Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 74 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA É hora de rever produtos e soluções da comunicação CONTEÚDO ça certa resistência em encarar a necessidade de um debate mais intenso com os contratantes sobre os ganhos e a necessidade de mudar os escopos para modelos mais estratégicos, menos focados nas entregas tradicionais de assessoria de imprensa e alocação de mão de obra. “As agências podem e devem ser parceiras estratégicas, contribuindo com visões além-muro para as empresas. Mas ainda não se estabeleceu um diálogo estruturado entre contratantes e agências para garantir a evolução e adaptação do setor”, afirma do CEO da Ágora. As perspectivas da agência para 2023 são boas. Everton Schultz revela que tem detectado no mercado um tipo de movimentação que beneficia empresas com o perfil da Ágora. “Percebemos que há uma busca por modelos menos rígidos de operação, em linha com nossa cultura e nossa proposta de ecossistema, contemplando uma visão multidisciplinar focada tanto nos desafios dos negócios quanto na própria comunicação”, afirma. Ao comentar as questões que envolvem tecnologia, Schultz leva o debate para o terreno da ética. “A discussão sobre a desinformação e o papel das áreas de comunicação e marketing na reorganização do fluxo de informações tornou-se ainda mais urgente. As ameaças ao processo democrático, os ataques ao jornalismo profissional, a fake news e o espaço dado a pessoas mal-intencionadas nas plataformas são alguns dos temas que precisam ser assumidos pelas áreas de comunicação e agências, definindo melhor os limites éticos na disseminação de informações. Em linhas gerais, precisamos de mais conversas, com mais atores sentando nas mesas de discussão”, conclui o CEO da Ágora Comunicação Estratégica e Public Affairs. Everton Schultz: precisamos de mais conversas, com mais atores à mesa de discussão O empresário Claudio Sá, da Conteúdo Comunicação, acredita que anos eleitorais costumam provocar impactos negativos nos negócios. E as eleições presidenciais no Brasil ainda coincidiram com a Copa do Mundo, evento que é um aspirador de verbas das marcas. Adiciona-se a esses ingredientes um ano em que o País ainda sofria com os efeitos da pandemia da Covid-19. Em meio a essa tempestade perfeita que foi 2022, Sá comemora os resultados da Conteúdo, que registrou crescimento de 20% sobre 2021 e fechou o período com faturamento de R$ 10,2 milhões. Embora revele cautela, ele cita que 2023 começou com um bom ritmo. “Tivemos um início de ano positivo, com entrada de novos projetos. Estamos otimistas, embora cautelosos com o desempenho da economia, que segue incerta por causa da taxa de juros, da crise de créditos e do custo de capital. Será um ano de crescimento moderado, mas esperamos resultado positivo”. Para Claudio Sá, a economia é ponto chave nas negociações. Segundo ele, “os fees estão comprimidos e as expectativas de entrega seguem altas. E nem podemos reclamar, porque, mesmo nesse contexto, conseguimos boas negociações”. Só que ele defende que a comunicação corporativa reencontre seu espaço no budget das companhias e que o mercado calibre melhor o valor que a disciplina entrega

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