Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 8 reportagem sobre os novos negócios no mundo da comunicação corporativa, não só olhando passado e presente, mas também o que pode nos reservar o futuro, num novo ambiente político, em que a retomada da valorização da Democracia e do respeito ao jornalismo e à comunicação (feitos com ética, transparência e espírito público) voltaram a ser uma realidade no País, após quatro anos nefastos nesse sentido. E como queríamos ainda mais Dario ao nosso lado, entregamos a ele a missão de historiar os 20 anos de Abracom, completados em 2022, mostrando, a partir do desenvolvimento da entidade, os avanços registrados no mercado das agências nessas duas décadas. Foi o que fez, ouvindo todos os ex-presidentes da entidade (João Rodarte, José Luiz Schiavoni, Ciro Dias Reis, Gisele Lorenzetti e Claudia Rondon) e o atual, Daniel Bruin, além de outros personagens estratégicos nessa trajetória. Também pensamos muito em como abrir espaço para discutir novamente Crises de Reputação, e o fizemos sob o impacto das megacrises com as Lojas Americanas e com as vinícolas do Sul do País – Aurora, Garibaldi e Salton –, que provocaram um rombo na reputação dessas marcas tão tradicionais e até certo ponto queridas do público. Cristina Vaz de Carvalho, também nossa escudeira nas reportagens há muitas edições, e que tem uma trajetória muito vinculada à comunicação corporativa, aceitou o desafio de tentar entender e explicar como e por que as crises de reputação têm se transformado num espécie de campeã de audiência da nossa atividade, seja pelo que aportam de know-how aos protagonistas (executivos de clientes e agências), seja pelos debates que ensejam na cadeia produtiva e, por que não, pelo enorme mercado (e muito lucrativo) que representam. Afinal, numa crise, não se olha o custo, mas sim a experiência de quem se quer contratar (vale também, e muito, para os escritórios de Direito). Inovação foi o prato que apresentamos a Maysa Penna, colega que já foi sócia de agência, repórter na grande imprensa, consultora independente e que hoje, como comentou na conversa que mantivemos para que colaborasse com esta edição, é redatora, atividade que esteve presente em todos os seus ciclos profissionais e que hoje protagoniza seu ofício como jornalista freelancer. Pauta na mão, Maysa mergulhou em temas como métricas, BI, IA, ChatGPT e foi desfilando em seu texto convicções e projeções que garantem que haverá lugar, sim, para os humanos na nova ordem das coisas. Mas que não se durma de touca, porque o avanço do novo é acelerado e não parece dar pistas de que será complacente. Faça-se qualquer lista de cinco temas estratégicos e contemporâneos da comunicação corporativa e DE&I estará nos cinco. Ou dez. Ou quem sabe 50. E não seria aqui que deixaríamos de discutir Diversidade, Equidade e Inclusão, que hoje é preocupação de dez entre dez executivos de comunicação e que, por conseguinte, está na agenda de serviços e negócios das mais antenadas agências de comunicação do País. Para essa pauta, os convidados foram os repórteres Fernando Soares, também nosso colaborador de edições anteriores, e Luana Ibelli, ambos integrantes da nova geração e que vinham de uma realização nesse campo louvável: o Projeto #diversifica, produzido para a newsletter Jornalistas&Cia e para o Portal dos Jornalistas. Com essa credencial, eles buscam mostrar neste Anuário as várias faces da diversidade humana e como elas encontram – ou não – conexões com o mundo corporativo. E tocam no desafio maior para as agências: serem elas próprias diversas para deter autoridade ao trabalharem em projetos de diversidade para a clientela. E aqui vale a máxima, que cabe como uma luva para esse ambiente: Não basta à mulher de César ser honesta; ela precisa parecer honesta. Também quisemos vasculhar o mundo das redes digitais, ou da mídia social, como queiram e como todo mundo quer. Mas nosso interesse maior era ver de perto, com uma lupa, o quanto as redes digitais hoje impactam os negócios, a reputação, o valor das marcas. E o quanto esse caótico e crítico ambiente, que joga à lama e alça ao olimpo reputações e combina o falso com o verdadeiro – como se EDITORIAL
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