Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 83 de novo repertório de serviços e de uma prospecção ativa baseada na qualidade do relacionamento e das entregas”, explica Celuta Utsch, diretora da Prefácio Comunicação. As considerações de Luiza Purri, também diretora da Prefácio, sobre as oportunidades de expansão para este ano são cautelosas e estimam um crescimento de 10%, menor, portanto, do que em 2022. O que não a impede de ser otimista: “Olhando para o País, estamos esperançosas de que o novo governo e as políticas de recuperação econômica, social e ambiental possam beneficiar diretamente o setor da comunicação corporativa, fundamental às organizações nesse momento de retomada. Mas, como normalmente a onda nos alcança após a maturação em vários outros setores, acreditamos que a reação será efetivamente sentida por nós em 2024”. As gestoras referem-se aos 30 anos da Prefácio para falar sobre a evolução do mercado. “Podemos dizer que nascemos ‘quando tudo isso aqui era mato’. Para além da inegável evolução das formas de se fazer comunicação corporativa nesse período, das mudanças comportamentais, nas organizações e nas relações de trabalho, temos que destacar o longo caminho até aqui para que a comunicação corporativa fosse, enfim, reconhecida como área estratégica dentro das organizações”. A consolidação das áreas de comunicação e o reconhecimento das agências como especialistas, assinala Celuta, devem-se acima de tudo à mudança de posicionamento da área, que passou de apoiadora a estratégica, próxima do business e interferindo nele. “E as agências, que sempre lutaram para atuar com todo o seu potencial em favor de uma comunicação forte e integrada, têm de fato alcançado espaço por manterem equipes bem-preparadas à disposição dos clientes. Essa agenda está sendo pautada pelos próprios profissionais de comunicação, que entenderam o que se espera deles e qual resposta podem dar às demandas da organização. Cavamos nosso lugar”, completa Luiza. A retenção dos talentos e a gestão do capital intelectual são também questões que despertam preocupação. “O ano de 2022 foi um período em que a Prefácio sofreu com a saída de pessoas importantes. Para complicar, há uma escassez de profissionais qualificados disponíveis, o que vem gerando um gap entre os desligamentos e o preenchimento de vagas ou quando abrimos novas posições”, diz Celuta. “Muito nos preocupa a crise de mão de obra que o setor está vivendo. O assédio sobre a equipe, a dificuldade de contratação por falta de capacitação dos candidatos e o impacto que isso acarreta nos planos de crescimento profissional dentro da agência são as maiores dificuldades que tivemos nesse início de ano”, completa Luiza. Para lidar com o impasse, em 2022 a Prefácio investiu em atração e retenção com aumento nas faixas salariais estratégicas e melhoria de benefícios e continuará investindo este ano, inclusive em outros quesitos. Desafios, claro, nunca faltam. Outro grande que continua a merecer a atenção da agência é o impacto que o formato híbrido de trabalho tem causado na produtividade e na gestão de pessoas, na cultura empresarial como um todo. “Os profissionais continuam aprendendo a trabalhar no ambiente doméstico, com todas as interferências e dificuldades que isso implica. Estamos todos ainda em fase de adaptação, aprendendo a fazer a gestão remota da equipe e aguardando mudanças na legislação que reflitam essa nova realidade. Esperamos que 2023 seja o ano em que gestores e equipes usufruam melhor do formato híbrido, já que não retornaremos mais para 100% presencial”, diz Celuta. Sobre os recursos da inteligência artificial nos serviços de comunicação, as diretoras da Prefácio são taxativas: isso deve ser avaliado pelas perspectivas do que podem trazer de melhoria das condições de vida no planeta e para as pessoas. “As tecnologias, as plataformas e serviços de apoio são aliados das agências na busca dessa comunicação humana que conecta. Ou seja, o que nos diferencia são as pessoas: a capacidade profissional, a competência, a sensibilidade, o feeling. É usar a inteligência humana – claro que com a ajuda de data bases, algoritmos, IA etc. – para cumprir a Luiza Purri e Celuta Utsch: esperançosas de que o novo governo e as políticas de recuperação econômica, social e ambiental possam beneficiar o setor da comunicação corporativa, fundamental às organizações nesse momento de retomada

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