Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 36 Nos primeiros meses da pandemia, diante de um cenário incerto e vulnerável, a futurista Amy Webb, professora da Escola de Negócios da Universidade de Nova York, cravou que deveríamos confrontar nossas crenças e fazer mudanças significativas para o futuro ou resistir e manter um status quo obsoleto. De fato, no curto prazo, observamos e vivenciamos o crescimento de um senso coletivo genuíno, com marcas e empresas mobilizando-se em busca de soluções para minimizar os efeitos da Covid-19. O foco que a gestão das empresas está dando às dimensões do ESG é visível, dado que está comprovada a força das corporações – e a expectativa de seus stakeholders – na promoção do bem-estar social geral e na resposta aos desafios ambientais. Estudo da Porter Novelli – nossa rede global e referência em gestão de propósito – revela que 73% dos líderes empresariais sentem-se mais capacitados para resolver problemas sociais e urgentes no mundo, que ficaram mais latentes nesse período de pandemia. Mas confrontar nossas crenças e fazer mudanças signifi - cativas é o desafio que está posto agora para evoluirmos de fato no longo prazo. Ao lado da crise econômica, do aumento da desigualdade social e da emergência ambiental, está uma crise de confiança semprecedentes emque se duvida de tudo à medida que certezas sem nenhuma base são construídas. Diante disso, a reputação tornou-se um ativo essencial para a sustentabilidade dos negócios e das instituições. Empresas de diferentes setores vêm sendo examinadas criticamente pela opinião pública quanto à consistência do seu discurso e à sua real contribuição para a sociedade. Diante desses novos desafios, estamos acelerando nos - sas competências, métodos e ferramentas para ler e entender os anseios da sociedade, cruzá-los com os objetivos de negócios das empresas, entendendo as tensões políticas e sociais, para estabelecer estratégias de comunicação e relacionamento que tragam benefícios mútuos e compartilháveis e propiciem o crescimento sustentável das organizações, não só em ganhos para seus acionistas, mas também em valorização de ativos intangíveis cada vez mais valiosos, como confiança e lealdade.  A Covid e o senso coletivo Roberta Machado, CEO da In Press Porter Novelli Tenho observado com muita empolgação a evolução das mídias jornalísticas durante a pandemia. Num momento como esse, em que as pessoas estão cada vez mais conectadas e buscando consumir informações que sejam úteis para as suas vidas, os veículos de comunicação mostraram novas linguagens e transformaram-se em canais multiplataformas, com conteúdo extremamente relevante para os diversos públicos. É também admirável o esforço do jornalismo para informar e reinventar-se em meio a tanta pluralidade de opiniões que a conectividade proporciona. Para o profissional de comunicação corporativa, o novo coronavírus trouxe inúmeros aprendizados e a grande questão nesse momento me parece ser como vamos garantir que as boas mudanças sejam permanentes. As estratégias de comunicação precisaram ser adaptadas para o mundo digital e passamos a entender a força do digital e o seu poder de escalar a mensagem para múltiplos públicos. Na Volkswagen estávamos relativamente adiantados, mas, sem dúvida, a pandemia acelerou muito mais a digitalização. Tivemos que, num tempo recorde, readequar completamente o trabalho do time de comunicação e quebrar paradigmas para realizar o lançamento 100% digital do VW Nivus. Apostamos em lives – onde atraímos mais de 150 mil pessoas em 56 países – e criamos conteúdos que foram compartilhados por jornalistas e influenciadores nas redes sociais e canais tradicionais. O resultado desse trabalho? Geramos uma audiência nunca vista antes num lançamento e esgotamos as unidades da pré-venda em dois dias. A comunicação corporativa pós-pandemia precisa absorver essas lições e experiências. Vamos viver uma combinação do mundo físico, digital e social com ainda mais intensidade. As estratégias precisam atingir e gerar confiança nos consumidores, que estão cada vez mais co - nectados, para se tornar realmente uma comunicação de resultado.  Reinventar-se para sobreviver Priscilla Cortezze, Diretora de Assuntos Corporativos e Relações com a Imprensa da Volkswagen do Brasil e América do Sul Ver a imprensa resgatar seu prestígio foi uma das coisas positivas da crise da Covid-19, como destacaPriscilla Cortezze , da Volkswagen. Outra, foram os avanços digitais, com resultados espetaculares inclusive nos negócios. E que reflexões fazRoberta Machado , da In Press Porter Novelli? Não cabe mais pensar-se só em ganhos para os acionistas. É preciso que estes valorizem os ativos intangíveis, cada vez mais valiosos, como confiança e lealdade.

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