RANKING DAS AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 148 médias) e tem algumas explicações: sobrecarga de trabalho dos donos e CEOs e inexistência de quem possa assumir essa tarefa; temor de abrir informações confidenciais, a despeito da garantia de sigilo dada pelos editores; eventual discordância de critérios adotados pelos coordenadores da pesquisa; e desempenho ruim, que leva a agência a evitar expor-se numa publicação lida e respeitada pelo mercado. Felizmente, essa flutuação não interfere nas análises e projeções realizadas pelo Instituto Corda, sobretudo porque a amostra sempre foi consistente, reunindo as maiores e mais tradicionais empresas do setor. Em praticamente todos os anos a Pesquisa inovou, trazendo para o mercado informações de interesse das organizações e dos profissionais. Assim foi, por exemplo, com os índices de confiança dos empresários da comunicação corporativa, com o mapeamento étnico-racial das equipes, com os indicadores de produtividade por funcionário e por cliente, entre muitos outros. Este ano não é diferente. O Anuário traz, pela primeira vez na história do setor, um indicador da produção e distribuição de press-releases, para que o mercado possa ter uma métrica, ainda que imprecisa, de quantas são as mensagens disparadas diária, semanal, mensal e anualmente pelas agências de comunicação. Elas embasam múltiplas e veementes queixas dos colegas de redação, que, entra ano sai ano, não se conformam em ver assessorias espalhando informações a granel, sem o menor cuidado com a customização e um melhor mapeamento dos alvos de sua ação. Pela primeira vez, uma marca supera a barreira dos R$ 500 milhões de faturamento Apenas quatro grupos de comunicação superaram, em 2023, a barreira dos R$ 100 milhões de faturamento anual. Entre eles o líder FSB Holding, que conseguiu a façanha de ultrapassar meio bilhão de reais de receita, somando significativos R$ 130 milhões à receita de 2022, que havia sido, em números arredondados, de R$ 418 milhões. Com isso, atingiu R$ 548 milhões, elevando ainda mais a distância do segundo colocado, o Grupo In Press, que em 2023 faturou R$ 280 milhões. Os outros dois que superaram a barreira dos três dígitos foram Hill & Knowlton e BCW, com, respectivamente, R$ 145 milhões e R$ 144 milhões – curiosamente, ambos integrantes do Grupo WPP. O Ranking das Agências de Comunicação deste ano reúne 54 agências ou grupos de agências no andar de cima, ou seja, com faturamento superior a R$ 4.800.000 por ano (na edição anterior foram 59); e outras 70 (mesmo número de 2023) com faturamento abaixo dessa linha divisória. O Anuário segue os valores estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para classificar o porte das empresas. Nas primeiras dez posições entre as grandes houve três mudanças: o Grupo DJ Edelman assumiu o quinto lugar (era sexto); a Weber Shandwick foi para o sexto (era quinto); e a Approach subiu para o décimo (era a décimo-primeiro). Entre as maiores agências uma mudança anunciada no final de 2023 foi a saída do Grupo Publicis do segmento de PR no Brasil, decisão que culminou com a recompra do controle acionário da MSL, pelo empresário Paulo Andreoli, que aproveitou e fez um rebranding da marca, mudando também o nome para And,All. No Ranking das Grandes Agências desta edição ele figura na 11ª posição (em 2023, ainda como MSL ficou em 10º lugar). A notícia de maior impacto, no entanto, aconteceu em janeiro deste ano de 2024: a fusão dos grupos BCW e Hill & Knowlton (aí incluída a JeffreyGroup e excluída a Ideal PR, que seguirá em outra linha de negócios), ambos do WPP, que fará nascer ao longo do ano uma gigante mundial de PR. O impacto, em termos de mercado, no entanto, será medido somente a partir de 2025.
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