Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 329 O início de sua agência deu-se por uma dessas coincidências em que a vida pessoal cruza com a de um país. Era 2009 e o Brasil se destacava no cenário internacional. Lembram da capa da revista The Economist com a imagem do Cristo Redentor decolando como um foguete, sinalizando para um rumo promissor da economia? Havia um clima de grande otimismo, com números empolgantes após a eleição de Dilma Rousseff para substituir o então presidente Lula. Na esfera pessoal, tinha aceito o plano de demissão voluntária da BBC, que oferecia ainda capacitação para empreendedorismo. Essa conjunção de fatores permitiu que sua agência decolasse como apoio estratégico às empresas brasileiras que buscavam internacionalização a partir de Londres. “É o maior centro mundial de mídia, o que facilita a atuação em relações com a área. Outro fator é ser a sede da Comunidade das Nações no contexto histórico do império britânico. Ou seja, se a empresa deseja chegar à China, ao Oriente Médio ou à Índia, Londres é a ponte”, explica. Seu marido, o turco Metin Gunes, vive na Inglaterra desde os 15 anos. E como ele é jornalista da CNN turca, Cuca passou um período em Istambul, onde nasceu sua filha Lara, hoje com 28 anos e, como ela, morando em Londres. Além disso, frequentou a “ponte aérea” Londres-Brasil (onde residem suas duas irmãs) até o ano 2000, quando se tornou correspondente do Valor Econômico. Segundo ela, a AJA oferece um trabalho de adaptação de culturas, além de análises de reputação, estudos de redes sociais e posicionamentos em países europeus e conectados com a Europa: “Aprofundamos a compreensão por todos os ângulos do negócio, sempre com o objetivo de construir o lead, sem fórmulas padronizadas, e gerando conexões entre a cultura do país de origem e o desejado para o cliente investir. O mercado europeu é diferente do norte-americano, muitas vezes espelho para os brasileiros. A Europa forma opinião. O que é vendido no mercado europeu, o mundo inteiro compra, pois é referência e padrão desejado”. Em função da sua experiência, ela reflete: “Para quem decide imigrar, depois de vencida a etapa inicial e entender como o país funciona, surgem as oportunidades. É preciso abrir a cabeça e ser receptivo. Não adianta levar o Brasil consigo, pois já saiu do país”. Brasileira quase italiana A paulista Marina Tsutsumi tem dez anos de Europa, os últimos oito vividos na Itália. Antes de chegar a Turim, importante centro cultural e de negócios no norte da Itália, morou em Lisboa. É jornalista graduada pela Universidade Metodista de São Paulo, mestre em Ciências da Comunicação com foco em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias pela Universidade Nova de Lisboa. Teve passagens por portal Terra e revista Magazine, agências Holofote, Smart, Converge e INK, atuou como freelancer e trabalhou na italiana FPT. É também professora de inglês. Marina trabalhou por quatro anos e meio na INK na Europa e hoje é redatora e gerente de projetos da Dcode, empresa italiana de comunicação focada em eventos com atividades gráficas e direção de arte e vídeo. Ter continuado na comunicação foi um misto de sorte e determinação: “Me esforcei muito e sempre procurei oportunidades na área”. A adaptação dela em outros países foi facilitada pela influência paterna, como filha de japoneses: “A educação de meu pai e seu modo de lidar com questões como disciplina, foco, dedicação, influenMarina Tsutsumi em Turim

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