DESEMBARQUE PROGRAMADO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 336 ción (Cinco) e no Hospital Clinic de Barcelona. Já a oportunidade em viver fora seria inédita para o marido Renan Castagnaro – que trabalha remotamente no marketing de uma empresa sueca de artigos para skate – e também para o filho Francisco, de seis anos, pela possibilidade de ser alfabetizado em um segundo idioma. Por último e não menos importante, a questão da segurança, por ocorrências vivenciadas no Brasil. Fixou o objetivo nos Estados Unidos e sugeriu um projeto para a empresa, mas por vários motivos a ideia não foi adiante. Entretanto, não se deu por vencida. Intensificou as pesquisas sobre o mercado e criou uma oportunidade para gerar visibilidade dos serviços no corredor Estados Unidos-México, um dos maiores do mundo em transferência de recursos financeiros. Há oito meses, desenhou o projeto, justificou o investimento, contratou um freelancer em Miami e colocou “o bloco na rua”. Em espanhol, claro. Os resultados surgiram nas primeiras abordagens: “Estamos falando da primeira ou segunda geração de latinos nos veículos locais em espanhol, idioma da sua audiência. São redações pequenas, com profissionais que mostram reconhecimento por terem sido percebidos e por receberem um material relevante e de qualidade. Temos o cuidado de produzir pautas muito bem amarradas, com dados e, se possível, personagens”. Por uma dessas coincidências do destino, logo após a implantação do projeto, a empresa abriu o escritório em Austin e buscava profissionais de comunicação. Convite feito e aceito, Mayra e Renan agilizaram os preparativos: “Vendemos ou doamos tudo e não deixamos nada para trás”. Com tudo organizado, vivenciou uma situação pessoal muito difícil: “Duas semanas depois que Renan havia chegado, minha sogra faleceu no dia de meu embarque para o encontro do time de comunicação na matriz, em Londres, e ele precisava voltar para o Brasil. Francisco ainda não tinha aulas e não tínhamos rede de apoio. Recebi o apoio da empresa, pude ficar e participar remotamente do encontro”. Viajar a trabalho faz parte da rotina do casal. “Exemplo: Renan chega nessa quinta-feira e eu embarco no domingo para Londres”. Mas pensam em restringir as viagens ao mínimo necessário, sobretudo em função do filho, como explica: “Outro dia perguntei o que o deixava mais triste e ele respondeu que era quando um de nós dois viajava. Isso corta o coração”. Mayra ressalta que a determinação em não desistir foi fundamental para a mudança. E, com base na sua experiência, recomenda: “Estabeleça conexões fora do seu raio de atuação na empresa, converse com seus pares de outros países ou que já fizeram esse movimento. Se as pessoas não souberem que deseja viver experiências no exterior, dificilmente se lembrarão de seu nome. Valorize-se. O brasileiro é reconhecido como um profissional comprometido, aberto a aprender e a ter novas perspectivas”. Que tal uma Coca-Cola? A paulista Daniela Valverde tem uma trajetória regada a hábitos bem brasileiros. Afinal, quem não gosta de uma gelada Coca-Cola ou de uma estupenda cerveja? Sua trajetória na Coca-Cola, antes de chegar a Atlanta, capital da Georgia, e ali assumir em abril de 2023 o cargo de diretora global de Comunicação na vertente de sustentabilidade, teve início há 14 anos em uma engarrafadora da empresa em Curitiba. Trabalhou na Heineken, na agência Burson-Marsteller e ingressou na operação brasileira da Coca-Cola há seis anos. Jornalista formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem Mayra Martins no ambiente da Wise, em Austin, no Texas
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=