Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 236 DIVERSIDADE RACIAL Inovação e sensibilidade feminina. A receita da Oliver Press Ao longo de 2020, muitos empreendedores, especialmente os prestadores de serviço, começaram a elaborar estratégias de sobrevivência face a uma situação inédita, gerada pelos efeitos adversos da pandemia da Covid-19 nos campos econômico e social. Naquele momento, a continuidade de muitos negócios passou a depender da capacidade de seus gestores em encontrar soluções rápidas para não apenas seguir operando, como também crescer. Foi nesse cenário que a paulista Juliana Oliveira, cofundadora e CEO da Oliver Press, teve de pilotar a agência de comunicação que havia nascido há menos de cinco anos. “O impacto foi imenso”, lembra. “Em dois meses, perdemos clientes que somavam o equivalente a 30% de nosso faturamento.” Um baque que poderia jogar por terra todo o esforço e energia despendidos na construção de um negócio idealizado para se tornar um hub de inovação em comunicação empresarial, tocado apenas por mulheres. Apesar do susto, Juliana e a sócia Patrícia Hikada, que conhecera na NR7, mantiveram intacta a equipe de 12 profissionais, que já tinha mostrado um grande valor ao colocar os clientes da agência nas capas de algumas publicações de destaque na área econômica − nomes conhecidos como Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta, e Sérgio All, da fintech Conta Black, que até então tinham seu espaço na mídia muito condicionado às efemérides da comunidade afro-brasileira. Juliana diz que o plano de emergência para sobreviver aos efeitos da pandemia teve como inspiração sua própria trajetória no mundo da comunicação. Graduada em Jornalismo pela Unifieo, de Osasco (SP), ela iniciou a carreira como repórter de publicações de tecnologia. Sua atuação chamou a atenção de agências de comunicação, e ela foi convidada para trabalhar na NB Press. De lá, foi para a NR7, onde rapidamente atingiu o posto de gerente, sendo responsável por comandar cerca de 20 profissionais. O sucesso cobrou seu preço: “Tive um burnout e, a partir daí, comecei a repensar a carreira”. Mesmo sem ter algo em vista, pediu demissão e resolveu empreender. A experiência em encarar desafios, o bom relacionamento com as redações e o conhecimento da cultura de inovação serviram de subsídios para mudar os rumos da agência em meio a pandemia. A primeira providência foi mostrar ao mercado a cara da Oliver Press. Foi então que Juliana, que até ali operava basicamente nos bastidores, começou a participar de inúmeras lives falando sobre reputação, construção de imagem, transição digital, inovação e diversidade. “Meu networking aumentou tremendamente e a agência começou a ser enxergada como referência nesses temas”, diz. A exposição rendeu novos contratos, dessa vez com empresas de grande porte, levando-a a admitir mais oito funcionários, e fizeram o faturamento subir em mais de
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=