Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 39 Paula Nadal, CSO da Ideal: “Se até pouco tempo atrás podíamos contar com uma certa centralidade na distribuição da informação, hoje nada parece isoladamente consistente, confiável ou suficientemente capaz de sensibilizar as audiências. Uma boa estratégia de comunicação, portanto, deve contemplar novas formas de inserção no ecossistema de influência” não apenas maior, mas também com um desenho mais completo, mais final. Achou seu lugar. Definiu melhor seu conjunto de ofertas e serviços e acabou com essa crise de identidade. Ganhou legitimidade para ser o que deve ser: um consultor estratégico que sabe usar diversas ferramentas para cuidar da reputação de marcas, produtos, empresas, governos, organizações e pessoas. O terceiro elemento que me traz otimismo – este ainda nascente - é a inteligência artificial (IA). Não duvidem: longe de ser um modismo, essa é uma tecnologia que vai mudar a sociedade. E, sim, também o segmento de PR. Teremos impactos na estrutura das agências e perfil dos profissionais, na escala e velocidade das entregas e nas possibilidades dos trabalhos (há riscos também para quem não souber evoluir e se adaptar, como sempre). Além disso, IA traz novas crises reputacionais, com todos os desafios do uso de deep fakes para difamação ou para desinformação. Uma estratégia contemporânea de relações públicas será mais necessária do que nunca para essas situações. Então esse é o futuro que eu enxergo logo ali na esquina: uma indústria que achou seu lugar e que terá relevância crescente. Muito maior, aliás, do que poderíamos imaginar há apenas alguns anos. Ciborgues e desinformados: novos desafios de comunicação Já somos ciborgues. Basta um dia para tocarmos mais de 2.600 vezes em nossos celulares ou um minuto para que o mundo dispare mais de 241 milhões de e-mails e troque mais de 18,8 milhões de mensagens pelo WhatsApp. Em um minuto, todos os dias, mais de 11 mil contas falsas são removidas das plataformas da Meta. Neste mesmo minuto, o ChatGPT recebe mais de 22,8 mil visitas*. E esses dados são de 2023 – alguns “minutos” atrás, mas que sentimos como a passagem de décadas quando consideramos o fomo (fear of missing out) da era das inteligências artificiais, se assim podemos dizer. Com todo o respeito: quem ainda considera relações públicas como sinônimo de assessoria de imprensa só pode viver em outra dimensão de tempo-espaço. Desenvolver uma boa estratégia de comunicação, hoje, não é algo banal. E justamente por isso o mercado nunca foi tão promissor e fascinante. A mudança é vertiginosa e já aconteceu. Nesse contexto, trago aqui três visões estruturantes desse processo de mudança na atividade de relações públicas: 1. Tomar decisões baseadas em dados - A análise de dados não é o remédio para aplacar os sintomas de conversas mal planejadas ou superficiais, mas a profilaxia para entender por onde caminhar mitigando riscos. Demanda investimento e consultoria especializada, mas é fator-chave para a assertividade. Quanto do budget dos comunicadores, hoje, é destinado a business intelligence? Diversificação de editorias e formatos, monitoramento constante, estudos que analisem como as conversas se propagam (e não apenas o impacto imediato em um veículo ou plataforma de mídia) são essenciais à tomada de decisão do comunicador hoje. 2. Entender a Web3 e os novos fluxos de conquista de atenção - Sinto dizer – é duro, eu sei –, mas a sua marca possivelmente não é tão importante quanto parece. Para se ter (*) Fonte: “A internet em 1 minuto em 2023”, eDiscovery Today e LTMG

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