Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 90 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA Repensando rotas comerciais LATAM INTERSECT PR Para nossa empresa, 2023 foi caracterizado pelo que chamo de “rotas comerciais alternativas”. Por décadas, o setor de RP da América Latina – incluindo o do Brasil – foi alimentado por marcas internacionais, principalmente dos EUA e, em menor medida, da Europa. Empresas como Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé, Unilever e P&G dominaram o espaço do consumidor, enquanto Fiat, Volkswagen e Chevrolet, por exemplo, mantiveram as três principais posições no mercado automobilístico do Brasil desde 1991. Posso atestar pessoalmente como as agências globais de RP construíram efetivamente suas redes em torno desses clientes; a HP foi um grande impulsionador de crescimento para a Edelman e a Weber, onde trabalhei anteriormente; mais tarde, startups da era digital como LinkedIn e eBay (sim, eram startups no início dos anos 2000!) desempenharam um papel semelhante. Esse crescimento foi mais do que receita; essa experiência permitiu que os escritórios locais adquirissem experiência internacional, compartilhassem as melhores práticas e se familiarizassem com as expectativas dos clientes globais. Foi um aprendizado fantástico para muitos. Mas esse eixo está mudando; e está começando com pura economia. Deixe-me compartilhar alguns exemplos: hoje, a América Latina representa um terço das exportações globais de carros e motocicletas da Índia (isso representa US$ 1,79 bilhão em vendas), enquanto as exportações de todos os produtos da Índia para o Brasil (US$ 6,48 bilhões) são maiores do que para os parceiros comerciais tradicionais, como Japão (US$ 6,18 bilhões) e Tailândia (US$ 5,7 bilhões). Outro exemplo é a China. De acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF), o comércio entre a China e a região da América Latina e Caribe cresceu 26 vezes entre 2000 e 2020, de US$ 12 bilhões para US$ 315 bilhões. Para comparação, o comércio total entre a UE e a região da América Latina e Caribe em 2020 alcançou apenas US$ 197,4 bilhões. Nossa empresa pôde testemunhar essas mudanças com níveis crescentes de interesse de rotas comerciais alternativas, como China, Índia, Oriente Médio e Rússia. Grande parte desse crescimento está surgindo da chamada economia “tangível”, como comércio eletrônico e o setor automobilístico. Empresas chinesas de comércio eletrônico como Temu e Shein conquistaram o mercado latino-americano. O Brasil já representa Roger Darashah, sócio-fundador da Latam Intersect PR: “Nossa empresa testemunhou mudanças com níveis crescentes de interesse de rotas comerciais alternativas, como China, Índia, Oriente Médio e Rússia. E agora estamos nos preparando para aproveitá-las ao máximo. Isso significa recrutar equipes com experiência internacional e construir um modelo de negócios (e presença) que possa acomodar fusos horários e práticas de trabalho indianos e chineses”
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