Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 209 É um velho mantra: “A comunicação não cria fatos, ela os divulga”. Mas as mudanças estão acontecendo em todos os setores com uma velocidade e uma profundidade tais que chegam ao ponto de atingir até mesmo os velhos mantras, seja o da comunicação, seja o da Escola de Chicago, que norteava o capitalismo até poucas horas atrás e diz que “o negócio do negócio é o negócio”. E o fator de desestabilização dos velhos conceitos é um só: a sustentabilidade. Dos negócios, das sociedades, do planeta e da própria existência humana nele. Sobre isso não há discordância, mas também não existem, ainda, soluções consolidadas para os muitos e multifacetados aspectos que a sustentabilidade envolve. Desde a evolução e a mudança de foco conceitual – de impactos socioambientais para sustentabilidade; de sustentabilidade para ESG (Environmental, Social and Governance); de ESG para transição energética; de transição energética para descarbonização; de descarbonização para economia regenerativa – até o surgimento quase diário de novos problemas à medida que se tentam resolver os mais antigos, nem sempre o que é parece ser e nem sempre o que parece chega mesmo a ser. É neste momento de buscas, mais do que resultados, que a COP30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), em novembro de 2025, em Belém (PA), pode vir a ser o grande catalisador das novas abordagens dos problemas ambientais globais. Pela primeira vez, governos, agentes econômicos, empresas, organizações internacionais vão discutir as mudanças climáticas na soleira da porta do pulmão do planeta, a Amazônia. É também neste contexto perturbado e incerto que os especialistas em sustentabilidade e ESG acreditam que o negócio do negócio agora é trabalhar coletivamente para sobreviver hoje e no futuro e que a comunicação faz parte do processo de mudança. Afinal, a transparência é um dos pilares da agenda ESG. E transparência significa comunicação clara, verdadeira e consistente com os stakeholders. Empresas, organizações e agências de comunicação já estão trabalhando para enfrentar os grandes desafios que virão até novembro de 2025. A COP da Amazônia, como já está sendo chamada, vai colocar sob o escrutínio internacional os temas mais complexos. Fazer de seus executivos participantes da COP30 uma fonte de informações segura e confiável é uma boa estratégia. Mas para a COP da Amazônia não são poucas as agências que alertam para uma questão crucial do ponto de vista da comunicação: quem tem a voz e a autoridade para falar da pauta central do evento são os profissionais amazônidas. Lana Pinheiro explica que a GBR Comunicação, por exemplo, já tem contratado um profissional paraense que está municiando todas as equipes da agência com as informações necessárias para prestar a melhor consultoria possível aos clientes. A CDI Comunicação fez um acordo com a Temple Comunicação, de Belém, para participar do projeto COP Mais, desenvolvido em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que terá duração de maio de 2024 até depois da COP30, em 2025, podendo chegar a 2026, com debates sobre o crescimento sustentável da Amazônia. Empresas, organizações e agências de comunicação trabalham para enfrentar os grandes desafios que virão até novembro de 2025

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