalistas, mas tem uma rela- ção que ela não tem conseguido atingir: as sexuais”. Foi um riso só, diz, e ficou no folclore, porque hoje talvez isso não acontecesse, já que estamos em outros tempos. Seis anos depois, ela fundou com os ex-colegas da Ogilvy Clóvis Calia e Ronaldo Assumpção, além de Elmer Pereira, a agência de publicidade CaliaAssumpção e Associados, fican - do responsável pela comunicação corporativa para os clien- tes. Ela conta que uma das dificuldades iniciais da atividade era a obtenção do registro no Conferp, entidade que surgiu no Brasil em 1971. Com curso de jornalismo incompleto, Lalá formou-se em RP em 1984, mas vê que a barreira persiste. Autora do livro Cartas a um jovem relações públicas, ela re- gistra três movimentos que marcaram o setor. O primeiro avanço, protagonizado por empresas públicas e privadas que começaram a contratar RPs e jornalistas, com a criação de departamentos de comunicação organizacional, social, in- tegrada, corporativa, com o fim de trabalhar a imagem em - presarial. Outro foi o movimento da Aberje, fundada em 1967, as- sociação de jornalistas de empresas, que adotou o mote da comunicação corporativa e ajudou a moldar a atividade com as características atuais. E o terceiro, foram a criação dos códigos do consumidor, da criança e adolescente, do idoso, a definição de diversidade e a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade. “Com pressões externas, as organizações começaram a for- mar seus núcleos de stakeholders e trabalhar a comunicação de mão dupla”, observa. Além da Aberje, Lalá destaca a abertura da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) para todas as ativida- des profissionais que trabalham na área e a publicação do Anuário da Comunicação Corporativa da Mega Brasil, além de profissionais como Yara Peres – uma das fundadoras da CDN, onde Lalá também trabalhou –, Elisa Prado (atualmen- te na Vivo), Sandra Martinelli (na Associação Brasileira dos Anunciantes), Suzel Figueiredo (pesquisas da Aberje) e a jo- vem doutora Carolina Terra, mestra em livros e cases de RP em tecnologia da informação. Ela deu vida à AAB em Brasília e Porto Alegre entidade para fortalecer o mercado, com atuação profissio - nalizada e focada nas empresas”, lembra Gisele. Foi daí que surgiu o embrião da Abracom, com perfil pro - fissionalizado e cursos como formação de preços para os re - cém-empresários. Um dos resultados foi trazer para a área da comunicação nova possibilidade de educação continuada, comportamento fundamental para acompanhar a comple- xidade social do mundo contemporâneo. Precisamos ter ca- pacidade de acompanhar as tendências, estudar a gestão de digital, sociologia, novos ferramentais ou cenários, diz. Lalá Aranha
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