Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 97 A comunicação estratégica parte de um pressuposto independente da ferramenta da qual ela se utiliza. Todas essas inovações citadas acima são apenas meios de disseminar uma mensagem com a mesma função: fazer com que as empresas cheguem aos seus públicos. Ainda é muito comum encontrar empresas que têm suas estratégias de comunicação baseadas em ferramentas. Ou seja, uma estratégia de assessoria de imprensa, outra de marketing digital, outra de redes sociais, e assim por diante. Entendo, porém, que falta uma estratégia realmente integrada de comunicação, única, a partir da qual se criam as mensagens de acordo com o que o público precisa e/ou quer ouvir e dialogar. A proposta é simples: olhar para a comunicação e ponto. Para o que podemos dizer para responder às demandas dos consumidores daquela informação e, por último, como vamos chegar a eles – afinal, temos meios de sobra para isso. Antes da ferramenta - A comunicação realmente estratégica vem, portanto, antes de qualquer ferramenta. E é somente colocando-a em primeiro lugar que conseguimos entender qual é a melhor ferramenta para atingir qual parte do público e em qual profundidade. Estamos em um mundo extremamente mutável e uma ferramenta que funciona bem hoje pode não estar adequada para o seu público amanhã. A assessoria de imprensa mudou, assim como as redes sociais mudaram, assim como o marketing digital mudou e assim como mudam as formas de produzir conteúdo. Mas todas essas transformações não impactaram um fator em comum: as pessoas seguem consumindo informação. E é exatamente por esse motivo que não podemos restringir a comunicação a uma única ferramenta ou enviar mensagens diferentes em diversas delas. Comunicação realmente estratégica - Como podemos, então, pensar na comunicação antes da ferramenta? Entendendo o público ao qual ela vai se dirigir. Compreenda, primeiro, com quem (o mais especificamente possível) a empresa quer falar, quais são as demandas desse público e quais são os diálogos nos quais ele se envolve. Estude o grau de conhecimento que ele tem e somente depois, como essas pessoas se informam. A partir daí é direcionar as mensagens de forma consistente pelos diferentes canais, identificando e selecionando quais são realmente importantes para esse diálogo ser vivo. Futuro do trabalho de comunicação - Teimo em dizer e repetir que uma só ferramenta não faz verão e, por isso, o trabalho de comunicação, seja em agências ou internamente em empresas, não deveria se apoiar em ferramentas de comunicação. O futuro do bom relacionamento entre as marcas e seus públicos está, para mim, onde sempre esteve: na comunicação clara, concisa, consistente, coerente, independentemente do canal. Flavia Sobral, diretora e fundadora da aboutCOM: “A comunicação realmente estratégica vem antes de qualquer ferramenta. E é somente colocando-a em primeiro lugar que conseguimos entender qual é a melhor ferramenta para atingir qual parte do público e em qual profundidade”

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