Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 279 Gente e Linha Direta com a Justiça, da Rádio Bandeirantes. Os jornalistas apontam que, para um almoço de relacionamento com as fontes, por exemplo, uma saída na cidade de São Paulo pode consumir, pelo deslocamento, até três horas, o que acabar afetando as entregas programadas e até provocando aumento da jornada de trabalho naquele dia. “Encontro de relacionamento sem pauta ficou bem mais difícil. Às vezes tenho que dizer não e isso pode parecer arrogante, mas a verdade é que as chances na minha agenda diminuíram”, conta a jornalista Marli Olmos, repórter especial do jornal Valor Econômico. “Tenho convidado as fontes para um café aqui na Folha de S.Paulo. Como não consigo sair, essa é uma forma de viabilizar. Não podemos perder a janela para esse mundo real”, afirma Ana Estela. “Aqui em Brasília encontrar as pessoas é mais fácil, o tempo de deslocamento é menor. Mas a falta de tempo é uma realidade no jornalismo de hoje”, diz Rosana Hessel. “O volume de informações despejadas pela internet às vezes ajuda, mas dificulta uma apuração mais profunda, que demande mais tempo. Não há tempo nem de correr atrás de uma notícia direito para mais detalhes, porque vem outra e atropela. É a instantaneidade. A notícia é cada vez menos perene, infelizmente”. “De um ano para cá os eventos e encontros de relacionamento foram retomados no segmento de fintechs”, garante o publisher da Finsiders Danylo Martins. “Por ser um portal especializado, os encontros são fundamentais, tanto para se conseguir furos de reportagem, como novos negócios em conteúdos patrocinados. Há de se ter jogo de cintura e clareza sobre onde começa uma coisa e termina a outra”. “As relações tendem a ficar mais impessoais, mais imediatistas, mais focadas nas pautas objetivas, sem tanto espaço para aproximações e criação de laços com as fontes, prática que era mais viável quando os veículos contavam com grandes equipes e muitos repórteres especializados. O desafio é construir novas pontes nesse novo contexto”, explica Claudio Sá. Treinamento para erradicar abusos As agências de comunicação, bem como as empresas, estão lutando para corrigir algumas rotas, endereçando as dificuldades de forma pragmática. Diversidade, em especial a geracional, mais processos, maior orientação por dados e muito treinamento são algumas das soluções que já estão implementadas ou em formatação. O desafio, no entanto, já é conhecido e foi apontado pelas agências na Pesquisa Mega Brasil 2023. Dos 11 itens entendidos como os principais pontos negativos que afetaram as agências em 2022, a rotatividade/baixa qualidade de mão de obra aparece na quinta colocação, tendo evoluído percentualmente mais do que qualquer outro tópico. A transmissão de cultura da empresa, já em parte desafiada pelo home office, tem a rotatividade como mais um ponto de atenção. Esses itens impactam diretamente na formação de um profissional com DNA de determinada agência/empresa. A pesquisa aponta ainda que, de 76% das agências que realizaram investimentos em 2022, 36,9% o fizeram em treinamento/capacitação. Houve uma estabilidade nos investimentos das agências em 2022 na comparação com 2021 nesse quesito. Só a título de comparação, esse ponto registrou em 2018 um percentual bem mais expressivo: 47,4%. Cabe aqui a frase atribuída a Henry Ford: “Só Pedro Campos, apresentador dos programas Pulo do Gato, Jornal Gente e Linha Direta com a Justiça, da Rádio Bandeirantes

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