Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 95 metodologia ajudaram a compor a média anual de crescimento de 14% nos últimos anos. “Além disso, mantivemos o foco no suporte a negócios multinacionais que tocam tecnologia e inovação no B2B”, explica. Outro suporte ao longo do ano foi o empenho em conversar com os clientes sobre a desvantagem decorrente na departamentalização da comunicação, que em muitas empresas cria equipes com foco em ferramentas – a exemplo da separação entre RP e redes sociais – e não na estratégia global de comunicação, com trabalho em favor da amplificação das mensagens. “Ainda é um desafio para muitas empresas enxergarem a comunicação como uma matéria única”, comenta. De acordo com ela, o principal desafio tem sido exatamente fazer essas equipes internas conversarem entre si, criando planos de comunicação integrados a partir do que a persona do cliente quer ouvir, o que ele tem a dizer sobre o tema e, por fim, com detalhamento ferramental das mensagens – quando é determinado quais delas vão para qual canal de comunicação e quanto. “O impacto é visível e positivo para aqueles clientes que conseguem integrar os seus diversos canais sob uma única ótica”, avalia. O raciocínio vai ao encontro da necessidade de renovação. “Não dá mais para olharmos as ferramentas de comunicação, como assessoria de imprensa apenas, por exemplo, como o cerne de uma estratégia para melhorar e ampliar o engajamento dos clientes com suas personas de interesse. É preciso olhar para o todo”, acentua. “Enquanto o mercado seguir olhando para a ferramenta como a estratégia em si, seguiremos conversando em línguas diferentes, com mensagens diferentes e em plataformas diferentes”, completa. Com isso, é mais tênue a possibilidade de criação de relações fortes, com mensagens poderosas e consistentes entre todos os canais. Segundo ela, agências que conseguirem atuar como consultorias e não como prestadoras de serviços únicos, como assessoria de imprensa ou de redes sociais, são as que seguirão tendo sucesso e se renovando – especialmente em seu segmento-foco, B2B. “Para quem olha a comunicação para além da assessoria de imprensa, do digital e até mesmo do conteúdo as mensagens passam a figurar como o diferencial”, diz Flavia. Nesse sentido, ferramentas tecnológicas e conceitos como inteligência artificial, em vez de substituírem o olhar humano, são aliadas da comunicação corporativa, fundamentais para estratégias de comunicação integradas e ajudarão na tomada de decisões, na verificação de informações e no tratamento de direitos autorais, só para citar alguns exemplos. “Com a IA podemos entender o que está se falando sobre um determinado assunto e o que ainda tem campo para ser explorado”, compara. Outro benefício é melhorar o entendimento da estratégia de otimização de presença digital (SEO), para fazer os algoritmos trabalharem na amplificação das mensagens de uma empresa. Flavia Sobral: é preciso olhar para o todo, em vez de considerar a ferramenta digital como estratégia em si, e seguir conversando em línguas, mensagens e plataformas diferentes
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