Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 219 De fato, as empresas podem ser veículos de educação do público sobre como gerar impacto de sustentabilidade positivo, e a comunicação é a responsável por fazer com que isso aconteça. “As lideranças empresariais precisam olhar para a comunicação como uma das facetas mais importantes na conexão entre todos os stakeholders”, ressalta Daniela Garcia, do Instituto Capitalismo Consciente Brasil. “Quanto mais bem feita, quanto mais verdadeira, mais se obtém a cola entre todos os stakeholders para que possam falar em uníssono “. A experiência da Engie Brasil corrobora essa visão. Grupo francês de energia com hidrelétrica, linha de transmissão e gasoduto em pleno bioma amazônico, a empresa criou há cerca de três anos o projeto de brand publishing Além da Energia, especializado em produzir e distribuir conteúdos originais e curados de cunho jornalístico, relacionados ao tema da transição energética para uma economia de baixo carbono e com crescimento sustentável. “Existe um processo de infodemia – pandemia de excesso de informação – que deixa o público confuso”, afirma Leandro Provedel, gerente corporativo de Comunicação e Marca da Engie. “Nós temos autoridade de marca para falar de transição energética porque praticamos de verdade o walk the talk (fazer o que fala), ou seja, estamos fazendo transição energética na prática”. “Historicamente o setor elétrico não se comunicou ou se comunicou muito mal com a sociedade, devido a seu passado de monopólio estatal. Com a privatização, a comunicação passou a ser eminentemente técnica, incompreensível para a sociedade. Essa dor carregamos até hoje”, explica. Nesse sentido, o Além da Energia é um canal que foi criado exatamente para enfrentar os desafios de comunicação tanto do setor quanto da empresa, já que incorpora todos os assuntos pertinentes ao setor elétrico. “Do total do conteúdo de nossas publicações, apenas 15% são sobre a Engie, o restante é sobre o setor, políticas energéticas, projetos, artigos de especialistas e até notícias dos nossos concorrentes, explica Provedel. O projeto não substitui a comunicação tradicional da empresa com seus stakeholders, muito menos a relação com a mídia jornalística. A diferença, segundo o executivo, é que o veículo proprietário abriu espaço que a mídia não tem para tratar dos assuntos que interessam ao setor, à empresa e aos stakeholders. “Por duas vezes duas editoras diferentes de livros didáticos nos procuraram para pedir autorização para reproduzir os conteúdos do Além da Energia em material didático” conta Provedel com visível orgulho, sinal Leandro Provedel, gerente corporativo de Comunicação e Marca da Engie Rodolfo Sirol, diretor de Sustentabilidade do Grupo CPFL Energia
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