Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 297 mas todos os pontos de contato da companhia precisam estar alinhados e buscar a convergência, uma vez que, para os públicos externos, não existe divisão na relação com a marca, independentemente de qual seja o canal”. De olho nesse movimento, agências estão investindo cada vez mais na capacitação e contratação de profissionais com diferentes formações, que sejam capazes de navegar com mais desenvoltura em ambas as atividades. Para Deborah Jacob, da Macob, essa aposta, além de trazer novos olhares para uma estratégia mais ampla de comunicação, tem resultado em equipes mais dinâmicas, facilitando o trabalho com os clientes qualquer que seja o tipo de contrato que eles mantenham: “Atualmente, todos os nossos clientes trabalham relações públicas e marketing digital, sendo que a maior parte deles mantém ambos os serviços sob os nossos cuidados. No entanto, temos alguns clientes que já têm a estrutura de marketing digital contratada, mas mesmo nesses casos o perfil de nossa equipe permite que possamos trabalhar muito bem em conjunto”. Esse movimento tem impactado diretamente as perspectivas de crescimento de carreira dos profissionais. Ampliação de habilidades, domínio de ferramentas e novas técnicas de trabalho são aspectos que passaram a ser fundamentais para quem atua no setor. “Antes dividíamos muito o mundo entre offline e online e já sabemos que essa forma de pensar não funciona mais. Com o fim dessas barreiras, o mercado passará a entender o profissional de comunicação e marketing cada vez mais como alguém capaz de interpretar informação com uma visão integral e diversa”, explica Diego Olavarria, da LLYC. “O benefício mais imediato é o fato de que um profissional mais adaptado e multidisciplinar, com uma visão integral e diversa, será capaz de gerar ainda mais valor aos seus clientes”. “Em termos de pensamento estratégico, todos os nossos profissionais estão sendo desenvolvidos para considerarem as duas áreas”, acrescenta Karina Lotze, da SmartPR. “Para nós é praticamente impossível fazer um sem pensar no outro. As estratégias devem contemplar ferramentas das duas disciplinas, que se complementam para uma exposição positiva de marca e construção de reputação, uma vez que trabalhamos em planos estratégicos de comunicação considerando todas as etapas do funil de vendas”. Nesse sentido, Maurício Barbieri, da Prospectiva, é enfático ao afirmar que os profissionais precisam antes de tudo expandir suas competências, abraçando uma visão mais holística da comunicação corporativa: “Isso pode ser extremamente enriquecedor em termos de desenvolvimento de carreira, pois profissionais com habilidades diversificadas e a capacidade de trabalhar em estratégias interdisciplinares são altamente valorizados no mercado. E isso não vale apenas para os profissionais de RP e de marketing digital. Observando um movimento recente das empresas prestadoras de serviços de atuarem de maneira full service, temos visto um crescimento na busca por profissionais com formação interdisciplinar”. Tatiana Regadas, gerente de conteúdo da Weber Shandwick (*) Fernando Soares Clemente é jornalista com MBA em Comunicação Corporativa e especialização em Marketing e Relações Internacionais. Desde 2011 é editor do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia, e coordenador do Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira.
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