Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

DESEMBARQUE PROGRAMADO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 320 No aeroporto, antes do embarque, postaram uma foto das malas e da gata Mel no Facebook. Quem viu o post, admirou-se: Bia Bansen iria mudar somente com aquilo? Que coragem! Ela explica o gesto: “Sempre desejamos morar na Europa. A gente brinca que a maior parte do dinheiro que ganhamos na vida foi gasto em viagens e, lógico, boa parte na Europa, em visitas à família de Joaquim. Depois, minhas irmãs mudaram-se para a Alemanha e ampliamos os lugares de maior permanência”. Joaquim tinha estacionamentos que foram vendidos e Bia seguiu com a agência por um tempo – já em Portugal –, encerrando tempos depois as atividades. Realmente, levaram apenas aquelas malas e a gata Mel. Uma das vantagens que atraem os brasileiros é o conforto de falar o mesmo idioma. Sério? Só que não! O português de Portugal é outro idioma. Além da conjugação e termos diferentes, fala-se muito rápido. De forma divertida, Bia conta: “Nem o Joaquim que é português entende tudo. Nos debates da última eleição, era difícil acompanhar o que diziam na televisão”. A ideia era que pudessem viajar bastante, pois estavam perto da Alemanha e de outros países e os baixos custos de voos são atraentes. Tudo ótimo até a pandemia, e aqui Bia aproveita para fazer um parênteses: “O presidente, o primeiro- -ministro e a ministra da saúde iam à televisão e explicavam o que era possível ser feito. Portugal liberou todos os postos de saúde para os estrangeiros, legalizados ou não. Achei um gesto de grande generosidade”. Ainda que goste da culinária portuguesa, sente falta da comida brasileira. “Em São Paulo, estávamos acostumados com muitos sabores, principalmente italianos, japoneses”. Como sempre gostou de cozinhar, ela se diverte aprendendo receitas de vários países e deixa ao marido a incumbência de testar suas travessas e travessuras culinárias. Quem muda, sente saudades. Bia e Joaquim têm ido ao Brasil a cada dois anos, mas, segundo ela, “chega uma hora que se tem saudades de tudo, até daquelas construções de São Paulo e do barulho”. E aí voltar passa a ser o novo projeto de vida. Por isso planejam regressar e o destino escolhido é a cidade de Santos, para ficarem perto das filhas de Joaquim. E como saúde é fundamental, já estão pagando até plano de saúde particular, ao contrário de Portugal, onde têm tido médico de família do serviço público. Caio, o filho de ambos, seguirá dividindo seu tempo entre Portugal e Alemanha, estudos e trabalho. Ponte para os filhos Oferecer uma base para que no futuro os filhos possam explorar horizontes na Europa. Isso foi preponderante para a decisão do mineiro Daniel Marinho, RP com pós-graduação em Administração de Marketing pela Fundação João Pinheiro e especialização em marketing pela escola de negócios Haas, da Universidade da Califórnia. Sua jornada profissional foi construída entre Embratel, Carrefour, Basf e Imagem Corporativa. Com a experiência de ter morado nos Estados Unidos e em várias cidades brasileiras, Daniel Marinho acredita que se desafiar a conhecer outros lugares traz ganhos: “Acho um certo desperdício ficar a vida inteira no mesmo lugar, com tantos lugares maravilhosos para conhecer”. Ele explica como surgiu a ideia de imigrar. Seu irmão Paulo Marinho (também personagem desta matéria) foi quem o provocou. Então, fez um planejamento detalhado, com pesquisas e conversas com amigos residentes em Portugal. Partir significaria ter que construir uma base para que seus dois filhos do primeiro casamento – Isabela, de 17 anos, e Tiago, de 12 anos – pudessem ter no horizonte oportunidades em 27 países da Europa. Bia Bansen em Vila do Conde, no Porto

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