Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 278 IMPRENSA e RP e análises de como a comunicação pode alavancar os resultados estão sendo testadas. “No começo havia clientes mais tradicionais, que buscavam centimetragem, quantidade. Trabalhar com empresas da nova economia me fez buscar uma nova mentalidade e, principalmente, evoluir os processos”, afirma Helena Prado, fundadora e chief strategy officer da Pine PR. “As empresas de tecnologia são orientadas por dados e querem entender as métricas e as questionam o todo tempo. Há sempre a pergunta de como a comunicação pode impactar de forma mais eficiente no negócio. Não podemos mais atender a empresas, algumas que já estão no futuro, com a mentalidade tradicional”. Encontros são raros Na Pesquisa Mega Brasil com Agências de Comunicação 2023, das principais necessidades de comunicação corporativa demandadas pelos clientes, o item Relacionamento com a Mídia despontou como o mais importante, com quase o dobro de relevância em comparação com o segundo colocado na lista: Gestão de Redes Sociais. Muitas agências consultadas para esta reportagem, em meio a essa transformação da relação entre imprensa e assessorias, verbalizaram não acreditar que o relacionamento tenha sido prejudicado pelo trabalho remoto e afirmam que os contatos, mesmo que por meio das ferramentas digitais, como as conferências por Zoom, Teams ou Google Meet, estão alcançando bons resultados na interação e geração de proximidade com os jornalistas. Ocorre que a imprensa não vê esse ponto da mesma forma e faz mea culpa pela redução dos encontros. Mais do que a vontade, os obstáculos gerados para as estratégias de aproximação entre imprensa e assessorias/empresas têm a ver com as redações mais enxutas e o tempo mais exíguo do jornalista, que geraram impacto no tempo destinado ao relacionamento. Está claro para todos que, no oceano de pautas, quem consegue diferenciação está mais propenso a emplacar. Essa diferenciação pode se dar de duas formas, segundo a imprensa: a primeira é óbvia, relacionamento, quando o contato já é conhecido do jornalista e há credibilidade; e a segunda, pautas mais redondas, sofisticadas, resultado do trabalho interno de apuração e preparação das agências junto a seus clientes, com muito mais dados e referências. “As mensagens pelo WhatsApp dos assessores que já são meus contatos eu olho antes. Sei que a indicação dali é mais assertiva, de alguém que já conhece qual assunto eu cubro e onde trabalho. Os outros contatos vou conseguir dependendo do tempo que tiver naquele dia”, explica Monique Lima, repórter do Infomoney. A necessidade de relacionamento resiste à transformação no mundo da comunicação. É bastião importante. Mesmo que difícil de se tornar realidade, é preciso persistência, resiliência dos assessores. Os resultados tendem a ser superiores a partir daí. “O home office prejudicou o relacionamento. Nós somos comunicadores e nada é mais produtivo do que o olho no olho, uma reunião presencial. Os resultados são muito mais sólidos. A pandemia quebrou a tradição do tête-à-tête e isso não voltou mais. A minha disponibilidade de agenda não é mais a mesma, mas ela continua aberta para esses encontros”, afirma o jornalista Pedro Campos, apresentador dos programas Pulo do Gato, Jornal Helena Prado, fundadora e chief strategy officer da Pine PR © Leo Franco

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