Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 99 Também levou a agência a acumular premiações diversas, incluindo um dos famosos Leões do festival de publicidade de Cannes e o Troféu Jatobá PR. No ranking das agências-butique publicado nesta edição do Anuário, a Advice avançou quatro posições sobre a lista do ano passado, passando de 18º lugar, com faturamento bruto de R$ 2,3 milhões, para o 14º, depois de faturar R$ 2,8 milhões. Para Fernanda Dabori, os principais desafios que o negócio enfrentou são as negociações tocadas em meio a um cenário de economia que continua a avançar em ritmo lento. “Somos um negócio que depende de mão de obra qualificada e por isso não dá para termos a mesma negociação que commodities”, defende. A situação adentrou 2023. De acordo com ela, foi perceptível nos primeiros meses do ano que alguns gestores ainda aguardavam definição mais concreta na área econômica. “Mesmo assim, para nós o ano começou com uma agenda de muitos eventos e anúncios dos clientes”, comemora. Com isso, as perspectivas de crescimento ainda se mantêm. Fernanda afirma que, mesmo talvez sem repetir a performance do ano passado, a perspectiva é de expansão. Clientes mais exigentes e menos dispostos a pagar por diferenciais AGÊNCIA BLUE CHIP Depois de colocar mais propostas na rua nos dois primeiros meses do ano do que no mesmo período de 2021, Denise Carvalho, cofundadora da Agência Blue Chip, vê este ano com otimismo ante a perspectiva de fechar alguns dos projetos ainda no primeiro semestre do ano, mesmo com condições que fazem parte do negócio e o tornam mais desafiador. “Os clientes estão cada vez mais exigentes, com menos apetite e disposição para pagar por diferenciais e maior qualidade na oferta dos serviços”, avalia. A agência comemorou sua primeira década em 2022 com um dos anos mais movimentados de sua existência. De acordo com Denise, apesar das incertezas provocadas pelas discussões em torno das eleições, empresas de diversas áreas demonstraram algum entusiasmo a partir do meio do ano, com mais força ainda no último trimestre, apesar dos desafios impostos pelo aumento de custos em toda a economia e a persistência de alta dos juros e da inflação. A movimentação da agência reflete a do próprio mercado, com foco em temas como ESG e sustentabilidade, ascensão de novos mercados e a relevância da tecnologia. Como exemplos, Denise cita o fechamento de contrato com uma climatech pioneira em comercialização de créditos de carbono; o anúncio da chegada, ao mercado brasileiro, de uma marca líder em televisores na China; e a divulgação das ações de uma plataforma de community manager que desbravou o mercado de eventos, com a criação do seu primeiro summit no Brasil recheado de nomes internacionais. “Tudo isso levou à finalização de 2022 com muito mais ânimo para o novo ano desde o início da pandemia”, conta Denise. Em contrapartida, circunstâncias econômicas impactaram alguns clientes e provocaram rescisão de contratos no segundo semestre, como recuperação judicial de um, absorção de outro por um grande player de mercado e mudança de escopo de trabalho em mais um, acarretando a redução no fee. Ocorrências desse tipo foram responsáveis pela ligeira queda no faturamento bruto registrado no ano, com resultado de R$ 1,66 milhão, contra os R$ 1,89 milhão registrados em 2021. Mesmo assim, na esteira do novo momento, a Blue Chip tirou do papel o projeto de realização de eventos presenciais a partir de 2023 com a marca Blue Chip Talks, nascida em 2020 na pandemia com eventos online. E o percurso teve desafios extras. A agência fechou 2022 com 29 profissionais, ante 27 em 2021. Mesmo assim, a dirigente da Blue Chip percebe a contratação de talentos como o lado mais desafiador do desempenho nos últimos anos, principalmente porque a agência está assumindo projetos mais robustos e com maiores exigências de comunicação. Para atendê-los, são necessárias pessoas
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