Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 313 A busca de mais profissionalização por parte dos influenciadores e a sua maior presença em estratégias de marketing e comunicação fortaleceram empresas especializadas, suportadas por ferramentas e metodologias próprias que apoiam tanto agências quando anunciantes interessados no segmento. A tendência, que vem sendo acompanhada também por agências de comunicação com oferta de marcas especializadas (ver matéria nesta edição), aglutina desde agenciadores responsáveis por turbinar carreiras de influenciadores digitais até prestadoras de serviços baseadas em plataformas tecnológicas que funcionam com tecnologias como big data (gerenciamento de grandes volumes de dados) e inteligência artificial (IA). Uma das pioneiras em serviços especializados de marketing de influência é a Spark, hoje parte do Peek Group, holding que aglutina ainda a Resenha Digital, focada em produção de conteúdo esportivo, e Makerz, voltada à aceleração de carreiras para artistas, criadores e influenciadores. Fundada há dez anos, a empresa acompanhou a evolução do setor, com maturação de segmentos pioneiros – entre eles, consumo, beleza e estilo de vida – e de anunciantes, que hoje encaixam o marketing de influência em qualquer etapa do funil de vendas, desde conhecimento (awareness) até consideração e conversão (vendas). Segundo Raphael Pinho, cofundador e CEO da Spark, a necessidade de marcas ganharem personificação e se posicionarem como conhecedoras do segmento em que atuam levam anunciantes a mirarem o marketing de influência tanto com canhões próprios de comunicação quanto com presença em ambientes de terceiros. De um lado, isso se reflete na criação de perfis corporativos “humanizadores”, a exemplo de Guilherme Benchimol (XP) e Fabricio Bloisi (iFood) no LinkedIn, ou o Primo Rico, de Thiago Nigro, até 2017 proprietário de escritório de assessoria parceiro da XP e que de lá para cá ganhou espaço em redes sociais, além de se tornar palestrante, professor e autor de destaque no mundo financeiro. De outro, o emprego da ”voz” de terceiros exige tecnologia para tornar assertivos os processos de identificação e avaliação dos influenciadores, monitoramento e mensuração de dados para aferição dos resultados. Os exemplos incluem manutenção de big data com dados de histórico e predição de resultados de campanhas e IA para analisar o sentido do influenciador para a marca, incluindo riscos, polêmicas e histórico com a categoria. Além disso, a valorização de conteúdos por algoritmos de plataformas como YouTube e TikTok elevaram os influenciadores ao papel de cocriadores com as marcas. Isso abre espaço para o potencial da IA generativa, capaz de construir mensagens em linguagem natural, inclusive de vídeo, para acelerar a produção de scripts e testar a capacidade de engajamento em redes. A profissionalização do segmento chega ao ponto de influenciadores digitais ganharem espaço de destaque no mundo físico, com negócios próprios independentes ou em colaboração com marcas (collabs), além de papel proeminente em empresas. Exemplos de destaque incluem a venda da loja NV, da influenciadora Nati Vozza, por mais de R$ 50 milhões, o faturamento de R$ 180 milhões da Boca Rosa, de Bianca Andrade, o relacionamento de Anitta com o Nubank e de Jojo Todynho com o Banco Pan. Raphael Pinho, cofundador e CEO da Spark © Leo Martins

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