Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 18 ção é a das narrativas setoriais. A reputação de qualquer empresa está intimamente atrelada à reputação do setor no qual atua. A via é de mão dupla: a reputação da empresa afeta a do setor, e vice-versa. Cabe aos profissionais da comunicação atentar a essa dialética, que adquire importância ainda maior em um momento de transição. Para estar à altura dessa missão, no entanto, os comunicadores precisam estar equipados com o conhecimento e as competências necessárias. Uma compreensão aprofundada e o uso sistemático de dados e das novas tecnologias, inclusive da inteligência artificial, são o ponto de partida. Igualmente central é a questão da integridade da informação. Para lidar com a desinformação em todas as suas formas, diversas entidades multilaterais (ONU e OCDE) vêm recentemente propondo um arcabouço mais amplo, no qual o foco não está na verificação do conteúdo de mensagens, mas sim na construção de um ecossistema informacional resiliente. Caberá ao setor de comunicação um papel central nesse processo. Contudo, é na gestão e prevenção de crises – talvez o tópico central desse momento de transições que atravessamos – que os comunicadores podem fazer a diferença. Diante da magnitude dos desafios da transição energética, a Aberje defende uma abordagem comunicacional que vá além do mapeamento da materialidade do setor. Não se trata de propor que esse mapeamento não seja feito, muito ao contrário. Mas é crucial focar no impacto potencial da comunicação como um vetor de mudança para todos os setores econômicos. Afinal, a comunicação é transversal, capaz de atravessar barreiras setoriais e fomentar uma transformação mais ampla e profunda. Nosso chamado é para que os comunicadores atuem como agentes da mudança, orientando suas organizações, colaboradores, fornecedores, clientes e públicos em geral nessa complexa jornada rumo à sustentabilidade. Essa é uma responsabilidade grandiosa, mas também uma oportunidade sem precedentes para liderar pelo exemplo, demonstrando que a comunicação estratégica pode e deve ser uma força motriz para o bem social, econômico e ambiental. Paulo Nassar é professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) e diretorpresidente da Aberje Hamilton dos Santos é doutor em filosofia pela USP e diretor executivo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) ABERJE © Cassia Cinque

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