Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 221 Embora o Brasil seja o anfitrião da COP30, a presença das empresas brasileiras no evento poderá ser mais tímida do que se imagina. Pelo menos é o que aponta a pesquisa de 2023 Na Trilha da COP, da Fundamento Análises. O levantamento detectou que as empresas sediadas no País ainda têm um longo caminho a trilhar no que diz respeito às mudanças climáticas e à inclusão da agenda ESG na estratégia de negócios. “O reflexo disso é que a maioria das empresas ainda avalia se participará da COP30 e mesmo aquelas que pretendem estar no evento, devem figurar apenas como ouvintes”, explica Adriana Panzini, consultora técnica da Fundamento. Segundo Marta Dourado, sócia-fundadora e CEO da agência, muitas empresas ainda têm dificuldade de articular os grandes temas ambientais com as contribuições efetivas que seus negócios podem ou estão dispostos a fazer. “Em parte por despreparo técnico – proporcionalmente ainda há poucos profissionais de ESG realmente especializados dentro das empresas –, mas também por resistência das organizações em criar um debate profundo sobre o tema”, afirma. A pesquisa tem três fases. A primeira, feita na COP28 (Dubai, 2023), apontou que 55% das empresas ainda não sabem se participarão do evento no Brasil; 25% deverão estar em Belém, mas, dessas, 43% apenas como audiência. Além disso, 48% das empresas acreditam que os debates globais terão impacto em suas atividades e que será necessário adaptar suas operações a novas regulamentações ou padrões ESG. Mas 22% afirmaram ainda não saber dizer se terão ou não algum impacto e 16% afirmam que não terão impacto concreto. A pesquisa será refeita no Azerbaijão (COP29) e em Belém no próximo ano. O risco do greenhushing
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