FRONTEIRAS DA COMUNICAÇÃO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 358 “Apesar de a academia ainda formar profissionais nas caixinhas marketing, publicidade, relações públicas e jornalismo, o mercado exige profissionais multidisciplinares”, analisa Ellen Bilesky, sócia-fundadora e CEO da Ecomunica, uma das cinco agências no País da rede latino-americana Agências de Triplo Impacto, voltadas a impacto e ESG. Ela lembra que as fronteiras entre elas estão borradas desde os anos 1990, quando se falava da convergência de mídias. Com o conteúdo assumindo centralidade no marketing, pensado de diversas frentes do negócio de forma integrada, Ellen enxerga mais uma relação simbiótica do que propriamente uma fusão – o marketing digital continuará com foco na promoção de produtos, serviços e marcas; as relações públicas, na construção de reputação e relacionamentos com públicos de interesse, sejam acionistas, colaboradores, imprensa, governos, sociedade civil ou influenciadores; e a comunicação corporativa se ocupará dessas estratégias de forma sinérgica para atingir os objetivos de negócios. Para Vitor Fortes, sócio e CFO da in.Pacto Comunicação, a queda de barreiras é inevitável para as agências, principalmente no setor privado, já que o setor público apresenta divisões mais evidenciadas. “O mercado consumidor dos nossos serviços impõe essa demanda. É mais fácil para um cliente ter uma solução de comunicação completa do que buscar vários fornecedores”, diz. Ele vê desafios, principalmente para agências menores, com serviços substituídos por sistemas com inteligência artificial. Segundo Fortes, de modo geral, as maiores oportunidades e ameaças virão exatamente do mercado de tecnologia, exigindo cada vez mais qualificação das agências. “A convergência das disciplinas se dá por meio da visão estratégica e do conceito criativo, mas as entregas são específicas de cada atividade”, acredita Renata Saraiva, CEO e fundadora da Truly. A empresária está convencida de que a visão estratégica das relações públicas − que trabalha tradicionalmente com caracterização e conhecimento profundo dos públicos-alvo e, mais recentemente, com dados − é direcionadora de mensagens e ferramentas a serem usadas para manter unicidade do tom de voz e mensagens-chave em todos os pontos de contato e engajamento com diferentes audiências. Mesmo exercidas por equipes dentro de uma mesma agência ou na empresa contratante, as atividades têm especificidades técnicas que não devem ser ignoradas, diz Renata. Isso inclui a exVitor Fortes, sócio e CFO da in.Pacto Comunicação Renata Saraiva, fundadora e CEO da Truly
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