Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

FRONTEIRAS DA COMUNICAÇÃO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 364 xar que eles produzam seus conteúdos a partir de um briefing dá muito mais certo do que, por exemplo, enviar um texto para ser decorado”, diz. Segundo ele, se o mapeamento for certeiro e a moeda de troca, relevante – seja um produto, um serviço ou uma causa –, o sucesso é praticamente certo, mesmo levando em conta desafios e oportunidades tanto em conteúdos espontâneos quanto patrocinados. O patrocínio permite um ambiente mais controlado, mas do ponto de vista do consumidor o espontâneo gera maior empatia e confiança. “Num mundo em que as cifras cobradas pelos influenciadores estão cada vez mais altas, conseguir espaços espontâneos é um gol maior do ponto de vista de resultados de PR”, afirma o gestor da CDN. Outra questão, como diz Ferrari, é o equilíbrio entre a contratação dos nano e microinfluenciadores e dos macro e celebridades. Os segundos, já com reputação consolidada e números de engajamento e conversão gigantescos, têm preços à altura dessa audiência, razão pela qual não se deve desprezar aqueles ainda pequenos e visivelmente em ascensão, porque a construção do relacionamento com quem está engatinhando é um investimento vantajoso, sobretudo olhando-se o futuro. “A crescente valorização de influenciadores nano e micro é tendência, por seus seguidores mais engajados e nichos específicos. Isso pode levar a maior retorno sobre o investimento para as marcas”, diz Karina Lotze, CEO da SmartPR. A agência é uma das que desenvolveu metodologia que combina dados de inteligência de negócios (BI) com o desenvolvimento de relacionamento com stakeholders de RP para planejar, mapear e entregar ativações com influenciadores para clientes. Para ajudar suas equipes, criou tutoriais sobre como usar as ferramentas e um passo a passo sobre como realizar uma ativação paga e a Smart Academy, com treinamento interno para todos os profissionais da agência. “Devemos ficar atentos aos micro e nanoinfluenciadores para uma comunicação mais nichada e objetiva”, acrescenta Vitor Fortes, sócio e CFO da in.Pacto Comunicação. Ele ressalta também a dança dos canais sociais. O TikTok ganha viralização especialmente entre os mais jovens; já redes como YouTube, maior relevância como plataforma de streaming e repositório de conteúdo. Também avançam em importância Twitch, plataforma de streaming focada em transmissão ao vivo de videogames, e Discord, ferramenta de diálogos inicialmente mais voltada a games e podcasts. Em queda, ele aponta Snapchat e o outrora robusto Facebook. Para Karla Calado, sócia-proprietária da Press Kit Criativo, a ideia de conquistar conteúdo espontâneo se dá muito por meio dos seedings, envio de press kits para o mailing de influenciadores escolhidos. O resultado depende do trabalho afinado na escolha dos nomes e na criatividade do material, explica. “Os microinfluenciadores estão também nos holofotes, é tendência”, diz. Para Saulo Camelo, CEO da agência digital CMLO&CO, a profissionalização do segmento é outra tendência marcante e acabou o boom dos influencers que eram apenas postadores e ganhavam por post. “Influenciadores começam a receber participação ou cargos em empresas”, destaca. A associação da cantora Anitta com a criação para a marca Skol estaria nesse contexto. A questão é que o criador de conteúdo encontrou forma própria de engajamento com o público, capaz de apoiar a ideação da comunicação das marcas com as quais se envolvem, diz Caio Bamberg, CEO da Ketchum Brasil, que observa do ponto de vista demográfico a ascensão do público mais jovem no TikTok e sua queda no Instagram. “O TikTok vem se consolidando como ferramenta de vendas e educativa, de forma lúdica”, diz. Gustavo Serra, sócio e CCO da Play9, considera que o TikTok está para o vídeo assim como Twitter para o texKarla Calado, sócia-proprietária da Press Kit Criativo

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