Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

A FORÇA DO ENGAJAMENTO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 308 A chave é uma metodologia baseada em análise de narrativas, com leitura por inteligência artificial (IA) e humana de dados qualitativos em comentários e avaliações. Hoje a Charisma se dedica a olhar histórico e resultados de campanha, quantitativa e qualitativamente, com dados como capacidade de geração de debate na rede do criador, profundidade da discussão de seguidores, estilo e linguagem, com interpretação adequada a cada caso. “Um influenciador pode ser bem classificado para uma cerveja e não servir para um automóvel. A lógica é a mesma da escolha de mídia para propaganda ou de abordagem de jornalistas para PR”, exemplifica. Os serviços são contratados por clientes diretos, tanto para receber um levantamento a partir de um caminho traçado quanto para análise de planos desenhados por suas agências. E também pelas próprias agências, do grupo ou não, para visão mais qualitativa. Lucas analisa ainda as tendências que estão impactando o segmento. Além da tendência de os creators saírem do campo digital, a nova onda em ascensão é a de afiliados, estratégia promovida principalmente pelo e-commerce, que permite a microinfluenciadores remuneração por transação direcionada a marcas como Amazon ou Americanas. “Influenciadores que testam produtos e direcionam compradores por meio de links é uma das categorias que mais tem crescido no TikTok”, aponta. Outro processo em consolidação é a saída dos influenciadores das mãos da plataforma. Um dos exemplos, no Brasil, foi a negociação dos direitos esportivos da última Copa do Mundo com o youtuber e streamer Casimiro – não com o YouTube –, com transmissão ao vivo batendo recorde com 3,5 milhões de pessoas simultaneamente. “Outro foi a contratação de Whindersson Nunes pelo próprio YouTube”, destaca. “A gestão de mídia sai das plataformas para o criador distribuir onde quiser”, acrescenta. Mais uma a optar pela operação independente em relação a influenciadores é a Mapa360. A agência criou no ano passado a startup Mundo Mapping, com plataforma e tecnologia proprietária para a contratação de influenciadores autoregistrados com mais de 2 mil seguidores em oito redes sociais. A novidade funciona como um Tinder para reunir influenciadores e contratantes, com capacidade de abrigar processos como briefing, campanhas criadas, aprovação e gestão de contratos. Hoje a plataforma tem perto de 9 mil influenciadores de 69 nichos em mais de 1,6 mil cidades, 150 deles com mais de 1 milhão de seguidores, além de 650 empresas testando a solução. Os influenciadores são aprovados manualmente, com análise de conteúdo, regularidade e nicho a partir de métricas de veracidade, como taxa de engajamento e aquisição ou não de seguidores, atestadas por parceira estadunidense. Uma lista negra veta conteúdos como pornografia e violência ou páginas baseadas em “gilette press”, baseada em reprodução de terceiros sem composição autoral. Do ano passado para cá, a startup transformou-se em um hub de negócios com modelos como afiliados e pagamento de comissões, oferecendo adicionalmente o serviço Faço por Você, em que a Mundo Mapping cuida de tudo para o cliente. Como absorveu contas e time da Mapping voltados a marketing de influência, quase um terço dos clientes pertence à última categoria. Outro projeto nascido da expertise em influência é o programa Squad Girls, grupo de cinco influenciadoras de estilo de vida levadas a diferentes destinos no mundo, com patrocínio de empresas como companhias aéreas, redes de hotéis e seguradoras. “No ano passado, a passagem por Bariloche (Argentina), com patrocínio do governo local e das Aerolineas Argentinas, em agosto, resultou em aumento de visitas de 15% em período entre setembro e novembro”, contou a CEO da Mapa360 e da Mundo Mapping, Maria Priscila Nabozni, em março – direto da África do Sul, terceiro destino do grupo. Maria Priscila Nabozni, CEO da Mapa360 e da Mundo Mapping

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