Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2024 12 ao menos dez dizem respeito a um projeto social bem definido: erradicação da pobreza, fome zero, saúde e educação, saneamento, energia acessível, trabalho decente, redução das desigualdades, comunidades sustentáveis, justiça e instituições eficazes. Clima, água e vida terrestre respondem pelos demais. Nosso Anuário avança com uma reportagem completíssima sobre concorrências para serviços de comunicação na esfera privada, assinada por Carlos Carvalho, ex-presidente executivo da Abracom e um dos maiores especialistas no tema. Carlos ouviu agências e entidades e recuperou sua própria atuação nesse campo no período de Abracom. Com isso, oferece um panorama alentado dos desafios que ainda precisam ser vencidos para que o mercado avance com maturidade nesse que, ainda, se mostra um campo minado, cercado por ações desabonadoras que não condizem com práticas e narrativas de quem preza por uma boa reputação. Uma pena que, das muitas empresas que ele consultou para dar entrevista, uma única se dispôs a falar sobre o tema, o que dá uma ideia de como esse é ainda um tema complexo e que precisa de muito diálogo e entendimento para chegar num patamar à altura de que o mercado merece. A quinta reportagem é um clássico do setor, a relação entre assessorias e redações, entre assessores e jornalistas. E o repórter convidado, Renato Acciarto, tem em seu currículo passagens marcantes nesses dois campos profissionais, o que lhe dá, obviamente, autoridade para escrever sobre o que tem se passado ao longo dos anos nesse relacionamento, como ele se dá nos dias atuais e o que esperar para o futuro. Incrível que um tema tão batido, tão antigo, continue tão contemporâneo e desafiador, exigindo dos atores da atividade resiliência para enfrentar os desafios recorrentes, como enxurradas de press releases, inconvenientes follow-ups, desconhecimento dos veículos ou da especialidade do profissional de redação contatado. Sempre se deve separar o joio do trigo e é o que mostra Acciarto, revelando em sua reportagem as boas práticas que garantem sucesso aos profissionais que sabem manejar esse ofício com sabedoria e conhecimento. E por que o tema continua valioso para o mercado? Simplesmente porque quase 50% da receita do segmento das agências de comunicação são provenientes da atividade de assessoria de imprensa; ainda, como se vê, o carro-chefe desse mercado. Nossa viagem editorial prossegue sob a liderança do repórter Fernando Soares, a quem coube a missão de debater, com fontes dessas duas áreas, como andam as fronteiras entre as atividades de relações públicas e de marketing digital, aparentemente cada vez mais próximas e unidas. Será? A pauta nasce da constatação de que cada vez mais as agências de comunicação se aventuram pelo campo do marketing digital, integrando-o ao seu portfólio na perspectiva de oferecer pacotes mais robustos e com melhor potencial de mensuração à clientela; e que, não menos verdade, as agências de marketing digital, em contrapartida, enveredam pelo campo das relações públicas, para melhorar seus tickets. O fato, como o texto de Fernando adverte, é que num mundo cada vez mais digital e inovador a comunicação será do mesmo modo essencialmente digital e não respeitará fronteiras. E as empresas que atuam na área? Avançamos em nossas páginas por outro tema que, embora recente, já se mostra também um clássico da atividade: os influenciadores. Convite feito, Martha Funke foi a campo, como em todos esses últimos anos, fiel colaboradora que é deste Anuário, para mostrar como esses personagens crescem a cada dia em magnitude e abrangência nos planejamentos de relações públicas. Eles já não são apenas úteis para falar espontaneamente ou mesmo comercialmente bem de um produto ou serviço. Já atuam, por exemplo, como comentaristas em eventos como Carnaval, substituindo jornalistas consagrados, certamente por valores muito menores, tendo como contrapartida a alta exposição que essa participação oferece, ajudando em negócios futuros. São chamados para palestras, para festas, viraram celebridades tal qual as celebridades do mundo do entretenimento. Daí para entrarem na economia dos criadores, virando marca para produtos. Só lendo para ter uma ideia de como esses personagens vão conquistando EDITORIAL
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