Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 34 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA um diferencial. Atração de talentos, diversidade no time, treinamento e desafios motivadores terão que ser equilibrados com a pressão por resultados e o ataque da concorrência”, diz Marco Antonio Sabino, CEO da Hill+Knowlton Strategies Brasil. Ainda dentro da mesma reflexão sobre a questão do capital humano das agências, Sabino refere-se, então, a um dos grandes desafios do mercado: “trabalhar em um sistema 100% compliance”. “Trata-se de segurança para os clientes em vários aspectos, como, por exemplo, na área trabalhista, evitando que respondam solidariamente na Justiça do Trabalho, como prevê a lei, se tivermos algum problema com um PJ”, enfatiza o CEO da Hill+Knowlton Strategies Brasil. “Mas, ao mesmo tempo, isso significa custos maiores em um mercado competitivo demais, que trabalha majoritariamente ainda com PJs e com margens cada vez mais reduzidas. Os preços continuam mergulhando. O mercado precisa entender que, no médio prazo, essa prática é insustentável”. As cuidadosas e atentas pontuações de Sabino sobre os desafios do mercado de comunicação corporativa parecem indicar os motivos que levaram a agência a experimentar, no ano passado, o melhor resultado de desempenho em sua história recente. “Praticamente dobramos de tamanho, ganhando contas de clientes importantes e aumentando consideravelmente nosso upselling. Completamos nosso portfólio de serviços”, afirma Sabino. “E destaco dois grandes feitos do ano de 2022, que ficarão na história da H+K: não perdemos nenhum cliente durante o ano inteiro, e nosso turnover foi quase zero”. Na opinião do CEO, o mercado da comunicação corporativa é formado por negócios estruturados, com processos, boas práticas, áreas de gestão de pessoas atuantes e novos serviços. “E tudo isso vai melhorar ainda mais com a inclusão de novas tecnologias. A inteligência artificial, por exemplo, é definitiva. E não está programada para um futuro distante. Será implementada neste e nos próximos dois anos. O mercado vai mudar completamente, e de novo! Mas as boas cabeças pensantes, talentosas, criativas vão continuar sendo valorizadas. Uma gestão atenta a todos os detalhes será fundamental, com muito investimento em gente e em inovação”, afirma Sabino. Apesar de reconhecer o elevado nível de profissionalismo alcançado pelo setor no País, o executivo da H+K chama a atenção para uma prática que considera nociva: “Nas concorrências, os clientes devem analisar se as agências que definem preços menores conseguem entregar o que prometem. Algumas delas empregam a seguinte tática: definem valores muito baixos, quase com margem zero, e apostam no upselling como lucro. Mas se não alcançam o lucro, o cliente fica desamparado, porque as equipes não entregam os serviços. Ruim para o cliente, péssimo para as agências”. Marco Antonio Sabino: atração de talentos, diversidade no time, treinamento e desafios motivadores terão que se equilibrar com a pressão por resultados
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