Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 211 gará luz sobre a política brasileira e a atuação das empresas brasileiras. Do ponto de vista estrutural, o Brasil tem muito a dizer e a mostrar sobre descarbonização, dado seu enorme ativo nessa área. Mas as empresas também estarão sob escrutínio, especialmente em relação ao greenwashing, assunto no qual o cerco é cada vez maior e os compromissos das empresas com a agenda ambiental têm sido cada vez mais testados. “Todo mundo sabe que a COP não é um evento de marketing, não é um evento de exposição de marca”, destaca Roberta Machado, CEO da InPress Porter Novelli. Talvez por isso as empresas que mais têm se mobilizado para encontrar posições de engajamento nos debates da COP30 sejam as do setor de infraestrutura, especialmente mineração, energia e agropecuária. “Esses setores têm muito a contribuir para diminuir os impactos ambientais. As empresas estão mobilizadas e buscando posições de engajamento nas discussões temáticas, marcando presença institucional da COP30”, afirma a executiva. Nesse momento, a InPress Porter Novelli, assim como outras agências, está trabalhando no aconselhamento dos clientes nessa busca, por meio do fornecimento de informações e dados sobre as possibilidades de envolvimento na COP30. “Nesse sentido”, diz Roberta, “a COP30 já começou”. Curadoria brasileira fará diferença A grande diferença da COP30 para os eventos anteriores é o fato de que, como anfitrião, o Brasil fará a curadoria dos temas a serem colocados em debate. Se de um lado o mundo quer discutir a floresta em pé, de outro o Brasil deve liderar o interesse do chamado Sul Global no debate sobre justiça climática, racismo climático e desigualdade social e econômica. Nesse sentido, as expectativas são altas, uma vez que o compromisso de financiamento anual de US$ 100 bilhões aos países em desenvolvimento para enfrentamento da crise climática, assumido na Conferência do Clima de Copenhague em 2009, nunca foi cumprido. “A COP28, realizada em Dubai em 2023, anunciou uma decisão tímida, mas histórica, a destinação de US$ 420 milhões para o chamado ‘Fundo de Roberta Machado, CEO da InPress Porter Novelli Claudia Vassallo, fundadora e CEO da Nova PR
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