FAIRPLAY EM BAIXA Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 256 fazê-lo para que a agência possa entender minimamente o que o cliente quer”. Aos problemas que foram se avolumando nos últimos anos, Sandra Bonani, diretora de Comunicação Integrada do Grupo Trama Reputale, acrescenta exigências de montagem de equipes seniores previstas na RFP, “mas com preços finais que mal permitem entregar uma equipe de juniores. A conta não fecha”. Ela também aponta a dificuldade de “furar a bolha para entrar nas concorrências, que muitas vezes reúnem as mesmas agências, escolhidas por porte ou indicações e não pelo seu perfil”. Sandra traz outro dos maiores problemas enfrentados pelas agências: a ausência total de feedback ao final da concorrência. “Não sabemos porque perdemos a concorrência, qual foi a avaliação, o que seria muito valioso para corrigirmos erros nas próximas propostas”, afirma. Marcio Cavalieri, sócio-diretor da RPMA e também diretor da Abracom, quantifica essas questões. Segundo ele, nas concorrências de que a agência tomou parte em 2023, apenas 40% tiveram feedbacks. Vinte e cinco por cento delas exigiram provas criativas e em cerca de 90% as propostas foram avaliadas por comitês internos compostos por várias áreas das empresas, incluindo comunicação e compras. O empresário Michel Rodrigues, CEO da Savannah, acrescenta mais uma camada ao debate. Segundo ele, “os prazos de pagamento que algumas organizações, principalmente as maiores, impõem aos fornecedores beiram a falta de ética. Oferecer pagamento em 60 dias após finalização do serviço e emissão da NF é um abuso ao qual as agências acabam tendo de se submeter, precisando custear esse período com seu fluxo de caixa, na maioria das vezes abastecido com empréstimos bancários a custos altíssimos de juros”. Renata Saraiva, fundadora e diretora da Truly Sandra Bonani, diretora de Comunicação Integrada do Grupo Trama Reputale
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