Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 138 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA car técnicas avançadas de análise de dados e outras tecnologias para mitigar os efeitos da manipulação. Um compromisso com a ética e uma abordagem crítica na avaliação das informações são indispensáveis. A contribuição de analistas profissionais imparciais é imprescindível. Equipados com ferramentas sofisticadas e um profundo entendimento dos mecanismos de influência, eles são capazes de desvendar as camadas de interferências, identificar fontes duvidosas e explicações baseadas em evidências sólidas. Esses profissionais conseguem decifrar as camadas de artimanhas e oferecer uma narrativa fundamentada em fatos e evidências concretas. Além disso, fomentar a educação midiática e a alfabetização digital entre o público é fundamental. Incentivar o coletivo a adotar uma postura crítica diante das informações recebidas, a verificar as fontes e a explorar diversas perspectivas é essencial para vivermos em um ambiente menos suscetível ao controle inconsciente das nossas opiniões IA é oportunidade para rever nossas práticas de assessoria de imprensa I’MAX Há mais de uma década, meu negócio é comunicação – e também tecnologia. Não aconselho esse combo para quem sofre de ansiedade. Mas o fato é que gosto, embora deseje, de vez em quando, dormir e ver tudo igual quando acordar. Ficou difícil não se deparar com mudanças do dia para a noite. Ando mais reflexiva, especialmente depois que li, no relatório Tendências e previsões de jornalismo, mídia e tecnologia para 2024, produzido pela parceria entre Reuters Institute e University of Oxford, como os publishers admitem que estão sofrendo para manter o negócio da notícia de pé por mais 12 meses que seja. Um dos motivos da insegurança é que, mais uma vez, as redações precisarão rever seus modelos de negócios. A bomba da vez é a inteligência artificial generativa, que já aprendeu uma porção de coisas a partir de conteúdos “roubados” dos veículos jornalísticos. Produzir informação de qualidade é caro. Conquistar a atenção do leitor é raro. Formar uma comunidade fiel ao seu negócio, seja ele qual for, é um desafio descomunal. Se a inteligência humana não nutrir a IA com diálogos consistentes, estaremos fadados a consumir uma enorme quantidade de conteúdo bem pouco interessante, repetitivo e até mentiroso. Sinto uma necessidade urgente de propagar a ideia de que inteligência artificial generativa é menos sobre emprego/perda de emprego e muito mais sobre transformações. Não apenas uma mudança digital e tecnológica; não apenas nas relações de trabalho. Mas no jeito de estar no mundo, de olhar as coisas e de trabalhar de forma eficiente. As redações vão mudar novamente. O consumo de informação, também. As pessoas estão exaustas de tanto conteúdo. A atenção é artigo de luxo. A desconexão é real. Adianta continuar a fazer tudo como antes? É preciso desaprender. É hora de reservar a experiência e se aventurar pelo novo. Mergulhar para entender o contexto, as tendências, as habilidades necessárias, as ferramentas. Fernanda Lara, CEO do I’Max: “Cada assessoria vai ter que reprogramar seu trabalho, entender as ferramentas, apropriar-se delas a seu favor, e estabelecer relações sólidas com os jornalistas. Porque eles também precisam dos assessores, mas não de qualquer um”
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