Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 247 números dos investimentos. Agora, é preciso perceber a realidade em volta para ver o que fazer, e como fazê-lo. Cada solução deve ser construída de forma coletiva, ouvindo as comunidades. Quem nos dá um exemplo é Simone Maia, da MRV. A construtora assinou com a Prefeitura de São Gonçalo, no Estado do Rio, um contrato que previa como contrapartida a construção de uma praça pública. Para o entorno das obras, a empresa mantém o projeto Vizinhos do Bem, um canal direto de comunicação com a comunidade. Ouvindo-a, soube que aquelas pessoas não queriam uma praça, mas sim um campo de futebol de várzea com arquibancadas. A empresa voltou à Prefeitura, que, diante da enquete, aceitou trocar a praça pelo campo. No dia da inauguração, a população colocou uma faixa: “O que a MRV fez (pelo bairro) nenhum político fez”. Quando ouve de uma companhia que já está em conformidade com os ODS, Anatrícia lembra: “O relatório do último encontro da ONU, lançado em março de 2004, diz que levaria 300 anos para se alcançar de forma global os objetivos do milênio”. Prossegue: “Na minha visão, é preciso atenção para uma agenda em que tecnicamente você não está. O washing social não pode desprezar a sociedade mais crítica e mais exigente pós-pandemia”. No Instituto Neoenergia, Renata Chagas não tem como meta a imagem de marca. Não olha as métricas de comunicação, mas aquelas voltadas para o impacto social na ponta. E relata o grande esforço para criar as metodologias do impacto. No ano passado, foram 47 mil beneficiados direta ou indiretamente. Criou indicadores, abriu redes sociais com seguidores. Apenas em projetos sociais (18 no total), foram investidos R$ 19,2 milhões em recursos próprios. Além disso, apoia projetos por meio de editais. Em 2023, em editais de cultura com leis estaduais de incentivo fiscal, apoiou 43 projetos. Em outras áreas de negócio, há investimento também. “Acredito que nada se faz sozinho, nossa característica é sempre ouvir”, resume Renata. Isso é feito de várias formas, desde ir até o território para conversar com as pessoas, com os principais atores locais, para entender se existe a demanda por determinado projeto. Ir também ao poder público, eventualmente dialogando com as secretarias. Já observou, por exemplo, que às vezes um posto de saúde não conhece o horário escolar. Áreas públicas que trabalham juntas não se conversam. A articulação territorial leva ao fortalecimento de redes de contato. Atualmente, em Caruaru (PE), o programa forma uma rede para que as pessoas se conheçam mais. A Neoenergia, empresa do grupo espanhol Iberdrola, está no Brasil desde 1997, como player importante do setor elétrico. Presente em 18 estados e no Distrito Federal, atua nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia. O Instituto de mesmo nome responde por projetos divididos em cinco pilares: formação e pesquisa; biodiversidade e mudanças climáticas; arte e cultura; ação social; colaboração institucional. Nesse último eixo, a colaboração institucional, faz alianças para contribuição com os ODS, em programas de aceleração social, de negócios de impacto e organizações. Não pretende ser patrocinadora, mas andar junto com os parceiros. Acredita que causa um impacto muito maior na ponta quando capacita do que quando financia. Há nove meses, abriu um novo programa de mentoria, por meio de edital. Esse é o período de identificação de cenários, de oportunidades para que os grupos se fortaleçam. Têm prioridade os grupos que envolvem crianças, joSílvia Finguerut, coordenadora do Fórum Permanente de Responsabilidade Social da FGV

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