CAPITAL INTELECTUAL Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 324 As estratégias incluem ainda maior preparo e segurança por parte dos gestores em relação a performance e potencial, e discussões sobre temas como a ambidestralidade, com profissionais que somam ao conhecimento especializado em alguma indústria ou área da comunicação a capacidade de atuar com autonomia e inovação, orientados às soluções e não se limitando apenas ao escopo de trabalho. Flavia Caldeira, diretora sênior da LLYC, também destaca o protagonismo dos profissionais para crescer individualmente em suas carreiras, mesmo sem tirar das empresas a necessidade de investir em treinamentos e programas de desenvolvimento. “O mercado vem se profissionalizando cada vez mais e vemos profissionais melhor preparados e versáteis”, avalia. Afinal, o dinamismo é a marca do setor. “Os dias nunca são iguais”, acrescenta. Isso exige resiliência e capacidade de solucionar problemas, somando ao conhecimento técnico habilidades como liderança, flexibilidade, traquejo para trabalho em equipe, abertura para aprendizado constante em cenários de evolução tecnológica e desenvoltura para navegar em ambientes distintos. Com funções e atribuições objetivas, decisões sobre promoções, transferências de área e outras mudanças nas carreiras dentro da LYCC envolvem sempre os superiores, o time de Talentos e o próprio profissional em foco. As avaliações são documentadas e compartilhadas e o profissional sabe o que se espera dele e quais são suas oportunidades. Os cargos na agência dividem-se em patamares bem definidos (estagiário, consultor júnior, consultor, consultor sênior, gerente, diretor, diretor sênior e diretor-geral ou regional), além de CEO e demais cargos globais – a diretora global de Marketing, por exemplo, fica no escritório de São Paulo. A uniformização replica-se nos 13 países onde a agência atua e ajuda a promover a equidade e a transparência na organização, já que colaboradores com as mesmas funções têm os mesmos cargos, remuneração e benefícios, com menos margem para percepção de injustiça e maior estímulo a motivação e engajamento. “Trabalhar em empresa global é um aprendizado diário, com diversidade de culturas e intercâmbio. O mercado internacional ajuda a elevar a régua da qualidade”, afirma Flavia Caldeira. A Ideal é outra agência com internacionalização na veia. A empresa é parte do grupo WPP, com vice-presidentes globais de recursos humanos e diversidade e inclusão, práticas compartilhadas mundialmente, e autonomia local em programas como talentos e equidade. Uma das iniciativas locais é o prêmio interno Ideal de Comunicação, para reconhecimento de talentos, que este ano está em sua quinta edição. São escolhidos os três melhores cases inscritos ao longo do ano. Além de prêmio em dinheiro dividido entre as equipes selecionadas, a prática garante que os colaboradores vejam o valor do trabalho integrado e até mesmo aprendam a contar melhor a história do trabalho da agência, explica a chief strategy officer Paula Nadal. Localmente, a agência atua com grupos de contas em formato tradicional do setor e com um hub de inovação e criatividade, com times de conteúdo, criação, comunicação interna, planejamento estratégico, mídia, data analytics e influência, para atuar de maneira transversal ao time de atendimento. Hoje, a agência conta com 200 funcionários e comitê de diversidade próprio, com grupos de afinidades para profissionais pretos e LGBTQIAP+ e parcerias para impulsionar recrutamento de grupos minorizados, como a organização Indique, voltada a negros. Outra ação brasileira é a parceria com o Soma+, programa de capacitação de jovens periféricos capitaneado pela agência de publicidade AKQA, do grupo WPP. “No ano passado, fizemos contratações pelo projeto, como assistentes”, diz Paula. Ricardo Mendes, sócio-diretor da Prospectiva Public Affairs Latam
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