Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 323 cer a profissão de jornalista em Portugal, Ilana ressalta que é preciso conhecer não só o idioma como também o leitor português: “É um processo longo e muitas vezes complicado. Precisa aprender a identificar se e onde há xenofobia, entender a política portuguesa, o governo e conhecer o país”. Um caminho pode ser investir no chamado “deserto de notícias”, pois há financiamentos públicos para a mídia em regiões distantes dos grandes centros. Segundo o estudo Deserto de Notícias Europa 2022 – Relatório de Portugal, há 78 cidades portuguesas sem jornais e rádios com produção local de informação, 28% a mais do que em 2021. E um eventual retorno ao Brasil estaria nos planos dela? “Não conseguiria voltar para o ritmo de São Paulo. As pessoas aqui não vivem para trabalhar. Elas trabalham para viver. Isso não quer dizer que não sejam comprometidas com o trabalho e não tenham vontade de melhorar. A recente greve geral de jornalistas mostrou esse comprometimento. Todos querem melhores condições de trabalho e almejam mudar a situação degradada do jornalismo em Portugal, em que as organizações preferem reduzir salários e equipes do que reestruturar o modelo de negócio. Não está fácil para ninguém, mas as pessoas amam o que fazem e jornalismo é um ofício de paixão”. Desejo realizado A paulista Ligia Bolognesi chegou em Lisboa em dezembro de 2023 para atuar com relações com a mídia em nível global na EDP. Formada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, com MBA em Comunicação Empresarial e especializações em outras áreas, atuou em MSL, FSB, FirstCom, Lucia Faria, Planin, CDN e ADS. No jornalismo, esteve em emissoras de televisão e rádios. Viveu e trabalhou nos Estados Unidos quando terminou os estudos. Ficou por mais de seis anos na comunicação corporativa do grupo mexicano Rotoplas. Sempre com o desejo latente de construir e ter uma carreira internacional. Na MSL Brasil, já atuava internacionalmente e no final da pandemia, como parte de um programa da agência, ficou dois meses na Europa e validou a ideia de morar fora. Candidatou-se a vagas internacionais e a EDP foi a primeira empresa que a chamou para processo seletivo. Coisas do destino? Não. Ilana Oliveira no Festival Berlinale, em Berlim Ligia Bolognesi a caminho da EDP, em Lisboa
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