Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 54 Omaior ativo de uma marca é a sua reputação. E, emmomentos críticos como esse pelo qual estamos passando, nada tem mais valor. Os últimos seis meses foram extremamente desafiadores para todos nós. Em conversas com vários de nossos clientes, não me cansei de perguntar: como a sua empresa quer ser lembrada depois que tudo isso passar, pelo que ela fez ou pelo que deixou de fazer? Isso é construção de reputação, é o propósito corporativo colocado em prática. A reputação de uma marca, hoje, está diretamente ligada à sua capacidade de impactar positivamente a sociedade. Se nos últimos anos as empresas já vinham sendo pressionadas pelos seus consumidores a se posicionarem sobre temas relevantes, como sustentabilidade, responsabilidade social, por exemplo, com a pandemia a pressão aumentou de forma exponencial, exigindo respostas cada vez mais rápidas e efetivas para os problemas e dores da população. O propósito corporativo precisou sair do papel e virar ação. Saiu do marketing e da comunicação para a cadeira do CEO. Nunca valeu tanto! E ganhou tanta relevância, que, pela primeira vez, vimos o Jornal Nacional mudar sua política comercial e citar nominalmente as empresas em uma agenda positiva, em um quadro criado para dar visibilidade às ações realizadas pelas organizações para minimizar os efeitos da pandemia junto à população. A In Press Porter Novelli divulgou estudo recente feito pela Porter Novelli, rede global da qual faz parte, mostrando a importância de um Propósito Corporativo para os negócios, sob a ótica de líderes do setor. OExecutive Purpose Studydestaca que 89% dos gestores acreditam que as empresas com um propósito claro têm vantagem competitiva no mercado e 73% se sentem capacitados para resolver problemas sociais urgentes. Em meio a toda essa crise – sanitária, social e econômica – as organizações precisaram parar para refletir sobre o seu real propósito. E, rapidamente, tiveram que arregaçar as mangas e contribuir para atenuar os problemas causados pela pandemia e para a construção de um mundo menos desigual. Se quisermos ver mudanças reais no cenário pós-Covid, precisamos, de uma vez por todas, colocar as pessoas e a sociedade em primeiro lugar. Talvez seja esse o grande aprendizado que a pandemia nos deixará.  Propósito corporativo Kiki Moretti, CEO do Grupo In Press Um ano transformador. Se há um adjetivo que ficará para 2020, este, sem dúvida, é um deles. Trouxe à tona, além da nossa vulnerabilidade enquanto espécie, questionamentos sobre valores e processos. Por outro lado, apontou caminhos antes pouco tangíveis, mas sem dúvida fundamentais para a nossa evolução pessoal, profissional e empresarial. Temos participado de discussões nacionais e internacionais e ouvido analistas que afirmamque haverá mudanças sociais profundas. Nossa forma de conviver vai mudar, as pessoas vão pensar melhor em seus hábitos de consumo, deslocar-se menos e consumir mais perto. Vamos ter maior percepção da nossa interdependência. Vamos valorizar o simples, direto, o que é local, o que é essencial e importante para cada um. A comunicação e o marketing - Por ora, o que parece realmente certo é que, na forma das marcas e empresas comunicarem-se com seus consumidores estakeholders , a mudança é mais de velocidade e intensidade que de direção. Antes da pandemia as marcas já estavam trabalhando para dialogarem de forma significativa e manterem-se próximas de suas audiências. Isso não muda, só vai se acentuar. Os produtos e marcas terão que se inserir nas conversas através de linguagem e valores compartilhados com os consumidores. Há desafios tecnológicos e logísticos, mas tam - bém oportunidades para omerchandisinge oe-commerce. As prioridades e hábitos de consumo vão mudar – e espera-se que alguns produtos ou serviços simplesmente deixem de ser importantes. É preciso ouvir, pesquisar e analisar os dados disponíveis para compreender e antecipar impactos. As empresas terão que ser ainda mais transparentes e ter valores verdadeiramente inclusivos e respeitosos – isso demanda mais foco na construção de uma cultura corporativa consistente, através de programas de comunicação interna ecompliance . Omarketing já tinha invadido a comunicação e vice-e-versa. As soluções integradas são e seguirão sendo a grande demanda: inboundmarketing , plataformas de lançamento e experimentação de produtos, integração de projetos de RP tradicional com influenciadores e redes sociais. Uma salada desafiadora, tempe - rada a ferramentas eanalyticsque evoluem todo dia. E, claro, a cereja do bolo continua sendo nossa visão sobre a construção de relacionamentos humanos sustentáveis – afinal, não devemos esquecer que apesar das aparências é para lá que a sociedade caminha: mais respeito, mais diversidade, mais inclusão, mais igualdade.  O impensável aconteceu e, segundo os estudiosos, o século 21 começou Marta Dourado, Sócia-Fundadora da Fundamento Grupo de Comunicação e Partner da Bairds CMC

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