Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 17 Em meio à crescente urgência de uma transição energética rumo a um futuro mais sustentável, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) destaca o papel crítico da comunicação estratégica. Não se trata apenas de uma ferramenta para informar, mas de um pilar fundamental para acelerar o movimento em direção a um amanhã equitativo, inclusivo e ambientalmente seguro. A transição energética, que visa a constituição de uma nova matriz energética, baseada em fontes renováveis, é um dos grandes desafios do século XXI, ao mesmo tempo em que abre um enorme leque de oportunidades. Nesse cenário, a comunicação envolve muito mais do que a simples transmissão de informações, mas deve assumir um papel estratégico, funcionando como um catalisador para mudanças, promovendo uma governança aprimorada em busca da preservação do meio ambiente. As urgências impostas pelas mudanças climáticas e pela necessidade de um desenvolvimento sustentável exigem um novo escopo para a comunicação corporativa. A recomendação da Aberje é que a comunicação estratégica seja entendida precisamente como uma comunicação para a transição, no duplo sentido de uma comunicação atenta às diversas transições por que que passamos (energética, econômica, social, tecnológica etc.) e de uma comunicação a serviço da transição para um futuro desejável. Não basta, portanto, apenas entender o conceito de comunicação estratégica; é vital que os líderes compreendam o impacto comunicacional de suas decisões. Afinal, as decisões tomadas pelas lideranças comunicam valores e direcionamentos muito além do que qualquer plano de comunicação formal pode fazer. Nesse contexto, surge também a importância da materialidade do setor da comunicação. Empresas estão sendo desafiadas a mapear o impacto ambiental de suas atividades e cadeias sob a perspectiva ESG (governança corporativa, social e ambiental), um processo que não só avalia a sustentabilidade interna mas também o impacto social e ambiental externo. Não é diferente com as agências e outros atores do setor de comunicação, instados a mapear o impacto de suas atividades e cadeias. Aqui uma peculiaridade do setor merece ser enfatizada. Segundo estimativa do Anuário da Comunicação Corporativa da Mega Brasil, as agências movimentaram R$ 4,88 bi em 2022, valor modesto se comparado ao faturamento na casa das centenas de bilhões anuais de gigantes como Petrobras, JBS e Vale, por exemplo. No entanto, o real valor do setor de comunicação reside em sua capacidade de influenciar e orientar seus clientes na adoção de práticas mais sustentáveis – muito maior do que o valor de suas notas fiscais. Nesse sentido, uma das pautas para a qual a Aberje vem já há alguns anos chamando a atenPor Hamilton dos Santos e Paulo Nassar

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