Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 333 tecnologia como ferramenta, seja ela qual for. Afinal, a ferramenta não é inteligente. Inteligente somos nós usando a ferramenta”. Ela dá um exemplo: um novo cliente da agência ainda não tinha porta-voz, mas a comunicação interna não podia esperar. A solução foi criar um avatar que transmite as mensagens na TV Corporativa com elegância, carisma e – graças a um conteúdo bem-produzido – capacidade de promover engajamento. Outros dois exemplos de sucesso da criatividade aliada à tecnologia vêm do Festival Cannes 2022. O Bureau de Turismo de Viena tinha problemas com os algoritmos das redes sociais e plataformas de comunicação por causa do bloqueio de imagens de quadros clássicos com nus, como o incrivelmente famoso Nascimento da Vênus, de Boticelli. A solução para driblar o algoritmo foi direcionar a comunicação para o OnlyFans. O buzz gerado foi acima do previsto. O segundo case foi do serviço de emergência da Alemanha, que tinha sérios problemas com curiosos que paravam para fotografar e filmar acidentes e chamadas de ocorrências, atrapalhando os resgates. Em vez de campanhas de conscientização caras e pouco eficazes, optaram por imprimir milhares de QRCodes nos carros de resgate e ambulâncias. Quando os curiosos miravam suas câmeras para a cena, viam em suas telas a mensagem “você está atrapalhando, não faça isso”. Não foi preciso provocar pautas nem dar entrevistas. A mensagem atingiu o alvo em cheio, sem dispersão. Como diz Patrícia Ávila, “o meu repertório é um conjunto das minhas experiências e vivências, das pessoas com que eu convivo, do que eu gosto, o que eu não gosto, o que eu leio, o que eu vejo de arte, o que eu ouço de música etc.. A máquina vai me economizar tempo. Mas é o meu repertório que enriquece. É a minha antena. Eu acho que essa antena ou a gente tem ou precisa desenvolver”. “Temos que aproveitar o melhor de cada aplicação tecnológica e colocar as novas possibilidades de pesquisa a favor do nosso desenvolvimento”, acrescenta Fabiana Macedo, da Punto. “Com certeza ocorrerão mudanças no perfil profissional e até nas profissões. A revolução será feita pelas pessoas que souberem usar o melhor da inteligência artificial para aprimorar o trabalho e suas habilidades pessoais. O trabalho será mais eficiente se os profissionais de comunicação estiverem capacitados para lidar com as inovações”. Mirtes Morbach, sócia-diretora da Temple Comunicação Paula Nadal, global chief strategy officer da Ideal
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