Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

PESQUISA MEGA BRASIL 2024 Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 182 pressam uma atividade com desenvolvimento saudável e perspectivas de expansão bastante intensas. Para o total da amostra, os indicadores “média de faturamento por cliente” e “média de faturamento por colaborador” apresentaram evolução positiva. Ainda que entre o segmento das 50 maiores agências esses índices tenham recuado, mantiveram-se em patamar superior ao de 2021 e podem ser vistos como indicadores em ajuste, já que a adaptação das maiores corporações às contingências de mercado é sempre mais lenta, envolvendo mais investimento e necessitando de mais tempo para expressar indicadores médios de evolução nos quadrantes positivos. Isso é corroborado pelo crescimento mais intenso justamente nesse segmento, 74,0% das 50 maiores, ante 60,0% de crescimento para o total de agências pesquisadas. O ICECC (Índice de Confiança do Empresário de Comunicação Corporativa) também indica, principalmente entre as 50 maiores agências, otimismo e confiança para o futuro próximo com o desenvolvimento dos negócios e o ambiente econômico do País. Nesta edição, os índices reencontram o nível alcançado em 2019, até então o mais positivo da série. Tanto a avaliação sobre os últimos seis meses como a perspectiva para os próximos seis meses atingiram indicadores na faixa do otimismo (de mais de 50 até 100 pontos), pontuação de 65,4 e 73,1, respectivamente. Com esse grau de otimismo, 76,3% das agências pesquisadas afirmaram ter planos de expansão dos seus negócios para o ano de 2024, maior índice já registrado nesta pesquisa. Os principais pontos positivos que foram considerados como influentes no desempenho das agências em 2023 foram estabilidade política, mudança de governo, estabilidade econômica e crescimento do PIB. Ainda assim, esses também são fatores que preocupam, posto que indicados como importantes pontos negativos; aqui com destaque também as turbulências internacionais, políticas e econômicas. Outro fator indicado como desafiador para as agências em 2023 foi o progressivo retorno do trabalho, do modo exclusivamente em home office, para o presencial ou híbrido. Muitas agências indicam resistências ou mesmo recusas dos colaboradores em retornar ao trabalho presencial e a dificuldade de “reconstruir” as instalações físicas adequadas a esse retorno, implicando investimentos não previstos. Como tendência tecnológica e/ou de negócios que mais influenciou o desempenho do setor em 2023, o destaque nas indicações, com 73,9%, foi “Inteligência Artificial”. Outras áreas citadas foram: “Marketing de influência/Uso de redes sociais”, “Tema ESG/Pautas de sustentabilidade” e “BI/Análise de dados/Analytics/Big Data”. Ainda assim, o produto/serviço “Relacionamento com a Mídia”, a própria assessoria de imprensa (o mais antigo do mercado), é o mais vendido pelas agências. O segundo foi “Gestão de Redes Sociais”, a nova cara da comunicação. Também nessa mesma direção, a “Mídia Espontânea” é citada como a mais requisitada no trabalho de divulgação das informações dos clientes. Com esse perfil, é consistente o resultado apurado na pesquisa, em que 88,0% das agências indicam utilizar press releases para divulgar informações de seus clientes. Nessa apuração, pôde ser estimado o envio de 54.808 press releases mensais para 763.713 endereços, quantidade restrita aos 211 participantes da pesquisa, número que deve ao menos duplicar se estimado para todo o mercado de agências. O perfil da força de trabalho nas agências mantém a predominância de mulheres, 71,5% do total de empregados, e de profissionais brancos – 50,0% de mulheres brancas e 21,3% de homens brancos, em que pese a maioria da população no País ser negra. Jornalismo permanece como a formação da maior parcela dos funcionários, 45,3%, ainda que seja o menor índice relativo já detectado em toda a série histórica, indicando uma transformação do perfil profissional necessitado pelas agências para a entrega de seus produtos e serviços. As outras formações com maior presença foram Relações Públicas e Publicitários/Marketing, com 11,2% e 10,5%, respectivamente. Por fim, a pesquisa também identificou que ações afirmativas nas áreas de raça-etnia, direito das mulheres, inclusão da comunidade LGBTQIAP+, inclusão de profissionais 50+ e de PCDs continuam sendo desenvolvidas por menos de 40,0% das agências, considerando todo o espectro citado. É ainda um caminho longo a ser desenvolvido para essas temáticas.

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