Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 241 dia, deixou de ser falso para ser verdadeiro. Se as empresas não assumirem o papel de protagonistas, quem o fará? A sociedade, por si mesma, não tem condições de fazê-lo em larga escala. Grandes empresas, hoje, são verdadeiras nações, e precisam cumprir princípios globais. Não há mais espaço para maquiagem do greenwashing ou ESGwashing. “Não importa a sigla, o nome, a linha do tempo. Passou a fazer parte do dia a dia”, reconhece Sônia Araripe. Para Carolina Prado, diretora de Comunicação da Intel para América Latina “aos poucos, e com bastante atraso, o mercado brasileiro vai entendendo que investir em diversidade e ampliar oportunidades não só fica bem na foto como dá retorno”. Para tanto, é preciso ouvir e agir para fazer a mudança acontecer. É possível comparar, mesmo que por alto, o que é feito no Brasil, em termos de responsabilidade social, com o que se faz em outros países. “O Brasil não deixa a dever para o que existe no mundo”, ressalta Sônia Araripe. Ela foi à Alemanha e aos Estados Unidos para conhecer alguns projetos e entendeu que, em certos casos, o Brasil está até mais avançado. Outro recorte é a constatação de que os países com mais elevado nível de desenvolvimento econômico e excelentes indicadores sociais enfrentam menos resistência para pôr em prática seus projetos. Estes são, em geral, contingenciais, como os dos refugiados na Europa e dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Diferentemente dos países emergentes, em que a responsabilidade social lida com problemas estruturais. Acredita-se que o Brasil tem muita tecnologia na área social. Um exemplo foi a expansão da internet para áreas carentes, durante a pandemia. A partir dessa experiência bem-sucedida, o grupo Ubuntu, que distribui software livre ao alcance de todos, levou esse conhecimento para o Malawi, país do sudeste da África, com voluntários brasileiros. Deve-se ao bom resultado obtido no Brasil a garantia de que a experiência pudesse ser replicada. “Um hábito que salta aos olhos, quando comparamos os Estados Unidos com o Brasil: a cultura de doação e de resolução de problemas sem a dependência do governo, por meio da reunião voluntária de cidadãos”, é a opinião de Luiz Antônio Gaulia. Em termos de doação financeira voluntária, os números norte-americanos são vultosos. Segundo o relatório anual de filantropia da Giving USA, foram 485 bilhões de dólares em 2021. O costume de doar, não Carolina Prado, diretora de Comunicação da Intel para América Latina Cristovam Ferrara, diretor de Valor Social da Rede Globo © Fábio Rocha © Wanezza Soares

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=