Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

FRONTEIRAS DA COMUNICAÇÃO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 368 A necessidade de domínio tecnológico para navegar com desenvoltura pelo marketing digital está dando origem a empresas especializadas e startups. As atividades de monitoramento digital, por exemplo, hoje usam ferramentas sofisticadas, apoiadas por inteligência artificial e robôs. Um exemplo é a Cortex, plataforma de captura de dados de fontes públicas provenientes de textos, tabelas, imagens, vídeos e áudios para objetivos como monitoria para comunicação estratégica e reputação ou inteligência de vendas corporativas (B2B) para indicação de possíveis clientes (geração de leads). Saulo Camelo, CEO da agência digital CMLO&CO, vê o entrelaçamento de atividades de marketing digital e comunicação corporativa com bons olhos e apoiado em profissionais de comunicação generalistas, capazes de atingir visão macro do negócio dos clientes como um todo – mesmo guardando especificidades. A agência é especializada em marketing para negócios, com análise de resultados, vendas, performance e gestão de receita e comunicação voltada a reflexos no ponto de venda ou metas de equipe de vendas. A questão, segundo ele, é que, apesar de o mercado estar evoluindo para a unificação, mesmo entre clientes muitos não conhecem as diferenças entre as atividades. “Com isso, não é difícil encontrar assessorias de imprensa patinando para entregar valor para clientes com gestão de social media e agências de marketing englobando serviços de assessoria para lucrar mais com o mesmo cliente”, diz. A Eight Media, nascida como bureau de RP, dedica-se exclusivamente, desde 2020, a soluções de inteligência de mercado e usa análise avançada de dados (data analytics) para entregar informações e até dicas (insights) em tempo real para gestores de comunicação. A Jarbas IA “permite a criação de conteúdos e oferece 60 recursos únicos de inteligência artificial, incluindo anúncios para redes sociais e roteiros para vídeos”, servindo como assistente de criatividade para ajudar equipes a superarem bloqueios criativos rapidamente. A Dialog e a Comunica.In especializaram-se em comunicação interna. A primeira oferece uma plataforma multicanal com mobile, desktop e e-mail corporativos e agora usa a tecnologia de inteligência generativa ChatGPT para apoiar comunicação interna e engajamento de funcionários. A Comunica.In desenvolve soluções para gestão, automação e mensuração de processos de comunicação para públicos internos e, além de selecionada pelo hub de inovação Cubo Itaú, já conta com investidores como Honey Island, Norte Ventures e Valor Capital. Outra com linguagem e perfil de startup é a Pina-Una. A agência, nascida em agosto de 2022, autodefine-se como story-first house com inteligência artificial integrada, foco no mercado de startups e venture capital, com venture studio que cria e conta as histórias dos clientes nos melhores canais, com os melhores parceiros, não importa a mídia. De acordo com a fundadora e CEO Jennifer Queen, a especialização no segmento trouxe para a agência o mesmo comportamento de seus clientes. Entre os reflexos está o fato de oferecer para o time de dez funcionários – entre eles, duas sócias-fundadoras e mais duas sócias promovidas a diretoras – a possibilidade de participação no negócio ou liderança de novas áreas, com contratação de consultoria de RH para desenhar o cenário interno. Uma das novidades da agência tem cara, jeito e produto típico de startup: um software para ajudar quem quer escrever melhor, uma espécie de editor virtual nascido antes da popularidade do ChatGPT, não para criar textos do nada, mas composto de regras como limite de tamanho, inversões para maior elegância na escrita e eliminação de palavras repetidas e adjetivos em excesso. “O plano é tornar-se uma empresa separada, com captação de investimentos”, diz Jennifer. Saulo Camelo, CEO da agência digital CMLO&CO Demanda por tecnologia digital incentiva a criação de startups (*) Martha Funke é jornalista e gestora de comunicação pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), liderou redações como Meio & Mensagem, Padrão Editorial e Segmento Editorial. Foi assessora de relações institucionais da Editora Abril e gerente de grupo de contas em agências de comunicação. É colaboradora do Valor Econômico e deste Anuário e sócia-diretora da agência de consultoria Funke Comunicações.

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