Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 42 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA criar conteúdo impressionante e engajador, como um jogo entre duas Serena Williams. Mas precisamos olhar também para as consequências, até para sermos ouvidos, enquanto indústria, como o são as empresas de tecnologia em debates, audiências e discussões regulatórias. Para isso, precisamos entender do assunto. O movimento dos players do nosso mercado precisa ser de se abrirem para essas inovações e estabelecerem parcerias com desenvolvedores de soluções. Outro fenômeno para o qual precisamos estar atentos são as questões ambientais e sociais. As mudanças climáticas estão aqui, o que traz ansiedade às pessoas, gera crises (previsíveis e imprevisíveis) e intensifica os pedidos para que empresas e governos façam mais do que vêm fazendo. As notícias sobre vivermos o ano mais quente dos últimos 125 mil anos, as ondas de calor, as inundações e as outras catástrofes, somadas ao impacto desigual que terão no planeta, devem ser o cenário para todo e qualquer briefing de divulgação de um relatório de sustentabilidade. Soa suficiente ou daremos a impressão de que muito mais poderia ter sido feito? Essas são mudanças que vão impactar o consumo, estarão sempre em debate, sem um arrefecimento à vista. É aqui que precisamos assumir um papel diante de nossos clientes: mais do que um fornecedor de serviços de comunicação, podemos ser parceiros estratégicos para o desenvolvimento de uma estrutura em ESG (Environmental, Social and Governance) conectada com os anseios da população, comunicada com clareza e transparência. Há, ainda, um ponto específico da comunicação: ao desgastarmos termos ligados à sustentabilidade e ao impacto social das empresas como “mais do mesmo”, podemos inviabilizar a comunicação de ações importantes e colocar em risco a reputação dos clientes. Esse movimento precisa ser debatido para não criarmos o descrédito a esforços verdadeiros; para que as iniciativas de empresas não sejam consideradas greenwashing. Precisamos desde já evitar aquilo que não trouxer impacto verdadeiro à vida das pessoas. Em resumo, vivemos tempos de intensos debates e possibilidades. Sem dúvida, teremos novas questões, mas essas apontadas não devem sumir. O que desejamos construir é um mercado mais maduro e preparado para lidar com o que vier. Simone Iwasso e Rosa Vanzella, copresidentes do Grupo BCW Brasil: para que as iniciativas das empresas, voltadas à sustentabilidade e ao impacto social, não sejam consideradas greenwashing, é preciso, desde já, evitar o que não trouxer impacto verdadeiro à vida das pessoas © Wanessa Soares
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